Em resposta aos EUA, Putin ordena saída de 755 diplomatas americanos da Rússia
30 de julho de 2017

Objetivo é igualar a quantidade de diplomatas trabalhando nos dois países após o Congresso americano aprovar medidas contra o governo russo

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, determinou neste domingo (30) a retirada de 755 diplomatas norte-americanos do território russo. De acordo com o jornal “The New York Times”, a ordem estabelece o dia 1º de setembro como prazo para a saída. A decisão é considerada uma resposta à nova rodada de sanções que os Estados Unidos devem adotar contra a Rússia.

“Mais de mil funcionários – diplomatas e profissionais técnicos – trabalharam e continuam trabalhando atualmente na Rússia; 755 terão de interromper sua atividade”, disse Putin, em entrevista à rede de televisão Rossiya 1. O presidente russo afirmou que a paciência para melhorar as relações com os Estados Unidos se esgotou. “Esperamos há algum tempo que talvez algo mude para melhor, temos esperança de que a situação mude de alguma forma, mas, a julgar por tudo, se isso acontecer [as sanções], não será em breve”.

O objetivo do corte, segundo o jornal, é igualar a quantidade de diplomatas russos trabalhando nos Estados Unidos. Recentemente, o Congresso dos EUA aprovou uma série de medidas para punir a Rússia após investigações de agências de inteligência concluírem que Moscou tentou interferir nas eleições presidenciais do ano passado. A medida ainda precisa ser sancionada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, mas o governo já sinalizou que a aprova a decisão.

Segundo a porta-voz da Casa Branca, Sarah Hackabee Sanders, o republicano já “revisou a versão final, aprova a lei e pretende assiná-la”. Em resposta, o presidente russo afirmou que seu país tem uma série de medidas para responder diplomaticamente aos EUA. “Decidi que é hora de mostrar aos EUA que não deixaremos suas medidas sem resposta”. Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, a decisão do Congresso americano também é uma preocupação da Alemanha e da União Europeia.

Isto porque as sanções podem interferir no trabalho de empresas do continente europeu na tubulação do gás natural da Rússia. Em comunicado, o ministro de Relações Exteriores alemão, Sigmar Gabriel, afirmou que pressionará por uma ação conjunta em relação às penalidades contra o governo russo. “Não aceitaremos de forma alguma uma aplicação extraterritorial das sanções dos EUA contra empresas europeias”.

Fonte:  iG