Entidades empresariais do Brasil emitem nota de repúdio a decisão de Alexandre de Moraes
25 de agosto de 2022

Para os empresários, a operação da PF para investigar supostos atos ilícitos seria mais um capítulo da “violência estatal” contra eles

Lideradas pelo Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Florianópolis (SC) 91 entidades de Santa Catarina, juntamente com outras lideranças empresariais, emitiram uma nota de repúdio veemente à decisão tomada pelo ministro do Tribunal Superior Federal (STF) e atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)Alexandre de Moraes, de conflagrar uma operação de busca e apreensão contra oito empresário de 5 estados, sendo 3 deles do Rio de JaneiroIvan WrobelJosé Isaac Peres e José Koury. O documento ressalta a sua desaprovação ao ativismo judicial, além de advertir que o Brasil caminha para uma “ruptura institucional”. O documento conta com o apoio de CDLs de outros municípios, Associações Empresariais e Sindicatos. As informações são do site ND+ e do Estadão.

Na nota, o empresariado critica a demonização que o segmento tem sofrido ao longo dos últimos anos, à ponto de ter cerceado o seu direito de expressão e opinião em um grupo privado de WhatsApp. Fato que, segundo eles, demonstraria uma quebra no “marco civilizatório” nacional que pode ser direcionado e aplicado a qualquer cidadão que emita opiniões diferentes das dos grupos que querem impor as suas narrativas sociais.

“O direito de poder expressar, de forma livre e desimpedida, opiniões e anseios é um marco civilizatório inquestionável, mas que tem tido pouco ou quase nenhum apreço a depender do segmento social de que origina – especialmente quando o assunto envolve o futuro do País e mais ainda quando o empresário ousa fazer ouvir a sua voz. O empresariado tem sido, cada vez mais, figura demonizada pela narrativa ideológica que despreza o seu papel de indutor do desenvolvimento”, afirmaram os empresários na nota.

Ainda de acordo com o documento, a operação realizada pela Polícia Federal, nesta terça-feira (23), com a solicitação da quebra de sigilos e bloqueio de acesso a redes sociais, para investigar possíveis ou supostos atos ilícitos seria somente mais um capítulo da “violência estatal” à qual os empresários brasileiros estariam sendo submetidos ao participarem do debate político ou manifestarem suas opiniões.  

A recentíssima operação policial autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), concretizada por meio de busca e apreensão em cinco estados, além de quebra de sigilos e bloqueio de acesso a redes sociais, sob o pretexto de “investigar ilicitudes”, é apenas o mais novo episódio de violência estatal a que estão acometidos os empreendedores brasileiros, alijados do direito de participar do debate político e de externar suas opiniões, quaisquer que sejam”, diz o documento.

Segundo os empreendedores, a atual conjuntura jurídico política brasileira teria chegado ao atual “ponto de ruptura” em razão do incentivo do poder que deveria primar pelo respeito às garantias constitucionais e aos valores basilares sobre os quais é erigida a nação brasileira.

“O tecido democrático chegou ao ponto da ruptura e quem deveria atuar para impedir tamanho prejuízo é, hoje, seu maior incentivador. A sociedade civil organizada, esteio dos valores morais que necessitam, mais do que nunca, ser fortalecidos para a própria viabilidade da Nação, não pode compactuar com tais atos”, disserem os empreendedores.

Leia a nota:

“O direito de poder expressar, de forma livre e desimpedida, opiniões e anseios é um marco civilizatório inquestionável, mas que tem tido pouco ou quase nenhum apreço a depender do segmento social de que origina – especialmente quando o assunto envolve o futuro do País e mais ainda quando o empresário ousa fazer ouvir a sua voz.

O empresariado tem sido, cada vez mais, figura demonizada pela narrativa ideológica que despreza o seu papel de indutor do desenvolvimento.

A recentíssima operação policial autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), concretizada por meio de busca e apreensão em cinco estados, além de quebra de sigilos e bloqueio de acesso a redes sociais, sob o pretexto de “investigar ilicitudes”, é apenas o mais novo episódio de violência estatal a que estão acometidos os empreendedores brasileiros, alijados do direito de participar do debate político e de externar suas opiniões, quaisquer que sejam.

Inebriados por um febril ativismo que transcende os limites de atuação como órgão responsável por garantir, em derradeira instância, o cumprimento da Constituição Federal, certos integrantes do STF ignoram solenemente o fato de que os empresários são, além de geradores de renda e oportunidades para todos, cidadãos como qualquer outro, portadores dos mesmos direitos consagrados a todos os brasileiros, independentemente de sua origem e trajetória social. Querer amordaça-los, impedi-los de influir no debate político ou até mesmo de externar opiniões é um perigosíssimo aceno a regimes em que o delito de pensamento é um ato que pode acarretar a perda da própria vida.

O tecido democrático chegou ao ponto da ruptura e quem deveria atuar para impedir tamanho prejuízo é, hoje, seu maior incentivador. A sociedade civil organizada, esteio dos valores morais que necessitam, mais do que nunca, ser fortalecidos para a própria viabilidade da Nação, não pode compactuar com tais atos.

As entidades que subscrevem este manifesto, representativas de milhões de brasileiros que correm riscos diariamente e têm, não raras vezes, o próprio Poder Público como seu maior empecilho, detêm o imperativo moral de dizer, com todas as letras, aos Senhores Ministros do STF: opinião não é crime!”

A operação da Polícia Federal foi deflagrada a pedido do ministro Alexandre de Moraes, após o acolhimento de uma representação da própria PF. A ordem foi expedida, na última sexta-feira (19), após o portal Metrópoles ter veiculado mensagens supostamente golpistas dos empresários em um grupo de WhatsApp. As ordens foram dadas na esteira do inquérito das milícias digitais, voltado a coibir a atuação de grupos organizados na internet para espalhar fake news e supostos ataques antidemocráticos.

Segundo o Estadão, durante a operação, foram apreendidos celulares que serão periciados pelos agentes federais. Há ordens para que sejam quebrados os sigilos bancário e de mensagens dos empresários, além do bloqueio de contas e suspenção dos perfis dos empreendedores nas redes sociais.

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em dez endereços residenciais e comerciais no Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará.

Os alvos são:

Afrânio Barreira Filho – Restaurante Coco Bambu;

Ivan Wrobel – W3 Engenharia;

José Isaac Peres – Grupo Multiplan;

José Koury – Dono do shopping Barra World;

Luciano Hang, Rede de lojas Havan;

Luiz André Tissot – Sierra Móveis;

Marco Aurélio Raymundo – Mormaii;

Meyer Joseph Nigri – Tecnisa.

Fonte: Diário do Rio

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