No próximo dia 12 de outubro comemoramos o Dia da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida (História)
9 de outubro de 2022

No dia 12 de outubro é comemorado o dia de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. A lei que instituiu o feriado nacional foi criada em 30 de julho de 1980 e, desde então, a data é celebrada em todo o país.

História 

O aparecimento da imagem que transformou a Fé de um Povo

Tudo começou quando os pescadores João Alves, Felipe Pedroso e Domingos Garcia foram encarregados de conseguir peixe para o banquete que a Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá iria oferecer a Dom Pedro de Almeida e Portugal, o Conde de Assumar, que na época também era o Governador da Província de São Paulo e Minas Gerais, e estava visitando a região, no período de 17 a 30 de outubro de 1717.

Foi após várias tentativas que os três pescadores tiraram das águas escuras do Rio Paraíba uma imagem de Nossa Senhora, que veio nas redes em dois pedaços: primeiro o corpo e, em seguida, rio abaixo, a cabeça.

João Alves, Felipe Pedroso e Domingos Garcia, depois de colocar a imagem dentro do barco, puderam vivenciar a ação da Mãe de Deus. Os pescadores, que antes não tinham conseguido pescar nada, encheram as suas redes com uma quantidade abundante de peixes.

Antes de levarem os peixes para o banquete, entregaram os pedaços da estátua a Silvana da Rocha Alves, esposa de Domingos, irmã de Felipe e mãe de João, que reuniu as duas partes com cera e a colocou num pequeno altar na casa da família, agradecendo a Nossa Senhora o milagre dos peixes.

Nascia ali uma devoção, reunindo todos os sábados os moradores da região para rezarem o terço e cantarem a ladainha.

Entre 1717 e 1732, a imagem peregrinou pelas regiões de Ribeirão do Sá, Ponte Alta e Itaguaçu. Em 1732, Felipe Pedroso entregou a imagem a seu filho Atanásio Pedroso, que construiu o primeiro oratório aberto ao público.
 

Em virtude da expansão da devoção à Nossa Senhora ‘Aparecida’ das águas, o vigário de Guaratinguetá, padre José Alves Vilela, e alguns devotos construíram, no ano de 1740, uma pequena capela. Nela acontecia a reza do terço e o cântico das ladainhas, mas não se celebrava a Eucaristia.

Em 1743, o Pe. Vilela fez um relatório dos milagres e da devoção do povo para com Nossa Senhora Aparecida e enviou ao Bispo do Rio Janeiro, Dom Frei João da Cruz, para que ele aprovasse o culto e autorizasse a construção da primeira igreja em louvor à imagem que ficou conhecida como Mãe Aparecida.

A aprovação aconteceu em 5 de maio em 1743.

A igreja foi construída no Morro dos Coqueiros, atual colina onde está localizado o centro da cidade de Aparecida, em terra doada pela viúva Margarida Nunes Rangel, com escritura passada em 6 de maio de 1744.

A inauguração da igreja que deu também origem ao Santuário, aconteceu na festa de Santa Ana, no dia 26 de julho de 1745. Nesta ocasião foi inaugurado também o povoado com o nome de ‘Capela de Aparecida’. No dia 25, a imagem foi levada em solene procissão a nova igreja e colocada no nicho do altar.

No dia 26, aconteceu a benção da imagem e a celebração da primeira missa. Esse foi o primeiro Santuário que acolheu multidões. Foi construído em taipa de pilão e, por isso, não resistiu ao tempo. Em 1844, apresentou risco de desmoronamento e o setor administrativo da capela resolveu pela construção de um novo templo.

A igreja inaugurada pelo Pe. Vilela, anterior à Basílica Velha, já possuía a Sala dos Milagres em 1745. Nesse período, os objetos de promessas eram poucos e bem simples. A Sala das Promessas de Aparecida teve diversos nomes e locais: ‘Casa dos Milagres’, ‘Quarto dos Milagres’, Sala dos Milagres; ocupou ainda muitos lugares em todos estes anos. Em 1974, a Sala das Promessas chegou ao subsolo do novo Santuário. 

Diversas pessoas ilustres passaram pelo Santuário de Aparecida para demonstrar sua devoção

 A FÉ DE UM POV

Dom Pedro I, durante sua viagem ao Rio de Janeiro e São Paulo, passou no Santuário de Aparecida. D. Pedro, então Príncipe Regente, quis rezar diante da imagem de Aparecida. Prometeu-lhe consagrar o Brasil, caso resolvesse favoravelmente sua complicada situação política.

Isto ocorreu no dia 22 de agosto de 1822. Quinze dias depois, em 7 de setembro, em São Paulo, nascia o Brasil independente, pelo brado histórico do príncipe que se tornaria o primeiro imperador, com o nome de D. Pedro I.

O imperador Dom Pedro II e a imperatriz Teresa Cristina estiveram em duas ocasiões (1843 e em 1865) na capela de Aparecida, para rezar diante da imagem.


 

A festa da Aparecida no ano de 1868, até então celebrada em 8 de dezembro, dia da Imaculada Conceição, foi encerrada com a participação de uma pessoa especial.

