Brasil registra primeiros casos da subvariante BA.2 da Ômicron
6 de fevereiro de 2022

Dois casos foram identificados no estado de São Paulo, outros dois no Rio de Janeiro e um em Santa Catarina; Ministério da Saúde esclarece que “sublinhagem não tem impacto no diagnóstico laboratorial e eficácia das vacinas”

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificou os primeiros casos da subvariante BA.2, da Ômicron. São dois casos no estado de São Paulo; dois no Rio de Janeiro; e um em Santa Catarina, totalizando cinco registros no país.
 

A CNN questionou o Ministério da Saúde sobre os casos de BA.2 no Brasil. Em nota, a pasta confirma que, “até o momento, a pasta foi notificada de cinco casos da linhagem BA.2 da variante de preocupação (VOC) Ômicron no país. Dois em São Paulo, dois no Rio de Janeiro e um em Santa Catarina”.

O texto prossegue, afirmando que “a pasta esclarece que a sublinhagem da VOC Ômicron não tem impacto no diagnóstico laboratorial e eficácia das vacinas. Até o momento, não existem evidências relacionadas à nova linhagem que demonstrem mudanças na transmissibilidade, quadro clínico, gravidade ou resposta vacinal”.

Em São Paulo, dados da Rede de Vigilância Genômica da Fundação Oswaldo Cruz (Genomahcov/Fiocruz) mostram que já em dezembro de 2021 uma amostra sequenciada apontou o subtipo no estado. O outro caso foi registrado em uma amostra sequenciada em janeiro deste ano.

No Rio de Janeiro, o Laboratório de Vírus Respiratório e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) confirmou a identificação de dois casos.

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio confirmou o caso de uma paciente de 43 anos, que teve sintomas leves. Segundo a secretaria, ela não tem histórico de viagem ou contato com alguém que tenha viajado recentemente, o que indica que já há transmissão local.

Em Santa Catarina, o secretário de estado de Saúde, André Motta Ribeiro, postou em uma rede social que foi informado pela Fiocruz da identificação de um caso em Florianópolis.

Uma característica importante deste novo subtipo é que ele não gera uma assinatura específica em testes de laboratórios, evento chamado de falha no alvo do gene S, e pode parecer como outras variantes de coronavírus no primeiro momento, algo que fez a subvariante ser conhecida como “a variante furtiva”.

A BA.2 já foi identificada em alguns países, e tem ganhado força na Índia e na Dinamarca. Na Dinamarca, a BA.2 agora responde por cerca de metade de todos os novos casos de Covid-19, de acordo com uma declaração recente do Instituto Statens Serum do país. O diretor do Centro Nacional de Controle de Doenças da Índia, Dr. Sujeet Kumar Singh, disse que a BA.2 se tornou a cepa dominante lá.

Sobre a subvariante

Especialistas dizem que não há motivo para pânico. “Entre todas as linhagens da Ômicron, esta é a que apresenta maior aumento de casos. Mas temos que ter cuidado ao interpretar isso, porque aumentos maiores quanto há um número muito baixo são mais fáceis de observar”, disse Ramon Lorenzo-Redondo, professor-assistente de medicina para doenças infecciosas na Northwestern University Feinberg School of Medicine, em Chicago, nos Estados Unidos.

Como a versão mais familiar da Ômicron, a BA.2 tem um grande número de alterações – cerca de 20 – concentradas na proteína spike, a parte do vírus que é alvo das vacinas. Porém, ela não causa a chamada de falha no alvo do gene S nos testes de laboratório, o que significa que pode se parecer com outras variantes do SARS-CoV-2 em uma primeira vista. Por isso, alguns a chamam de “a variante disfarçada” ou “furtiva”.

Lorenzo-Redondo diz que esse apelido fez com que as pessoas pensassem que ela não pode ser detectada em testes de laboratório, o que não é o caso.

Não há indicação de que BA.2 cause a forma mais grave da doença ou dissemine mais facilmente do que a cepa original da Ômicron. Um relatório divulgado na última quinta-feira pela Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido oferece garantias adicionais, sugerindo que as vacinas atuais protegem tão bem contra o BA.2 quanto contra a variante Ômicron original, com melhor proteção contra os sintomas – uma média de 70% – duas semanas após a dose de reforço.

Respostas

Por meio de nota, a Secretaria Estadual de São Paulo confirmou os dois casos da subvariante e informou que “as amostras analisadas com as confirmações foram verificadas em Sorocaba e em Guarulhos”. “As medidas já conhecidas pela população seguem cruciais para combater a pandemia do coronavírus: uso de máscara, que segue obrigatório em SP; higienização das mãos (com água e sabão ou álcool em gel); distanciamento social; e a vacinação contra a Covid-19”, acrescentou a pasta.

A Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro também confirmou os casos e ressaltou que “após a Ômicron  se tornar a variante predominante em circulação no estado, o sequenciamento genômico passou a ser realizado apenas para monitoramento das mutações do vírus SARS-CoV2”.

A pasta afirmou ainda que “não há, até o momento, nenhum estudo que aponte as subvariantes da Ômicron como mais transmissíveis ou agressivas”. “A secretaria reforça a importância da complementação do esquema vacinal contra a Covid-19 e a manutenção das medidas de enfrentamento, como o uso de máscara, lavagem das mãos e evitar locais com aglomeração”, finaliza.

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio confirmou o caso em uma paciente de 43 anos que, segundo a pasta, apresenta sintomas leves. “Ela não tem histórico de viagem ou contato com alguém que tenha viajado recentemente, o que indica que já há transmissão local dessa linhagem”, diz a pasta, que também acrescentou que “não há indicação de que a nova mutação da Ômicron dissemine mais facilmente, cause uma forma mais grave da doença ou que provoque qualquer alteração no cenário epidemiológico”.

* Com informações de Brenda Goodman, da CNN

Confira orientações do Ministério da Saúde diante do diagnóstico de Covid-19:

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