Parkinson, enfarte e demência: doenças que podem ser detetadas aos 45 anos
2 de outubro de 2018

Estudo feito pela universidade de Roterdão conclui que um em cada três homens e uma em cada duas mulheres podem ser diagnosticados com doenças neurológicas a partir dos 45 anos de idade.

Segundo os estudos mais recentes na área da medicina, uma em cada duas mulheres e um em cada três homens, quando atingem os 45 anos de idade, podem ser diagnosticados com uma doença neurológica como Parkinson, Demência ou um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Este estudo, conduzido pelo University Medical Center of Rotterdam e publicado no Journal of Neurology, Neurosurgery, and Psychiatry, contou com a participação de um total de 12 102 pessoas com 45 anos de idade, tendo decorrido entre 1990 e 2016.

 

O estudo indica para que as medidas preventivas ajudem “substancialmente” a atrasar o aparecimento das doenças em causa. Contudo, 1489 dos participantes do estudo tenham apresentado sinais de Demência, 263 foram diagnosticados com “parkinsonismo”, (que é o termo genérico para representar o conjunto de sintomas iniciais da doença), enquanto que 1285 tiver um AVC.

Segundo o estudo, após os 45 anos de idade, o risco de um homem desenvolver uma das doenças em causa encontra-se na ordem dos 36%, enquanto que para as mulheres o valor chega aos 48%. Das três doenças estudadas, a Demência é que apresenta maior risco de incidência nas mulheres (25,9%) que comparativamente aos homens é relativamente menor (13,7%).

Estas são as três doenças mais comuns na população idosa e as mais temidas também” – disse Silvan Lincher, um dos autores do estudo, ao The Guardian.

De acordo com Lincher, este estudo tem por objetivo mostrar que as doenças neurológicas são um problema que assola milhares de vidas, embora sejam menos estudadas e recebam menos atenção do que as doenças de coração ou o cancro.

Refere ainda que a demência é a doença que mais afeta pessoas com idade acima dos 85 anos, “notámos que pode haver uma sobreposição das doenças que estudámos”, afirmando que “as pessoas podem ter mais do que uma doença em idades avançadas, por vezes, duas ou três simultaneamente“, concluiu Lincher.

Para Carol Routledge, diretora de pesquisa no Alzheimer’s Research UK, “este estudo deu um largo contributo no conhecimento do impacto neurológico destas doenças na sociedade, bem como nos deu conhecimento de como as mulheres são mais afetadas por estas doenças, em particular pela demência”, disse ao Guardian.

O estudo indica que aqueles que foram diagnosticados com uma das três doenças apresentavam uma tendência para pressão sanguínea alta, bem como um ritmo cardíaco mais elevado do que o normal. Estes indivíduos apresentavam ainda um nível elevado de colesterol e diabetes tipo 2, quando o estudo iniciou, sugerindo que possa haver uma causalidade com as doenças analisadas no estudo.

Os autores da investigação referem que “estas descobertas reforçaram a importância para a tomada de medidas preventivas e a realização de campanhas de sensibilização junto das populações. Assim poder-se-ia dar um melhor acompanhamento com o fim de reduzir o risco de desenvolvimento de doenças neurológicas na população envelhecida”.

O estudo estima que se a prevenção for feita assim que forem detetados os sintomas iniciais destas três doenças, a rapidez de desenvolvimento das doenças pode ser adiada de um a três anos, reduzindo cerca de 20% a probabilidade dos indivíduos, com 45 anos de idade, de desenvolverem um problema neurológico, e 50% para os indivíduos com 85 anos de idade.