Novo teste de DNA pode detectar até 18 tipos de câncer em estágio inicial
10 de janeiro de 2024

Por: Redação Galileu

Pesquisadores da empresa de biotecnologia norte-americana Novelna desenvolveram um teste de DNA que analisa proteínas no sangue e pode detectar 18 tipos de câncer em estágio inicial. A novidade foi publicada nesta terça-feira (9) no periódico BMJ Oncology.

Os cientistas coletaram amostras de plasma sanguíneo de 440 pessoas diagnosticadas com 18 tipos diferentes de câncer em estágio inicial e de 44 doadores de sangue saudáveis. Em seguida, mediram mais de 3 mil proteínas de alta e baixa abundância em cada amostra.

Depois, usando uma abordagem estatística de vários passos, a equipe, segundo o estudo, identificou um “conjunto de proteínas específicas do sexo capazes de detectar cânceres em estágio inicial e sua origem tecidual com alta precisão”.

“No estágio I (o estágio mais inicial do câncer) e com uma especificidade de 99%, nossos painéis foram capazes de identificar 93% dos cânceres em homens e 84% dos cânceres em mulheres”, escreveram os pesquisadores. “Nossos painéis de localização específicos por sexo consistiram em 150 proteínas e foram capazes de identificar o tecido de origem da maioria dos cânceres em mais de 80% dos casos.”

A análise das proteínas do plasma também mostrou que quase todas estavam em níveis muito baixos. Isso destaca a importância de proteínas em tais níveis para detectar doenças pré-cancerosas e em estágio inicial antes que um tumor possa causar danos substanciais.

Antes deste estudo, proteínas específicas no sangue já podiam ser usadas para detecção precoce e monitoramento, mas até agora os testes careciam de precisão. A equipe afirmou que seu teste superou outros que dependem do DNA tumoral no sangue e teve “uma sensibilidade muito maior” do que o teste Galleri, em experimentação no Reino Unido.

“O teste de triagem baseado no proteoma mostrou desempenho promissor em comparação com outras tecnologias e pode ser um ponto de partida para o desenvolvimento de uma nova geração de testes de triagem para a detecção precoce do câncer”, concluíram.

De acordo com a pesquisa, essas descobertas abrem caminho para um teste de triagem de vários cânceres de baixo custo e altamente preciso, que pode ser implementado em uma escala populacional. Porém, o tamanho relativamente pequeno da amostra ainda exige estudos adicionais em grupos maiores de pessoas.

Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, Mangesh Thorat, especialista do Centro de Prevenção do Câncer no Instituto Wolfson de Medicina Preventiva de Londres, que não participou do estudo, concordou que ainda são necessários mais estudos.

“No entanto, os aspectos interessantes deste ensaio são uma sensibilidade muito maior para cânceres em estágio I do que outros ensaios semelhantes em desenvolvimento e diferenças de desempenho específicas do sexo que são biologicamente e clinicamente relevantes.”

Fonte: Galileu

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