É verdade que entre 25 e 30% dos primeiros colonos portugueses no Brasil eram, de fato, de origem judaica?
17 de março de 2024

Bem, não é um número exato, é uma estimativa, não tem como saber o número real já que os judeus/marranos/cristãos-novos que migraram para o Brasil no período colonial normalmente vinham escondidos passando-se por cristãos-velhos, vinham fugindo de perseguição religiosa. Então não dá pra saber qual português que migrou pra cá na colônia era cristão-velho de verdade e qual era semita trajado de cristão.

Mas realmente há um consenso entre a maioria dos historiadores especializados nesse assunto de imigração judaica no Brasil que de cada 3 portugueses que migraram para as terras tupiniquins na colônia 1 era judeu/marrano/cristão-novo – como trata-se de uma estimativa, esse número pode estar errado mas até que se prove o contrário esse é considerado o número certo.

A professora Anita Novinsky (ela própria uma judia nascida na Polônia no período entreguerras), que é considerada uma das principais autoridades nesse assunto da presença judaica aqui e no assunto da inquisição portuguesa e que é reconhecida pelo CNPq como “Pioneira da Ciência no Brasil”, estima que hoje em dia PELO MENOS (o número pode ser ainda maior) 25% dos brasileiros têm alguma origem judaica (eu sei que estou nesses 25%).

A historiadora polaco-brasileira Anita Waingort Novinsky (1922–2021)

E isso aqui é bem interessante. O componente judaico na formação do povo brasileiro costuma ser ignorado, pouca gente lembra-se dos marranos. Muito fala-se dos componentes italiano e alemão (que não há dúvidas que também foram importantes) por exemplo mas pouco do judaico embora seja verdade que isso se deva à nossa origem judaica ter vindo às escondidas e não como as italianas e alemãs, que vieram às claras, nossa origem marrana só começou a ser revelada e mais estudada há poucas décadas.

Para comparar, estima-se que 17% dos brasileiros tenham origem italiana enquanto 6% (nas estimativas mais exageradas) têm origem alemã. Ou seja, mesmo na estimativa mais econômica (a dos 25%) os brasileiros descendentes de marranos são mais numerosos que os descendentes de alemães e italianos combinados.

Fonte: Quora

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