Sabia que o sorvete de casquinha surgiu por causa de uma epidemia?
1 de julho de 2020

Antes das casquinhas como conhecemos hoje, o sorvete era servido em copos de vidro reutilizáveis – uma fonte de vírus e bactérias, segundo as autoridades de saúde

Imprescindível no verão, o sorvete, tal qual conhecemos hoje, é uma invenção recente. Até o século 18 não existia tecnologia necessária para produzi-lo, e o sorvete era um luxo encontrá-lo apenas nas cortes reais. 

Porém, quando foi inventado o refrigerador, o problema da produção em massa dessa sobremesa foi resolvido. Mas surgiu outra questão: como transportar o sorvete para o consumo individual? Por isso, durante mais de cem anos, ele  continuou restrito ao consumo em locais seletos, como as padarias. 

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No começo do século XX, finalmente, surgem os primeiros carrinhos de sorvete e o consumo do produto começa a se popularizar. Mas ainda persistia o problema do transporte individual e da maneira de servir. A solução adotada foi a produção de copinhos de vidro – chamados na Inglaterra de penny lick, pois custavam apenas um centavo (“penny”, em inglês).

Depois de serem consumidos por um cliente, o copinho era lavado e reutilizado, como explica Robin Weir, autor do livro Penny Licks and Hokey Pokey, Ice Cream Before the Cone, que conta a história do sorvete. 

No entanto,  durante as epidemias de cólera e tuberculose, os penny lick (e outras soluções parecidas adotadas em outros lugares da Europa) foram tidos como uma potente fonte de contágio e transmissão de doenças.

As autoridades proibiram o uso dos copinhos de vidro na pandemia de gripe espanhola, em 1919. Em meados dos anos 20, praticamente toda a Europa tornou obrigatório o uso de cones feitos com massa de farinha, a casquinha como conhecemos hoje, que, embora existisse desde 1903, era considerada muito frágil pelos sorveteiros. 

Neste caso, foi a legislação que obrigou os sorveteiros a se conformarem com os cones de casquinha, dando origem a uma das sobremesas mais tradicionais em todo o mundo hoje em dia. 

Em meio a grandes tragédias, como as pandemias, também surgem avanços inesperados! 

Artigo originalmente publicado por Una Penna Spuntata, traduzido e adaptado por Aleteia Português. 

Fonte: Aleteia