A princesa Isabel, herdeira do trono brasileiro, quis participar das celebrações ao lado de seu marido, o Conde d’Eu, na esperança de obterem da Senhora Aparecida a graça de um herdeiro.

Para manifestar sua devoção, a princesa doou à Imagem um manto ornado com 21 brilhantes, representando as 20 Províncias do Império e mais a capital.

Anos depois, em 1884, a princesa Isabel voltava a Aparecida em reconhecimento pela graça recebida. Feliz, vinha acompanhada não só do esposo, mas dos três herdeiros, os príncipes D. Pedro, D. Luís e D. Antonio. 

A princesa novamente quis honrar a imagem da Senhora Aparecida oferecendo-lhe dessa vez uma coroa de ouro 24 quilates, 300 gramas, cravejada de brilhantes. Essa mesma coroa serviu, vinte anos depois, para a solene coroação da Imagem, por ordem do Papa São Pio X.

Inauguração da Basílica Velha 

Em 24 de junho de 1888, Dom Lino D. R. de Carvalho, bispo de São Paulo inaugurou a igreja conhecida como ‘Igreja de Monte Carmelo’ (Basílica Velha). Essa construção teve como personagem principal Frei Joaquim do Monte Carmelo, pois foi ele quem se dedicou integralmente aos projetos dessa obra.

A igreja, hoje denominada Basílica Velha, foi reformada e ampliada em 1768. O primeiro vigário do Santuário foi o padre Joaquim Pereira Ramos. Em 1817, a Igreja recebeu uma aquarela feita pelo pintor austríaco Thomas Ender, por ocasião de sua passagem pelo Santuário.

No ano de 2004, a Basílica Velha de Aparecida passou por uma restauração. Sua reinauguração foi em fevereiro de 2015. 

A chegada da Congregação dos Missionários Redentoristas à Aparecida
 

Em 1894, os Missionários Redentoristas chegam a Aparecida, provenientes da Baviera, Alemanha, para se dedicarem ao cuidado pastoral do novo Santuário, onde permanecem até os dias atuais. A Congregação do Santíssimo Redentor assinou o contrato, assumindo oficialmente o Santuário de Aparecida em janeiro de 1895.

Coroação de Nossa Senhora Aparecida


 

Foi sob a inspiração de Dom Joaquim Arcoverde, Arcebispo do Rio de Janeiro, primeiro Cardeal do Brasil, que surgiu a proposta da coroação da imagem de Nossa Senhora Aparecida. O tema foi sugerido em 1901, na primeira Conferência dos Bispos da Província Meridional do Brasil, realizada em São Paulo. O pedido foi aceito pelo Papa Pio X e a solenidade marcada para 8 de setembro de 1904.

Pela primeira vez, o Santuário reuniu cerca de 15 mil pessoas, 12 bispos e centenas de sacerdotes para a coração da Imagem. A missa aconteceu na praça do Santuário, presidida pelo Núncio Apostólico, Dom Júlio Tonti. O bispo de São Paulo, Dom José de Camargo Barros, foi quem coroou a imagem.

Inclusão de ritos dedicados a Nossa Senhora Aparecida durante as celebrações

Em 2 de março de 1906, o Papa Pio X concedeu a realização de missa e ofício dedicados à Nossa Senhora Aparecida, isto é, foram introduzidos textos no Missal e no Breviário da Igreja. A licença anterior, concedida por Leão XIII, em 1895, fixava as celebrações da festa somente no primeiro domingo de maio, sem Missa e Ofício próprio.

Além dos textos religiosos, algumas colaborações de leigos foram incorporadas à devoção no Santuário, como a canção “Viva a Mãe de Deus e Nossa”, hino da romaria que comemorou o primeiro aniversário da coroação da imagem, composta pelo Conde José Vicente de Azevedo.

Em 1908, Dom Duarte Leopoldo e Silva pediu e conseguiu o título e o privilégio de Basílica Menor para Basílica Velha. A dignidade foi concedida por Pio X, em 29 de abril de 1908, e executada com a sagração do templo por Dom Duarte, no dia 5 de setembro de 1909.
 

Em 1925, o Papa Pio XI concedeu aos fiéis que visitassem o Santuário de Nossa Senhora Aparecida os privilégios de indulgências plenárias, e aos sacerdotes que acompanhassem as peregrinações foi autorizada a celebração de Missa Votiva Solene, no altar da Imagem, para favorecer a piedade e a devoção dos fiéis.

Viva Mãe de Deus e nossa,/ sem pecado concebida!/ Viva, Virgem Imaculada! Ó Senhora Aparecida!

Aqui estão vossos devotos,/ cheios de fé incendida,/ de conforto e de esperança,/ ó Senhora Aparecida.Virgem Santa, Virgem Bela,/

Mãe amável, Mãe querida,/ amparai-nos, socorrei-nos,/ ó Senhora Aparecida!

Protegei a Santa Igreja,/ Mãe terna e compadecida!/ Protegei a nossa pátria,/ ó Senhora Aparecida!

Letra/Música: J. Vicente Azevedo

Fonte: Santuário de Nossa Senhora Aparecida

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