Venezuela: oposição denuncia 14 mortos durante a votação
30 de julho de 2017

Dez das mortes aconteceram em Mérida e Táchira

A Mesa de Unidade Democrática (MUD), que reúne partidos opositores na Venezuela, denunciaram a morte de 14 pessoas durante a repressão aos protestos neste domingo, 30. A informação foi transmitida pela deputada opositora Delsa Solórzano. Ela acrescentou que uma das vítimas é um menino de 13 anos. Dez das mortes aconteceram no interior do país, em Mérida e Táchira.

Até agora, o Ministério Público confirmou sete mortos durante as jornadas de protestos contra a votação para a Assembleia Nacional Constituinte, convocada pelo presidente Nicolás Maduro.

No total, segundo números da Procuradoria venezuelana, 114 pessoas morreram desde o início da onda de protestos no país, em abril.

Abstenção

A aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) calcula que apenas 9% dos venezuelanos com direito a voto foram neste domingo às urnas para escolher os integrantes da Assembleia Nacional Constituinte (ANC) convocada pelo presidente, Nicolás Maduro, para mudar a Carta Magna.

Segundo a deputada Delsa Solórzano, cerca de 25% de quem foi aos colégios eleitorais votou nulo, uma cifra que ela atribui aos funcionários públicos que consideraram estar obrigados a participar do pleito.

Segundo o governador do estado de Miranda, o opositor Henrique Capriles, houve 2,2 milhões de votantes até as 15h (horário local). Quase 19,5 milhões de venezuelanos estão inscritos no censo eleitoral.

Explosão em Caracas

Um agente ficou ferido após a explosão de três motos da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) nas imediações de um protesto contra as eleições realizadas neste domingo para escolher a Assembleia Nacional Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro na Venezuela (veja abaixo).

Ainda não se sabe o que provocou a explosão, que aconteceu na Praça Altamira, próximo a uma fileira de policiais motorizados, e causou tumulto entre as centenas de pessoas que se concentravam a poucos metros para protestar contra a votação.

Os demais agentes que integravam a comitiva da polícia – que desde o início do dia reprime concentrações contra a Constituinte – desceram das motos para auxiliar seus colegas e dispararam balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo para manter longe os jornalistas, que também foram agredidos.

Minutos depois, parte dos manifestantes – jovens mascarados para se proteger das bombas – entraram em confronto com os policiais.