Moradores do Rio denunciam problemas de saúde pública causados por novo aterro sanitário em Seropédica
17 de agosto de 2013

Rinite, bronquite, asma, irritação nos olhos e na garganta, além de enjoos diários são os sintomas relatados por vários moradores do bairro de Chaperó, na divisa dos municípios de Seropédica e Itaguaí, na região metropolitana do Rio. De uma hora para outra, eles viram o bucólico lugarejo ao pé da serra, antes rodeado por campos e bosques, tomado por centenas de caminhões de lixo, que levam os detritos para o centro de tratamento de resíduos (CTR) da empresa Ciclus, responsável por processar toneladas de detritos provenientes do Rio de Janeiro e de outros municípios próximos.

A dona de casa Adriana dos Santos da Silva mora com os três filhos – de 7, 10 e 14 anos – próximo do novo aterro e viu a saúde das crianças piorar desde o início dos trabalhos, há pouco mais de seis meses.

“Nós queremos que interditem isso aqui, porque está afetando a saúde dos moradores, principalmente das crianças e das pessoas idosas. Meus filhos estão com problemas de saúde, com bronquite e sinusite e às vezes tenho de levá-los para o hospital. Eu mesma tenho tido crises constantes de bronquite e falta de ar.”

Para o ajudante de caminhão Marco Antônio Patrocínio, a preocupação é com a infestação de moscas, que aumentaram de número desde o início do aterro.

“As moscas pousam no chorume e depois vêm infectar as crianças.” A proliferação de insetos também incomoda Sonia Regina, que há 25 anos mora em Chaperó, mas agora tem dúvidas se vai continuar morando no local.

Até para vender os imóveis ficou difícil, pois o bairro todo sofreu desvalorização, segundo o militar reformado José Reinaldo Evangelista. “Os imóveis estão desvalorizados. A gente bota placa e ninguém quer comprar. Em compensação, nosso IPTU [Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana] é altíssimo, porque consideram como área industrial. Paguei mais de R$ 1 mil para a prefeitura de Itaguaí este ano.”

De acordo com o líder comunitário Everaldo Eufrásio Francisco, mais de 10 mil pessoas estão sendo atingidas pela poluição. “A implantação desse lixão vem causando prejuízo para a nossa comunidade. Já é caso de saúde pública. Minha esposa é um exemplo, pois está sofrendo de bronquite asmática e constantemente vem apresentando dificuldades de respiração. O cheiro é insuportável e mesmo durante a madrugada impede o sono. Fora o barulho dos caminhões, durante toda a noite.”

A empresa Ciclus foi procurada para comentar as denúncias dos moradores. Enviou uma nota, admitindo que as fortes chuvas podem ter elevado o odor: “A CTR Rio é a mais moderna Central de Tratamento de Resíduos da América Latina. Inaugurada em 2011, a unidade foi desenvolvida com a mais alta tecnologia em um processo de implantação gradativa, que segue o cronograma previsto. A empresa está sempre atenta a melhorias operacionais e está estudando alternativas para controlar ainda mais o odor provocado pelas fortes chuvas que vêm assolando a região neste início do ano”.

Detritos provenientes do Rio de Janeiro e outros municípios da região metropolitana são levados para o aterro sanitário do bairro Chaperó

Problema se agravou com as fortes chuvas que atingiram a região no início do ano. População pede a interdição do lixão

AGÊNCIA BRASIL Fonte: http://www.otempo.com.br/capa/brasil/moradores-do-rio-denunciam-problemas-de-sa%C3%BAde-p%C3%BAblica-causados-por-novo-aterro-sanit%C3%A1rio-1.391014

 

 

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