Por que defender privatizações?
12 de outubro de 2018

Kim Kataguiri, o Deputado Federal mais jovem eleito pelo estado de São Paulo, com 22 anos, explica de uma forma simples, por que defender as privatizações.

Privatização é o processo de venda de uma empresa ou instituição pública que geralmente são realizadas por meio de leilões.

Muita gente tem um olhar preconceituoso com esta prática pois os governos de Lula e Dilma gastaram rios de dinheiro com propagandas demonizando esta prática que, como será mostrado a seguir só faz bem para o país, toda a população é beneficiada, desde os mais pobres aos mais ricos.

Quanto mais empresas estatais, maior o poder do governo. Como vimos no escândalo do Petrolão, empresas estatais são utilizadas como conchavos políticos, os cargos são vendidos para deputados e senadores para que eles aprovem os projetos apresentados pelo Presidente da República. Os políticos não possuem nenhum incentivo para indicar pessoas com conhecimento técnico para os cargos destas empresas estatais, pois se esta empresa dá lucro, o político não ganha absolutamente nada, se dá prejuízo, o político também não perde nada, e quem paga a conta é a população.

Com a desculpa de proteger o patrimônio nacional, o PT é contra as privatizações, dizendo por exemplo que “O Petróleo É Nosso”, mas parando para refletir, o petróleo é realmente nosso? Porque nós brasileiros pagamos uma das gasolinas mais caras do mundo?

A quantidade de empresas estatais é tão bizarra, que existe empresa estatal brasileira para produzir até camisinha (preservativo)! É isso mesmo o que você leu! Esta empresa se localiza no município de Xapuri, no Acre. Se os petistas dizem que o petróleo é nosso como forma de demonizar as privatizações, você poderia imaginar qual desculpa eles poderiam falar para não permitir a privatização desta empresa de fabricação de camisinhas?

O maior exemplo de privatização no Brasil ocorreu no setor de telecomunicações. Pra ter uma ideia do quanto este setor era atrasado, abaixo esta um trecho de uma matéria do Jornal do Comércio, do ano de 1996.

“Na próxima semana a TELERJ abre as inscrições para a aquisição de novos celulares. A partir do dia 27, a estatal cadastrará interessados em 55 mil linhas móveis em 22 cidades do estado, inclusive na capital. […] Conforme o último cadastramento, realizado em 1994, a empresa realizará sorteio eletrônico para definir a ordem de atendimento dos inscritos.” (Jornal do Comércio, 1996)

Pra ter um celular você precisaria se cadastrar em um órgão estatal, depois esperar um sorteio, pra depois disso entrar em uma lista de espera, e com isso sem certeza alguma ter uma chance de comprar um celular por mais de 5 mil dólares!

Quando a TELEBRAS foi privatizada, adivinha quem foi o primeiro político a reclamar? Luis Inácio Lula da Silva. Lula, em entrevista para o jornal O Globo, disse: “O governo fez uma festa. Imagino como Judas fez uma festa quando vendeu Jesus Cristo. Como Joaquim Silvério dos Reis fez uma festa quando vendeu Tirandentes. Fernando Henrique Cardoso vendeu um patrimônio do Brasil e, em vez de ficar triste, festejou.”

Os petistas falam que a Telebrás, foi vendida a preço de banana, mas na verdade, no leilão, o preço mínimo das ações que foram vendidas era de 13.47 bilhões de reais, porém, no final, o governo conseguiu arrecadar mais de 22 bilhões de reais. Além disso, o ganho na eficiência destas empresas que foram privatizadas foi tão grande, que a arrecadação de impostos sobre vendas triplicou de 1998 à 2003. Isso significa que o governo teve 3 vezes mais dinheiro para investir no que realmente importa: saúde, educação e segurança pública.

E tem mais, nos primeiros 10 anos após a privatização, mais de 180 bilhões de reais foram investidos no setor. Isso jamais aconteceria se o setor de telecomunicações continuasse nas mãos do governo, sendo um monopólio estatal. Afinal, o investimento teria que sair dos cofres do governo.

Hoje o Brasil possui mais de 280 milhões de celulares com linhas ativas, é mais celular do que gente! Além disso 72 milhões de brasileiros usam o celular para acessar a internet, ou seja, a privatização do setor de telecomunicações fez com que as pessoas mais pobres tivessem acesso aos celulares e à informação.

Se a privatização é boa, porque as operadoras de telefonia oferecem um serviço de baixa qualidade, analisando este serviço em todo território nacional? A resposta é simples: protecionismo e burocracia. A Anatel, agência que regula o setor, e deveria proteger o consumidor, na prática, protege um oligopólio. De um lado, a Anatel defini os preços e os serviços que as operadoras devem ofertar, de outro, ela protege estas empresas impedindo que novas empresas consigam entrar neste mercado. Por isso, a nossa internet é lenta, cara e o sinal do nosso celular é tão ruim.

Prova disso é a Romênia, país com a internet mais rápida do mundo, e ao mesmo tempo, uma das mais baratas do mundo. Lá, o setor de telecomunicações é totalmente desregulamentado. Centenas de empresas competem para prestar um serviço mais barato e melhor para o consumidor final. 

Mas, porque as empresas privadas tendem a criar produtos e serviços melhores do que empresas estatais? O economista Milton Friedman, da escola de Chicago, que já venceu o prêmio Nobel, tem uma resposta muito simples para esta pergunta.

Ele diz que existem 4 maneiras para você gastar o seu dinheiro: 

A primeira maneira, é você gastar o seu dinheiro com você mesmo. Você vai pensar o máximo no preço, afinal esta saindo do seu bolso, e também na qualidade, afinal é pra você.

A segunda maneira, é você gastar o seu dinheiro com os outros. Você irá economizar, afinal está saindo do seu bolso, porém você não vai pensar muito na qualidade já que não é pra você.

A terceira maneira é você gastar o dinheiro dos outros com você. Neste caso, você não pensará no custo mas vai se preocupar com a qualidade, porque é pra você.

A quarta maneira, é você gastar o dinheiro dos outros com os outros. E é exatamente desta maneira que o governo gasta o nosso dinheiro. Em uma empresa estatal, quem administra quando ela tem lucro, não recebe nada. E quando esta empresa tem prejuízo, não precisa pagar nada. Por isso que a melhor maneira de democratizar o acesso à bens e serviços é promovendo a livre iniciativa. Quem fez com que pessoas mais pobres pudessem comprar um carro, quando o carro foi criado? O governo ou a Ford, com o modelo inovador de produção, e produção em massa? Quem fez com que as pessoas mais pobres pudessem comprar celulares? O governo ou empresas como Samsung e LG que produzem celulares cada vez melhores e mais baratos? 

Pois é, em praticamente todos os setores, a livre iniciativa permite que os mais pobres consumam mais bens e serviços, que antes eram somente privilégios de uma pequena elite. Então, se você deseja que o governo priorize coisas que realmente importam como saúde, educação e segurança pública, em vez de ficar administrando empresas de camisinha, então você tem que defender a privatização. A não ser que você acredite que Lula, Dilma ou Temer administrem o seu dinheiro melhor do que você mesmo.