24% das pessoas mortas por raios no Brasil são atingidas dentro de casa
12 de novembro de 2023

Por Redação Galileu

Nos últimos 10 anos, 835 pessoas morreram atingidas por raios no Brasil — que é o país campeão mundial em incidência dessas descargas elétricas. É o que estima um levantamento inédito divulgado ontem (9) pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

O estudo alerta que as estações mais perigosas são a primavera, verão e outono, quando morreram mais pessoas por raios no nosso país. As vítimas estavam principalmente em áreas abertas no meio rural (27%) e dentro de suas próprias casas, em contato com objetos ligados a rede elétrica ou telefônica (24%).

O número de descargas que atingem o solo brasileiro a cada ano é impressionante: são 78 milhões de raios caindo anualmente, segundo o ELAT. Apesar disso, o estudo revela uma tendência de queda na quantidade de mortes por raios: em 2019, morreram 83 pessoas por conta desses fenômenos; em 2020, o número de óbitos caiu para 75; em 2021, aumentou para 79; até que, em 2022, caiu novamente para 68 mortes.

Ainda assim, o número de mortos por raios é consideravelmente alto em comparação com outros países: a cada 50 óbitos no mundo, um deles acontece no Brasil. Não por acaso, o país é o segundo na América Latina com o maior índice de mortes causadas por descargas elétricas atmosféricas, atrás somente do México, e o sétimo no mundo.

Por aqui, os estados do Pará e do Amazonas ocupam as primeiras posições no ranking de mortes de pessoas por raios, apesar de serem, respectivamente, os estados com somente a 9ª e 15ª maiores populações.

Nos últimos dez anos, o Pará registrou 88 óbitos e apresenta uma taxa média de 1,16 mortes por ano por milhão de habitantes. Já o Amazonas totalizou 78 óbitos e a maior taxa dos estados brasileiros: morreram por lá anualmente cerca de 2,23 pessoas a cada milhão de habitantes, o que equivale a 11,7 vezes a taxa em São Paulo.

Correlação inversa com o PIB

Segundo a pesquisa, os estados com menor Produto Interno Bruto (PIB) tendem a apresentar um maior número de óbitos por raios. O coordenador do ELAT, Osmar Pinto Junior, explica em comunicado que essa correlação inversa com o PIB reflete a associação do indicador econômico com o grau de informação da população.

Além disso, o resultado é consistente, segundo o pesquisador, com o fato de que o número de mortes é menor em países desenvolvidos e maior em países com baixo nível de desenvolvimento.

Hospitalizações por raios

Após serem atingidas por raios, 266 pessoas foram hospitalizadas no Brasil na última década, segundo o estudo. Isso representa cerca de 32% do número total de mortes.

Fonte: Galileu

Área de comentários

Deixe a sua opinião sobre o post

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Comentário:

Nome:
E-mail:
Site: