Contra o adiamento de votação no STF, caminhoneiros fazem greve em Barra Mansa
4 de setembro de 2019

Foi encerrada na tarde desta quarta-feira, dia 4, a greve dos caminhoneiros em Barra Mansa, iniciada por volta da meia-noite nos trechos que cortam o município, na Rodovia Presidente Dutra. Os trabalhadores da categoria aderiram à paralisação promovida no país contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de adiar a votação da ação que julga a constitucionalidade da tabela do frete mínimo, prevista na Lei 13.703/2018.

Eles chegaram a ocupar com seus caminhões a faixa da direita por volta das 6h desta quarta-feira, dia 4, especificamente na região do km 278 (sentido RJ) e 276 (sentido SP) da rodovia, no bairro Bocaininha, causando lentidão nos dois pontos, mas o tráfego foi liberado por volta das 8h30.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que está acompanhando a movimentação dos caminhoneiros na região. Antes da decisão de encerrar a greve, o grupo se reuniu na altura do km 273 da rodovia (foto ao lado). Segundo os agentes que atuam nesse trecho da via, o situação entre os manifestantes “está tensa, com os veículos circulando, porém controlada”. Mais cedo, no entanto, a PRF relatou que houve uma tentativa de fechamento da rodovia. Neste momento, o tráfego segue tranquilo e a PRF faz rondas pelo local.

A greve nesta quarta-feira é realizada na região por representantes do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas do Sul Fluminense (Sinditac). Os caminhoneiros da região oficializaram a adesão nesta terça-feira, dia 3, um dia antes da paralisação, que começou por volta da meia-noite desta quarta. Na ocasião, a manifestação aconteceu em alguns trechos da Via Dutra, entre eles o da Graal Embaixador de Resende, registrada em um vídeo enviado pelas redes sociais (confira abaixo).

CONQUISTA APÓS GREVE QUE PAROU PAÍS

A Lei 13.703/2018, que institui a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas, foi uma conquista dos caminhoneiros após a greve iniciada em 21 de maio de 2018, e que durou aproximadamente duas semanas, provocando transtornos na economia do país. Apesar de ter sido aprovada em agosto do ano passado, representantes do agronegócio entraram com recurso na justiça contestando a constitucionalidade da lei, e o caso foi parar no STF.

A votação da ação que decidirá pela constitucionalidade, que seria nesta quarta-feira, foi adiada sem previsão de uma nova data a pedido do governo federal, que afirmou estar buscando uma alternativa ao tabelamento junto à categoria. Os caminhoneiros autônomos reivindicam, além da votação do STF, uma fiscalização maior da lei por parte da Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT), que não estaria sendo cumprida e também a implementação do Código Identificador de Operação (Ciot), criado pela agência.

Foto: Divulgação/PRF

Vídeo: Reprodução/HUG TV