Governo do Rio cria Coordenadoria de Desaparecidos
9 de janeiro de 2019

Iniciativa vai integrar secretarias e atuar em parceira com a Polícia Civil para ajudar famílias

O Governo do Rio criou, nesta quarta-feira, a Coordenadoria de Desaparecidos. A entidade será vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos e será comandada pela a mãe do lutador de MMA Vitor Belfort, Jovita Belfort, que teve a filha, Priscila, desaparecida há 15 anos. O lançamento da coordenadoria aconteceu no Palácio Guanabara e contou com a presença do governador Wilson Witzel e a secretária Fabiana Bentes.

“A coordenadoria vai permitir que as políticas públicas voltadas para a melhoria das condições de investigação de desaparecidos sejam uma realidade. Vai integrar várias secretarias e ajudará o Instituto Felix Pacheco a estruturar a coleta do material genético junto às famílias, que hoje têm pessoas desaparecidas. Enfim, uma política pública que começa a ser estruturada a partir de hoje”, afirmou o governador. 

A iniciativa, inédita no estado do Rio, vai planejar e executar ações para consolidar um sistema estadual de referência na elaboração de políticas públicas e atendimento aos desaparecidos e suas famílias. “Vamos lutar por um cadastro único e pela criação do Alerta Pri (nome em homenagem a Priscila Belfort), que será semelhante ao alerta Amber, dos Estados Unidos, que avisa quando uma pessoa some e divulga seus dados. A coordenação dará ferramentas para que as políticas públicas possam se estender pelos governos seguintes”, disse a secretária Fabiana Bentes. 

Sobre a criação do sistema de alerta Pri, a secretária explicou que a ideia é firmar um acordo com as empresas de telefonia para que, a cada caso de desaparecimento, os celulares emitam o aviso. 

Após o desaparecimento de Priscila, Jovita se mobilizou pela causa, o que levou à criação da primeira delegacia especializada, e passou a atuar junto à delegada titular Ellen Souto, com quem trabalhará em parceria. A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) funciona na Cidade da Polícia.

“Tenho orgulho de ter contribuído com a campanha para a criação da primeira Delegacia de Desaparecidos, que hoje é um exemplo para o Brasil. Entre 80% e 90% dos casos são resolvidos anualmente”, disse Jovita. 

A delegada Ellen Souto ressaltou a importância da elaboração de um cadastro nacional de desaparecidos, pois atualmente, além do Rio de Janeiro, apenas São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina contam com delegacias especializadas.  

Fonte: O DIA