Pai viúvo tem direito à licença maternidade
23 de abril de 2015

Matéria publicada no Diário do Pará online sobre decisão inédita da Justiça do Pará.

pai viuvo

 


Com um brilho de esperança no olhar, sentado, com a filha no colo, o servidor público Pedro Melo, de 28 anos, conta os desafios da gestação de sua esposa, Camila Martins Melo, de 27 anos, que morreu três dias após dar a luz à graciosa Hadassa, hoje com seis meses, que ficou sem mãe, mas ganhou uma família com a motivação de fazê-la uma mulher estudiosa, realizada e feliz.

Com oito anos de casada, Camila fez tratamento para engravidar, pois tinha problemas de mioma. Em fevereiro de 2014, veio a notícia tão almejada: a assistente financeira estava grávida.

“Ela fez uma cirurgia três anos antes, mas a menstruação atrasou e, assim, descobrimos que ela estava esperando um bebê. A gravidez foi de risco. Na ultrassonografia apareciam uns 10 miomas, e na hora do parto, quando a médica abriu, tinham mais de 30”, lembra Melo.

Ao perder muito sangue no parto, Camila não resistiu. “Ela não chegou nem ver a nossa filha. Desmaiou quando ela nasceu. E três dias depois, teve uma parada cardíaca e morreu”, disse Pedro, que procurou o Recursos Humanos (RH), da Superintendência do Sistema Penal (Susipe), para dar entrada na licença paternidade, de cinco dias corridos, e a de nojo, específica em caso de morte, com até oito dias de afastamento.

E foi surpreendido por outro recurso da justiça: a licença maternidade para pais viúvos, de até seis meses.

“Quando minha filha nasceu fui ao protocolo da Susipe e dei entrada na licença paternidade, e depois de três dias na de ‘nojo’. Mas, a própria instituição viu que eu tinha direito a outra maior e, lutou pelo meu benefício. Foi o próprio RH que procurou a Sead (Secretaria de Administração) e deu entrada na licença. Eu não precisei fazer nada, apenas ir assinar o documento de liberação. Isso foi inédito para mim”, relatou o agente prisional.

FUNDAMENTAL

O tempo em que ficou afastado de suas atividades foi fundamental para Pedro organizar a sua vida, após a precoce perda, e estabelecer metas para o futuro dele e da filha.

“Eu e a minha filha viemos morar na casa dos meus pais, que me ajudam com ela junto à minha tia, que cuida dela todos os dias. Agora, já voltei ao trabalho e tento levar minha vida e fazer da Hadassa, uma mulher saudável, dedicada aos seus estudos e feliz”, concluiu o viúvo.

 

Área de comentários

Deixe a sua opinião sobre o post

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Comentário:

Nome:
E-mail:
Site: