Nesta segunda-feira 13 Seropédica comemora 29 anos do Plebiscito que gerou a sua Emancipação
12 de março de 2023

A História por trás da Emancipação de Seropédica é um legado para os homens e mulheres que lutaram bravamente para ver o município se desenvolver por suas próprias pernas. Esse era o pensamento principal, já que Seropédica era abandonada por Itaguaí.

Divulgação do TRE

https://www.tre-rj.jus.br/institucional/memoria-das-eleicoes-do-rj/eventos-eleitorais/eventos-eleitorais-por-periodo/1989-2001

O sentimento para termos uma Prefeitura que realmente cuidasse da cidade, com drenagem e pavimentação em todas as ruas, Saúde e Educação, vinha cada dia mais crescendo entre a população. As obras só apareciam no último ano antes das eleições, uma forma de enganar a população. 

Atualmente não estamos vendo mais isso, apesar de muita coisa precisa ser feita, mas para isso necessita de recursos financeiros, para fazer do município uma nova cidade. De dois anos para cá é que começaram realmente as obras no município, com o Prefeito Professor Lucas, jovem e empreendedor, onde vem investindo os recursos da prefeitura em obras de infraestrutura, ampliando a Saúde com reformas, e na melhoria e reconstrução das Escolas.

Seropédica é cercada por seis municípios, uma área de 283 km², e a maioria dos bairros são equidistantes um do outro por cerca de 8 km dificultando sua manutenção. Boa parte das terras de Seropédica pertence ao INCRA, e dentro desta área existem terras onde estão a UFRRJ, Embrapa com áreas territoriais em desuso.

História

O início do desbravamento de Seropédica, data de meados do século XVII, porém em 1818, a aldeia de Itaguaí foi elevada à categoria de vila, com a denominação de Vila de São Francisco Xavier de Itaguaí, cujo município foi desmembrado de territórios do Rio de Janeiro e de Angra dos Reis.

A passagem da antiga Rodovia Rio São Paulo pelo território do antigo Distrito de Seropédica, a instalação da indústria têxtil no antigo Distrito de Paracambi, aliadas às obras de saneamento da Baixada Fluminense, empreendida por Nilo Peçanha, que permitiram o aproveitamento de grandes áreas, possibilitaram ao Município de Itaguaí (Município Mãe) readquirir sua antiga posição de prestígio.

Em 1938, foram iniciadas, em Seropédica, as obras do Centro Nacional de Estudos e Pesquisas Agronômicas, onde hoje funciona a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. UFRRJ.

Em 1948, com a transferência do campus da UFRRJ para as margens da antiga Rodovia Rio São Paulo, hoje BR-465, iniciou-se o desenvolvimento urbano de Seropédica.

A história do município é muito longa e vem desde o período das capitanias hereditárias.

Umas das histórias importantes do município foi o SAPS

Com a intenção de melhorar as condições de alimentação dos trabalhadores, o Governo Vargas criou, em 5 de agosto de 1940, o SAPS. Trata-se de restaurantes populares que ofereciam refeições aos trabalhadores por um preço bem modesto. Diretamente subordinado ao Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, o SAPS fazia parte de um programa estatal de melhoria da situação de vida dos trabalhadores.

O Serviço de Alimentação e Previdência Social (SAPS) funcionava no II Distrito de Itaguaí hoje Seropédica. O SAPS alimentava o Rio de Janeiro com atividades agrícolas, onde produzia abacaxi, abóbora, abobrinha, arroz, aipim, batata doce, berinjela, banana, café, cebola, cenoura, feijão, feijão de corda, maracujá, maxixe, pepino, pimentão, quiabo, tomate, e tomate cereja. A produção animal se baseia na criação de suínos, galinhas (postura), gado (corte e leite).

OS DESÍGNIOS QUE LEVARAM SEROPÉDICA DE DISTRITO A MUNICÍPIO

Eleição Municipal de Itaguaí em 1978 elegeu entre os Vereadores, que teve como a grande surpresa a eleição de Reny Barbosa, representando o Município de Seropédica, o qual se reelegeu Vereador em 1982, com Otoni Rocha eleito Prefeito.

Reny Barbosa, ouvindo os anseios dos Munícipes, e com a dificuldade de trazer os benefícios que a população de Seropédica almejava, declarou na Câmara Municipal de Itaguaí, seu desejo de transformar o Distrito de Seropédica em Município, e começou a reunir amigos, lideranças comunitárias e comerciantes, desiludidos com o poder Público Municipais, e com o descaso das administrações de Itaguaí com o Distrito de Seropédica.

Em 1983, foi realizado uma primeira reunião com ATA do Movimento Emancipacionista Seropedicense, Presidida pelo Professor Elias Rezende e Secretariado pelo Senhor Didi Pimenta, com Reny Barbosa como o único Vereador de Mandato no Município de Itaguaí, favorável ao Movimento Emancipacionista, bem como a participação de Empresários, liderados por Naldo Romano e sua esposa Eva Romano e Ângelo Catein, líderes comunitários, José Pipoca, Servidores Públicos da UFRRJ, alguns estudantes, bem como moradores descontentes com atuação e desígnios dos recursos de Seropédica, utilizados por Prefeitos de Itaguaí.

Movimento de Emancipação que tomou força, contudo não atingiu o objetivo, mas teve seguimento com a entrada do Médico e Ex-Prefeito Newton Cavalcanti, o qual trouxe autoridades estaduais, como o então Deputado Nilo Campos e outros, para abraçar o movimento emancipacionista.

