UFRRJ de Seropédica utiliza geoprocessamento para aumentar segurança no câmpus
29 de setembro de 2017

Para proporcionar segurança à comunidade acadêmica e zelar por seu patrimônio, a Universidade Rural iniciou, em 30 de agosto, o monitoramento por câmeras de segurança no câmpus Seropédica. Técnicos da Coordenadoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (Cotic/Propladi) desenvolveram o suporte para o sistema, e os servidores da Divisão de Guarda e Vigilância (DGV) receberam treinamento para o uso do material.

Além das ações institucionais, a Rural conta com a participação de alunos e docentes, que trazem novas ideias para registro e análise das ocorrências no câmpus. Desde julho, o discente Philipe Rodrigo, graduando de Engenharia de Agrimensura e Cartográfica, participa do projeto “UFRRJ contra a violência”, em parceria com a DGV.

O projeto trouxe para a DGV o software livre e gratuito de sistema informação geográfica, o QGIS, em 2011, com a aluna Ruth Mariani, do mesmo curso de graduação de Philipe. O programa de geoprocessamento não era utilizado antes, e os casos só eram registrados em livros de ocorrência. O QGIS fornece as coordenadas geográficas a partir de uma ortofoto confeccionada pelo IBGE, isto é, uma fotografia aérea corrigida de todas as deformações que apresenta maior precisão e detalhamento dos espaços pesquisados.

Cada denúncia é identificada no mapa por pontos coloridos, onde uma cor corresponde a determinado tipo de fato. Philipe contou que apenas ocorrências que configuram crime de acordo com o Código Penal são registradas pela DGV. A última etapa do projeto é a elaboração do mapa anual para acompanhar as variações nos índices em cada ano, confeccionando-se um gráfico plurianual. Ao término, a planilha e o mapa são disponibilizados no portal da Guarda. A cada ano, o período anterior é divulgado no site (ocorrências de 2015 são publicadas em 2016, por exemplo).

Porém, ao acessar a página da DGV no portal da UFRRJ, o usuário não encontra os dados sobre ocorrências de 2016. Devido à paralisação do projeto, a última atualização traz os dados de 2015. O aluno também explicou que um incêndio em agosto, perto da Guarda, prejudicou as atividades, poias a fibra ótica foi danificada. “Ficamos sem internet. Assim que a conexão for reestabelecida, nós publicaremos na página os dados coletados”, disse o estudante.

Para Renan Canuto, diretor da DGV, o projeto está ajudando no posicionamento das câmeras em áreas de ocorrências: “A iniciativa nos deu um norte para direcionamento das câmeras e das patrulhas, em locais onde os estudantes estão mais expostos, assim como o patrimônio”, comentou Canuto.

Os dados levantados já serviram ao policiamento local. Ao analisar o mapa, foi verificado se os locais dos registros de ocorrência são pontos muito isolados ou próximos, facilitando o patrulhamento da Polícia Militar.

O diretor também relatou a dificuldade que existia antes de o sistema ser implantado na DGV: “Era muito desgastante. Perdíamos tempo para fazer o levantamento de todas as ocorrências. Não se especificava como está sendo realizado agora”. Os registros, feito manualmente em livros, transformavam-se em tabelas apenas com as classificações dos fatos.

“Estamos trabalhando na criação de um protocolo para divulgação das imagens, definindo quem pode ou não pode requisitar os registros, e como obter as imagens. Já criamos algumas regras para quem opera. Vamos submetê-lo à Reitoria, para que todos tenham acesso”, concluiu Canuto.