Justiça de Angola manda fechar templos da Igreja Universal por fraudes e atividades criminosas
17 de agosto de 2020

Sob acusação de fraude e de atividades criminosas na África, a Igreja Universal do Reino de Deus teve o fechamento de seus templos decretado pela Justiça de Angola.

Com cerca de oito milhões de membros no Brasil, presente também em mais de cem países no mundo, a organização liderada pelo bispo Edir Macedo tem sido denunciada por práticas contrárias à realidade de Angola e da África, além de sonegação fiscal.

As denúncias foram feitas pelos quase 300 bispos angolanos da Universal que se afastaram da liderança brasileira pelas motivações indicadas acima. Somente na África há templos em pelo menos 12 países.

Com as queixas, a Procuradoria Geral de Angola abriu um processo penal contra a igreja em dezembro. O procurador-geral do país, Álvaro da Silva João, anunciou na sexta-feira (14) o fechamento de sete templos da Universal no país.

“Esta medida foi adotada porque nos autos há indícios suficientes da prática de delitos como associação criminosa, fraude fiscal, exportação ilícita de capitais, abuso de confiança e outros atos ilegais”, afirmou o procurador, em comunicado.

As autoridades da Universal não comentaram o fechamento dos templos. A igreja já havia negado anteriormente as acusações dos bispos angolanos, que chamou de difamatórias.

Fundada por Edir Macedo em 1977, a Universal já foi alvo de polêmica por sua suposta participação em atividades ilícitas em outros países, incluindo denúncias de redes de adoção ilegal em Portugal e outros países de língua portuguesa.

Macedo, dono de uma grande fortuna graças à organização, chegou a ser detido em 1992 sob acusações de charlatanismo e estelionato, que depois foram anuladas. As informações são da Folha de S.Paulo.