Juiz converte prisão de hackers de temporária para preventiva
28 de setembro de 2019

Grupo seria responsável pela invasão de celulares pelo menos 1 mil pessoas, entre elas autoridades como o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Justiça Sérgio Moro e os procuradores da Operação Lava Jato

O juízo da 10ª Vara Federal do Distrito Federal converteu as prisões temporárias de Thiago Martins, o `Chiclete’, e Luiz Molição, detidos na segunda fase da Operação Spoofing, em preventivas. A audiência de custódia dos dois hackers, presos no último dia 19, foi marcada para a tarde da próxima segunda-feira, 30, aponta a Assessoria de Imprensa da Justiça Federal do DF.

Segundo a PF, ‘Chiclete’ se encontrou com Walter Delgatti Neto, o Vermelho, em Brasília. Ele já esteve envolvido em um episódio de compra de uma Land Rover com Tulio Guerreiro, ex-jogador de futebol do Botafogo e do Corinthians – a transação não se concluiu.

Já com relação a Molição, a PF acredita ter encontrado uma conversa que aponta para o envolvimento do hacker com o vazamento de mensagens do coordenador da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, e o ex-juiz Sérgio Moro publicadas pelo site The Intercept.

Também foram encontradas, segundo relatado pelo procurador da República Wellington Divino Marques de Oliveira na representação pela segunda fase da `Spoofing’, `conversas do aplicativo Telegram em que Luiz Henrique Molição instrui Walter Neto (`Vermelho’) a enviar uma nota para um jornalista através da conta da deputada federal Joice Hasselmann’.

Walter Delgatti Neto, o ‘Vermelho’, foi preso na primeira etapa da operação e é apontado como líder do grupo. Ele confessou o hackeamento e disse que não cobrou contrapartidas financeiras para repassar os dados. Além de Delgatti Neto, foram presos da primeira fase da Spoofing, no dia 23 de julho, Gustavo Henrique Santos, o DJ de Araraquara, sua mulher, Suellen Priscila de Oliveira e Danilo Cristiano Marques.

O grupo seria responsável pela invasão de celulares pelo menos 1 mil pessoas, entre elas autoridades como o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Justiça Sérgio Moro e os procuradores da Operação Lava Jato, inclusive Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa.

Fonte: O DIA