Em reunião ocorrida na casa do líder Comunitário José Alcebíades (Zé da Pipoca), junto com um outro grande líder comunitário do Km 40, Albertino Pinto dos Santos, novo grupo de lideranças emancipacionistas foi formado, assumindo a Presidência do Movimento Emancipacionista, o Empresário Zealdo Amaral, o qual unificou o grupo e levou até a vitória final, transformando com apoio da população, O distrito de Seropédica em Município.

 História da Emancipação

Em 25 de novembro de 1990 lhe é dada a 1ª oportunidade de decidir, sendo o plebiscito (consulta à população diretamente interessada), a última fase do processo. Realizado o 1º plebiscito, a população comparecente não foi suficiente para atingir o quórum estabelecido (metade dos eleitores inscritos na área litigante (50% + 1), faltaram aproximadamente novecentos votos. Era sabido que o povo queria a emancipação, cerca de 90% dos que compareceram (mais de 10 mil eleitores) disseram SIM. O que teria acontecido? Teria sido a vitória do contra! – Não, pois a análise dos resultados mostrava que o povo precisa ser melhor preparado: era necessária uma maior divulgação, de modo que atingisse toda a população. Viveu-se momentos de grande tristeza, pois alguns distritos que concorreram com Seropédica tiveram êxito: era preciso começar tudo de novo e naquele momento

Surge um novo processo com o mesmo objetivo e, de imediato é protocolado na Assembleia Legislativo do Estado.

Estávamos no final da legislatura iniciado em 1991 e a ansiedade pela marcação do próximo plebiscito era esperada por todos.

Aguardada a autorização do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), organizaram-se comissões de trabalhos, verificaram-se as falhas cometidas e a participação e divulgação foi aberta a todos; convidaram-se inúmeros políticos a darem maiores esclarecimentos sobre emancipações e a legislação pertinente. Teve-se o apoio da Universidade Rural, através dos sindicatos ali organizados (de docente e de funcionários); houve a manifestação das entidades religiosas, os comerciantes, passaram a dar maior credibilidade e até alguns mineradores trouxeram as suas contribuições. Os veículos de som de alguns parlamentares foram também de especial valia durante a campanha, que foi coroada e exaltada como limpa e democrática. A antecipação desse plebiscito aconteceu surpreendendo o prefeito do município de origem, que ainda em início de governo nada pudera fazer para levar essa consulta para o final do ano, quando melhor poderia dificultar.

Mesmo assim o governante municipal tentou por várias maneiras confundir o eleitorado. 1º tentou a divisão do distrito em dois, tocou obras do km 49, aos 50 da antiga estrada Rio-São Paulo, de modo que, a empreiteira contratada trabalhava diuturnamente. Vendo aquilo, o povo desconfiou…  Passando a refletir em cima da parábola: “a esmola quando é demais…” o que por sinal não era esmola e sim obrigação. Na verdade, eram obras oportunistas e de péssima qualidade. Ao aproximar-se o plebiscito marcado para o dia 13 de março de 1994, a máquina administrativa municipal desencadeou uma campanha contra, como nunca se vira antes e em lugar nenhum! Os funcionários públicos municipais (professores, etc.); os instáveis principalmente, os alunos, os pais de alunos, etc., foram intimidados ao não comparecimento; as penalidades seriam: demissões, transferências, fechamento de escolas, fim da merenda escolar e muito mais. Em algumas localidades eleitores foram impedidos de chegarem ao lugar de votação. Surgiram dezenas de veículos Kombi, conclamando o povo para o não comparecimento e o principal slogan era ‘’ QUEM AMA, NÃO VOTA’’.

Essa frase foi de uma infelicidade tamanha, sem procedentes. Mais tarde, o feitiço acabou virando contra o feiticeiro. Até uma pesquisa foi encomendada ao IBOPE; o resultado só não foi divulgado, por ter sido favorável aos emancipacionistas (o comparecimento atingiria o quórum e como da vez passada, quase que unanimidade pelo sim). Mas eles maquiavelicamente pós-graduados, tinham ainda alguns trunfos de maldade: 1ª seria na apuração, tudo bem! Seria apurada em Seropédica só 99% dos escrutinadores viriam de fora.

A certeza da vitória era tamanha que isso não foi questionado. E tudo aconteceu como eles haviam previsto; muitos votos foram eliminados, destruídos. Havia um 2º plano, uma arma ainda mais poderosa; se tudo falhasse e não fosse descoberta a tempo, o seu efeito seria devastador. Mas, o dedo de Deus estava ali, em favor do humilde povo Seropedicense que tudo via e assistia com passividade. Graças a algumas pessoas, o tiro acabou saindo pela culatra! Desconfiaram a tempo, o grande número de pessoas falecidas constantes da lista de eleitores.

Então, era muito difícil atingir o quórum por mais que fosse o comparecimento. Feito o recurso ao TER dentro do prazo legal! Entre outros, os resultados aos poucos foram clareando e mesmo assim para poucos; uma grande maioria acreditava que resultado algum, só quando o prefeito quisesse. Nós esperávamos que fosse feito justiça; sempre a apregoávamos e nela, sempre acreditamos.

Finalmente em 12 de outubro de 1995 nascia mais uma “criança”. O Governador do Estado do Estado do Rio de Janeiro assinou em praça pública a lei 2.446, criando o Município de SEROPÉDICA.

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