Cruzeiro é tetracampeão brasileiro
23 de novembro de 2014

Chuva e Goiás tentam impedir, mas Cruzeiro vence e festeja o tetra brasileiro

Gols de Ricardo Goulart e Everton Ribeiro no Mineirão sacramentaram a conquista antecipada com duas rodadas de antecedência. Próximos passos: Copa do Brasil e taça no dia 7

Nunca um título do Campeonato Brasileiro se anunciava tão cedo na era dos pontos corridos quanto o do Cruzeiro em 2014. Os comandados por Marcelo Oliveira atingiram a ponta da tabela na sexta rodada, após vencer o Sport por 2 a 0, e não largaram mais. Adversários até esboçaram uma concorrência, mas que não passaram de meras ameaças. São 31 jornadas de forma soberana na primeira colocação, com sete pontos de vantagem para o vice-líder. O quarto nacional da história do clube e o segundo consecutivo, obtido de forma antecipada neste domingo, após a vitória por 2 a 1 sobre o Goiás, no lotado Mineirão, vem de forma incontestável.

Cruzeiro é tetracampeão brasileiro

Com o triunfo, o Cruzeiro chegou a 76 pontos, atingindo a mesma pontuação da campanha vencedora em 2013 e faltando duas rodadas para o fim do Brasileirão. Não há melhor forma de mostrar: o era já bom pode ficar ainda melhor.

Veja como está a classificação do Campeonato Brasileiro

Após alguns minutos de tensão e de jogo truncado por conta do gramado encharcado do Mineirão, o Cruzeiro selou a vitória sobre o Goiás graças a gols de seus principais jogadores nas duas últimas temporadas: Ricardo Goulart, um dos artilheiros da competição, e Everton Ribeiro, eleito o melhor do Brasileirão de 2013. O goleiro Fábio, que não decide com gols, não pode ser ignorado. Fez defesaças para que a festa pelo bi não fosse adiada por mais uma rodada.

Cruzeiro campeão: Confira a participação de cada atleta no título e baixe o pôster do tetra

Agora, a espera do cruzeirense será por outro momento: o de levantar a taça. A CBF fará a cerimônia na última rodada, contra o Fluminense, dia 7 de dezembro, contra o Fluminense. Antes, porém, há um desafio na próxima quarta-feira: reverter a vantagem de 2 a 0 do rival Atlético-MG na decisão da Copa do Brasil.

Padrão várzea

Estádio cuja reforma custou R$ 695 milhões, o Mineirão ganhou padrão Fifa para a Copa do Mundo, mas o gramado tinha mais aspectos de futebol amador. Choveu em Belo Horizonte minutos antes do jogo e durante o primeiro tempo, mas a drenagem não deu conta e transformou uma das faixas laterais numa enorme poça d’água. O Goiás demorou para perceber que, pelo lado direito de seu ataque, trocar passes ou ganhar na velocidade da marcação era algo impraticável.

Pedro Vilela/Getty Images

Willian e Thiago Mendes encaram a poça d’água no Mineirão

Foi no lado oposto do campo, com bola rolando melhor mesmo com algumas faixas d’água, que o Cruzeiro achou seu melhor futebol no primeiro tempo, quase marcou com Marcelo Moreno aos sete minutos e abriu o placar, aos 12. Everton Ribeiro viu a passagem do lateral-direito Mayke, que cruzou na cabeça de Ricardo Goulart – ele fez seu 15º gol no Brasileirão, empatando na liderança da artilharia com Henrique, atacante do Palmeiras, que ainda jogaria na rodada.

O gol que fez o Mineirão aumentar em euforia deixou o Cruzeiro menos intenso. O Goiás, enfim, achou as melhores formas de driblar as poças e chegar na área de Fábio. Aos 22, dez minutos após o gol de Goulart, os visitantes empataram com Samuel, em belo chute, aproveitando falha do zagueiro Léo, que não achou nada em sua tentativa de cortar de cabeça o cruzamento de David. Por pouco a virada não veio aos 24, se Erik não tivesse cabeçeado fraco dentro da área.

Com a torcida mais calada, mas ainda com o título antecipado nas mãos por conta dos outros resultados da rodada, o Cruzeiro tentou retomar o controle do jogo, mas teve sua melhor chance apenas aos 43 minutos, em cabeçada de Léo que foi para fora.

Seis minutos sem a taça

O jogo seguiu truncado após a volta do intervalo. O Goiás marcava melhor e reclamou de pênalti aos oito minutos, quando Henrique deu carrinho dentro da área na tentativa de desarmar Samuel e a bola tocou em seu braço esquerdo, mas o árbitro Paulo Godoy Bezerra, que estava próximo do lance, mandou seguir.

Quando o relógio apontava 11 minutos de bola rolando no Mineirão, entrou um novo elemento na briga pelo título antecipado: os outros jogos da rodada. O São Paulo fez 1 a 0 sobre o Santos com Boschilia, e o resultado obrigava o Cruzeiro a vencer para faturar o bi neste domingo. O sistema de som do Mineirão não informou o placar alterado no clássico paulista.

A agonia, porém, durou apenas seis minutos. Aos 17, Willian fez bela jogada pelo lado esquerdo e Everton Ribeiro cabeceou para o gol aberto. A torcida voltou a se empolgar, mesmo com alguns sustos, como o quase gol contra de Bruno Rodrigo, evitado por Fábio aos 21, e uma bola na trave de Thiago Mendes. Aos poucos, o som da torcida no Mineirão ganhava volume. Hora de festejar o tetra brasileiro.

FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO 2 x 1 GOIÁS

Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data: 23 de novembro de 2014, domingo
Horário: 17 horas (de Brasília)
Árbitro: Paulo H. Godoy Bezerra (SC)
Assistentes: Carlos Berkenbrock (SC) e Nadine Schramm Camara Bastos (SC)
Cartões amarelos: Henrique (Cruzeiro), Tiago Real (Goiás)
Cartão vermelho:

GOLS: CRUZEIRO: Ricardo Goulart, aos 12 minutos do primeiro tempo, e Everton Ribeiro, aos 17 do segundo tempo; GOIÁS: Samuel, aos 22 do primeiro tempo.

CRUZEIRO: Fábio, Mayke (Eurico), Léo, Bruno Rodrigo e Egídio; Henrique, Lucas Silva (Nilton), Everton Ribeiro e Ricardo Goulart; Willian e Marcelo Moreno (Júlio Baptista)
Técnico: Marcelo Oliveira

GOIÁS: Renan, Tiago Real, Jackson, Pedro Henrique e Felipe Saturnino (Lima); Amaral, David (Wellington Júnior), Thiago Mendes e Ramon (Esquerdinha); Erik e Samuel
Técnico: Ricardo Drubscky

Área de comentários

Deixe a sua opinião sobre o post

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Comentário:

Nome:
E-mail:
Site: