Caso Marco Aurélio: Primeira etapa de escavação no Pico dos Marins é encerrada
22 de setembro de 2023

Escoteiro desapareceu em 1985 em uma trilha no Pico dos Marins, em Piquete, a 200 quilômetros da capital paulista. Por cinco dias, a polícia fez nova escavação em local de desaparecimento, após encontrar indícios de possíveis covas. Caso Marco Aurélio: escavação chega ao fim sem localizar ossos.

A primeira etapa da operação de escavação no Pico dos Marins, que busca por vestígios do escoteiro Marco Aurélio, desaparecido há 38 anos, foi encerrada no final da tarde desta sexta-feira (22). As atividades serão suspensas enquanto a polícia aguarda o resultado das análises dos materiais já coletados. Ainda não há previsão de quando as buscas serão retomadas.

Ao longo de cinco dias, diversas amostras foram foram coletadas durante o trabalho para análise da perícia. Esses materiais serão analisados em laboratório em busca de material genético. A princípio, não foram localizados ossos.

Nesse período, as buscas foram concentradas em um único ponto do Pico dos Marins em Piquete, cidade do interior de São Paulo que fica a 200 km da capital. Outros quatro pontos ainda devem ser periciados, quando a operação for retomada.

Diariamente, cerca de 30 pessoas, entre peritos e agentes de segurança pública, estavam mobilizados nas buscas e escavações.
Escoteiro Marco Aurélio Simon desapareceu aos 15 anos em 1985 no Pico dos Marins em Piquete (SP)

Veja onde as buscas pelo escoteiro se concentram

A polícia acredita que o corpo de Marco Aurélio possa estar em um dos cinco locais que estão sendo periciados no Pico dos Marins, após um drone de tecnologia alemã apontar que há possíveis covas no local. O Pico dos Marins é onde o escoteiro foi visto pela última vez em 1985, após sair para buscar ajuda para um colega.

Apesar da operação de escavação realizada em buscas de restos mortais, uma outra linha de investigação da polícia, que é apoiada pelo pai do escoteiro, aponta para a possibilidade de Marco Aurélio estar vivo – leia mais detalhes abaixo.

Como funciona o drone usado nas buscas pelo escoteiro que sumiu há quase 40 anos
Por que as buscas foram retomadas?

Desde 1985 que a polícia e a família buscam por Marco Aurélio, que desapareceu quando fazia uma trilha ao cume do Pico dos Marins acompanhado de três amigos de mesma idade, 15 anos, e o líder de escotismo do grupo.

Já foram feitos interrogatórios, escavações, o desaparecimento ganhou repercussão nacional, o caso foi arquivado, desarquivado, retratos de como o escoteiro estaria atualmente foram divulgados, novas buscas e escavações foram realizadas, mas nenhuma pista concreta sobre o que aconteceu com Marco foi encontrada ao longo desses anos.

Segundo a Polícia Civil, o motivo da retomada repentina do caso é que surgiram novas pistas de que o corpo de Marco Aurélio pode estar enterrado no Pico dos Marins.

Drones que têm capacidade de fazer detecção de materiais mesmo em uma grande profundidade, sobrevoaram o Pico dos Marins e identificaram ao menos cinco pontos do terreno onde ossos estariam enterrados. A polícia acredita que esses locais podem ser covas e que o corpo de Marco pode estar no local.

Caso desarquivado

O caso foi desarquivado em 2021, após novos indícios abrirem duas linhas de investigação da polícia. A primeira delas é a de que ele pode ter sido morto e enterrado em uma área próxima ao acampamento.

Em novembro do ano passado e em julho de 2021, escavações chegaram a serem feitas pela Polícia Civil em uma casa e terrenos na área rural de Piquete (SP), mas nos dois casos a ação terminou sem o encontro de novas evidências sobre o caso Marco Aurélio.

Cães farejadores participaram da última busca em 2022, mas apenas um material orgânico, sem relação com o escoteiro, foi localizado na época.

ENTENDA O CASO:

Acredito que ele saiu de lá vivo, diz delegada que investigou caso Marco Aurélio em 1985
É uma tortura mental que se arrasta há anos, diz pai de escoteiro desaparecido
Autor de trilogia sobre escoteiro desaparecido diz acreditar em hipótese de que Marco Aurélio esteja vivo

Segunda linha de investigação

A outra possibilidade que será investigada pela Polícia Civil é a de que Marco Aurélio possa estar vivo e hoje esteja em situação de rua. Há depoimentos de que ele foi visto em Taubaté em mendicância.

A família encomendou de peritos uma imagem envelhecida do escoteiro, com características de morador de rua e usa para tentar encontrá-lo (veja abaixo). Para esta linha de investigação, a polícia acionou as penitenciárias da cidade, equipes da Polícia Civil e Militar.

Esta linha é também o que acredita a delegada Sandra Vergal, responsável pela investigação do caso à época.

Família fez imagem de como Marco Aurélio estaria hoje; hipótese é de que ele viva como andarilho.
Desaparecimento e histórico

Marco Aurélio Simon desapareceu na manhã do dia 8 de junho de 1985. Ele e outros três amigos, todos com 15 anos à época, acompanhados de um líder dos escoteiros faziam uma trilha ao cume do Pico dos Marins, o mais alto do estado de São Paulo, que fica na cidade de Piquete.

À época, polícia, bombeiros e equipes de inteligência fizeram buscas por 28 dias na área. Um inquérito foi aberto na Polícia Civil para investigar seu desaparecimento, mas terminou arquivado e sem resposta. Mais de 30 anos depois, com um novo depoimento, a polícia decidiu pela reabertura e investigação do caso.

A primeira linha já foi executada em parte, com uma escavação, que terminou sem o encontro de novos indícios. Ainda há uma área a ser escavada, mas é classificada como de preservação ambiental e, por isso, foi necessária uma série de autorizações.

A segunda aponta suspeita de que estaria em Taubaté, depois de terem visto um morador de rua com os mesmos traços dele. À época do desaparecimento, havia depoimento de um motorista de ônibus que disse ter visto Marco Aurélio e ter dado a ele carona para ele.

A polícia tem ouvido pessoas que estavam com o menino à época, pessoas que disseram ter visto Marco Aurélio e mapeado penitenciárias e espaços de acolhida de pessoas em situação de rua em busca de informações.

Fonte: Rastro 101

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