Situação da UFRRJ de Seropédica é dramática com corte de verbas
12 de julho de 2017
Além da crise do governo do estado do Rio de Janeiro, que atrasa o salário de servidores e prejudica o calendário acadêmico da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), as instituições federais fluminenses também sofrem com os cortes de verbas.
 
Um dos casos é a Universidade Federal Rural do Rio (UFRRJ), na Baixada Fluminense, que teve redução de mais de 50% nos repasses e sofre com falta de conservação e de energia. Outras instituições, como a UFRJ, UniRio e a UFF, têm de lidar com a diminuição das bolsas, demissão de terceirizados e fuga de pesquisadores. 
 
Segundo reportagem da rádio CBN, a falta de energia elétrica e de serviços de conservação obrigou a UFFRJ a remanejar parte de suas aulas para uma escola estadual vizinha da instituição, na cidade de Seropédica.
 
O reitor Ricardo Berbara diz que a situação é dramática e que a universidade tem utilizado emendas parlamentares para lidar com as dívidas. Entretanto, até 40% dos terceirizados poderão ser demitidos até o final do ano. 
 
“Estamos sofrendo uma certa decadência do nosso patrimônio. Nossos equipamentos se tornam obsoletos e a gente não têm capacidade de recuperá-los. E os prédios também, não temos recursos para mantê-los”, afirma. 
 
As quatro universidades federais do Rio de Janeiro tem em torno de 93 mil alunos, sendo que a maior é a UFRJ, onde 20% das bolsas do CNPq não foram renovadas. A instituição estima um déficit de cerca de R$ 115 milhões. 
 
Já a Universidade Federal Fluminense teve uma redução de 53% no investimento previsto no orçamento deste ano, na comparação com o ano passado. A falta de recursos prejudica o pagamento da bolsas e tem provocado um aumento da evasão. 
 
Na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, a UniRio, foi anunciado um corte de 10% no custeio e de 30% no investimento.
 
De acordo com os reitores, o cenário se repete em diversas universidades pelo país, com demissões, contas atrasadas e paralisação de obras de expansão. A verba deve ficar ainda mais curta em 2018, graças à PEC do teto, e há o temor de sucateamento e fechamento de vagas. 
 
Os reitores das instituições de ensino superior afirmam que o dinheiro disponível para manutenção só é suficiente para pagar as contas até setembro. O corte no orçamento para custeio das universidades foi de quase 7% este ano, uma verba quase 13% menor que a do ano passado, considerando a inflação. 
 
“A universidade se vê diante de uma escolha, como se fosse a escolha de Sofia: vai pagar os salários dos terceirizados ou pagar a bolsa do estudante? Ou pagar energia elétrica? Não podia ser uma escolha. A gente tem que pagar isso tudo dando condições reais de funcionamento das instituições”, afirma Cláudio Ribeiro, do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior.