Cultura de Seropédica, exemplo de preservação da nossa história
4 de julho de 2015

Seropédica ganha centro cultural com 26 oficinas gratuitas em casarão de antiga Fazenda Paraíso da Serrinha

casarão da cultura

O silêncio na área verde de aproximadamente 24 mil metros quadrados da Fazenda Paraíso da Serrinha esconde não só histórias sobre a cidade de Seropédica, mas uma recente agitação. Dentro do casarão, que preserva a arquitetura típica do século 19, a arte preenche os salões.

Desde que foi inaugurado o Centro Cultural de Seropédica, há cerca de um mês, essa é a rotina do espaço. Idealizada pela Secretaria de Educação, Cultura e Esporte e coordenada pela subsecretaria de Cultura, a área localizada no Km 52 da antiga Rodovia Rio-São Paulo foi cedida pela Prologis CCP, que comprou o terreno em 2010 e fez toda a restauração. O investimento foi de R$ 600 mil.

 

 A subsecretária Nádia Alvarez não esconde a felicidade. Moradora do município, ela conta que o local sempre gerou curiosidade na região pela representatividade histórica:

— As pessoas queriam conhecer o espaço, que agora é aberto ao público. Era muito grande a minha expectativa em ter um equipamento de cultura deste tipo. Fico feliz em cruzar com meninas vestidas de rosa para ir ao balé.

A subsecretária Nádia Alvarez mostra um dos salões do recém-inaugurado centro cultural
A subsecretária Nádia Alvarez mostra um dos salões do recém-inaugurado centro cultural

São 26 oficinas gratuitas para todas as idades em dança, artesanato, música, teatro e artes plásticas. O centro cultural conta ainda com um espaço de memória — uma mostra permanente que relata a história do município — um salão de exposições, salas para contação de histórias e um teatro.

Centro é premiado em evento

Mesmo com pouco tempo de inauguração, o espaço já tem suas conquistas. O centro cultural foi o único do estado do Rio a ser premiado no Circuito Off deste ano, pela programação do Dia da Música, comemorado em 21 de junho.

Na ocasião, a programação, que durou o dia inteiro, teve apresentações da cantora Luiza Borges e artistas locais.

— Foi uma ousadia que deu certo. Todos abraçaram o evento — diz Nádia.

Exposição de artista da região

Puchinelle acha importante que os alunos explorem seus próprios talentos
Puchinelle acha importante que os alunos explorem seus próprios talentos 

Uma das exposições em cartaz é a “Tupinambois brasilis”, de Pucchinelli Ronaldo, de Campo Grande. As pinturas a óleo são da fase inicial do artista, formado na Escola de Belas Artes. Além das obras, ele trabalha como pintor de arte para escolas de samba do Rio. Pucchinelli já colaborou com importantes desfiles da Beija-Flor, Vila Isabel e Mocidade.

— Com a pintura posso dar uma ideia visual de que o papel é um metal, por exemplo. O carnaval é uma grande mentira e vence aquele que mente melhor — ensina o artista.

Oficina de artes pode mudar vidas

Além de expor, Pucchinelli dá aulas na oficina de pintura e desenho que acontece às terças e quintas, no turno da manhã (das 9h às 11h) e da tarde (das 13h às 15h), no Centro Cultural Seropédica. Já são 15 alunos com idades a partir de 6 anos. Para o artista, uma aula de artes pode transformar vidas.

— Muda desde as pequenas atitudes. Crianças agitadas começam a ter mais paciência porque aprendem a observar. Mas também conheço rapazes que eram do tráfico e hoje trabalham em escolas de samba — orgulha-se.

Nessa mesma área são oferecidas aulas de grafite, às segundas, das 10 às 11h, ou das 14h às 15h; e mangá, também às segundas, das 9h às 10h e das 13h30m às 14h30m.

Aula de dança é para todos

Bárbara Oliveira ensaia um passo de bolero com o seu professor, Ithalo Marthins
Bárbara Oliveira ensaia um passo de bolero com o seu professor, Ithalo Marthins 

A oficina de dança de salão mostra que o casarão está aberto à todos: uma das 30 alunas é cadeirante. O professor Íthalo Marthins conta que faz os passos de acordo com as possibilidades de cada um. No caso de Bárbara Oliveira, que não consegue sustentar a coluna, a melhor opção entre os quatro estilos ensinados é o bolero:

— É mais lenta, o que nos permite dançar até fora da cadeira. A atividade se transforma em um ótimo exercício para o fortalecimento dos músculos.

Íthalo começou a carreira no teatro e, há sete anos, sentiu a necessidade de saber dançar. A partir daí, não parou mais. Há um ano é animador cultural de Seropédica. Já no Centro, dá aulas em duas turmas: às terças e quintas, das 13h30m às 14h30m e das 15h30m às 16h30m.

História da cidade em livro e documentário

O Centro Cultural de Seropédica fica aberto para visitação de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Às quintas, são organizadas programações com apresentações culturais.

Quem for ao local pode conhecer também as outras oficinas oferecidas pelo espaço: costura, artesanato, canto, bateria e percussão, teclado, guitarra e baixo, violão, violino, flauta, sax, stiletto, jazz, axé, samba funk, hip-hop e balé. Para se inscrever, tem que levar cópias da identidade e do comprovante de residência, duas fotos 3×4 e o atestado médico. Não precisa ser morador de Seropédica para participar.

Cantinho para contação de histórias
Cantinho para contação de histórias 

Os interessados podem encontrar mais informações na internet: www.facebook.com.br/centroculturaldeseropedica.

Outras novidades vêm aí, além do centro cultural. A Subsecretaria de Cultura está elaborando mais projetos para a recuperação da memória do município. E contará com a ajuda da ex-proprietária do casarão, Maria da Conceição Teixeira da Rosa.

Um dos projetos é um livro que traz diferentes temas relatados por professores e personagens importantes para a história de Seropédica. Além disso, está sendo produzido o documentário “Colcha de retalhos”, com depoimentos de moradores da região.

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Fonte: Jornal Extra

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