Cinco jovens entre 20 e 24 anos morrem estupidamente em acidente de carro
8 de dezembro de 2019

Familiares lamentam morte de jovens na Linha Amarela

“Por que a minha menina? Não estou acreditando”, era a voz de Luciana Castro que se ouvia no IML, hoje, durante o reconhecimento do corpo da filha, Thaissa Castro, de 21 anos. Ela, muito emocionada, precisava ser amparada por familiares e amigos que chegavam no instituto para reconhecer e liberar os corpos dos cinco jovens mortos hoje de manhã, em um acidente na saída da Linha Amarela, na altura do Encantado. Eles voltavam de uma casa de espetáculos, juntamente com outros três amigos que só se feriram levemente.

“A polícia ligou do celular dela para minha mãe e viemos parar aqui. Sei que ela foi no Espaço Hall, na Barra, onde costumava ir com amigos. Ela era muito responsável, não conseguimos entender o que aconteceu. Está sendo muito difícil pra gente. Ela era formada em Educação Física, dava aula em duas academias de natação”, contou Thiago Castro, irmão de Thaissa.

Ele explica que a irmã estava com o namorado, Italo Ribeiro, também de 21 anos, e amigos. “Sempre saíam juntos. Thaissa era uma pessoa incrível, excepcional, muito esforçada, dedicada, sempre soube que não tínhamos condição de pagar faculdade e conseguiu bolsa. Era motivo de orgulho. Não tinha necessidade de entrar no carro com outras pessoas, mas por ser jovem e estar com amigos, aconteceu essa fatalidade”, lamentou Castro, que o tempo todo consolava a mãe.
Embriaguez
Em entrevista à Globonews, Tamires Carneiro, 20, uma das sobreviventes disse que todos estavam embriagados. “Quando terminou a festa, tinha oito pessoas. Um estava com carro. Pedi para o meu namorado para a gente não ir de carro. Estava todo mundo bêbado”, disse. Ela diz que o casal resolver ir para acompanhar o irmão do companheiro, que estava no veículo.

Ela disse que o motorista quis “fazer graça” em uma ação que resultou no acidente. “O menino, na curva, foi fazer graça. A gente falou para ele não acelerar. Ele acelerou o carro, virou na esquina, freou”, contou chorando.

A família de Ítalo também estava desolada. “Soubemos que teve um acidente na Linha Amarela e que ele estava envolvido, não sabíamos que havia pessoas falecidas no veículos”, disse Alessandra da Silva, tia do rapaz, que também era estudante de Educação Física.

Ela fala que o sobrinho, um flamenguista roxo, costumava sair, como todo jovem. “Sempre saía com esses amigos e a namorada. Ele não era o motorista. Fazia faculdade e trabalhava. Era muito legal, brincalhão, curtia, sempre foi muito feliz. Estou com muita dor porque é uma perda grande, acabou com a nossa vida, com a nossa família, com a nossa história. Ele trabalhava comigo. Imagina eu dentro da empresa sem ele?”, questiona ela, muito abalada. “O Ítalo tinha irmãos por parte de pai e era filho único da minha irmã, que está sem condições, como a família toda”, completou Alessandra.

As investigações sobre o acidente estão em andamento na 24ª DP (Piedade), que instaurou inquérito policial para apurar os fatos. A perícia foi feita no local. As investigações seguem em busca de possíveis imagens de câmeras de segurança instaladas na região que ajudem nas investigações, informa a Polícia Civil.

As vítimas feridas serão ouvidas na unidade policial assim que tiveram condições.

O veículo de passeio colidiu contra uma mureta após sair da via expressa, na Rua Ramiro Magalhães. Policiais do 3º BPM (Méier) foram até o local e isolaram a área para o trabalho da perícia.
Guilherme Moreira, 20 anos, Taissa Castro, 21 anos, Juan Carlos, 24 anos, Alex, 20 anos, e Ítalo Ribeiro, 21 anos, morreram no local, de acordo com o Corpo de Bombeiros.
Os militares do Quartel do Méier, que foram acionados às 5h52, socorreram para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, Juliana Oliveira, 25 anos, Tamires Carneiro, 20 anos, e Douglas Silva, 21 anos. A Secretaria Municipal de Saúde informa que os três já deixaram a unidade: Douglas e Juliana receberam alta e Tamires deixou o hospital à revelia, disse a pasta.
Fonte: O DIA