Um kit desenvolvido por pesquisadores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) usa a nanotecnologia para diagnosticar diversas doenças de forma mais rápida e barata. Com o kit, os Teste de Point of Care, uma tendência cada vez mais forte na área de saúde, podem ser realizados no local onde o profissional de saúde atua, como consultórios médicos, clínicas veterinárias ou fazendas.
O projeto começou em julho de 2017 e o protótipo foi concluído em junho do ano passado. O Kit contém um leitor ótico de alumínio, do tamanho de um porta guardanapo; uma solução com nanobastões de ouro; uma placa para conservar o material que será analisado, que pode ser uma amostra de urina, saliva, sangue ou até mesmo lágrima.
Como funciona o kit
Segundo os cientistas, o método também é mais prático por ser portátil, ou seja, dispensa a estrutura de um laboratório para análise de resultados, o que costuma deixar o processo mais caro e demorado. Com o Kit desenvolvido na UFMG, o diagnóstico sai em alguns segundos.
Além disso, mesmo comparado aos testes mais rápidos, como os exames feitos para identificar a dengue, a vantagem do kit é ter mais exatidão no resultado, pois ele é capaz de detectar até mesmo os tamanhos, as ligações entre moléculas e os fatores que podem influenciá-las.
Nessa fase inicial, a fabricação dos kits será dirigida para profissionais e laboratórios que fazem o reconhecimento de leucemia em gatos. Afinal, essa é umas das doenças mais graves que acomete esses animais, podendo causar perda de peso, diarreia, vômitos e alguns casos de câncer.
No entanto, além da preocupação com a saúde dos felinos, a escolha ocorreu devido a uma questão estratégica, pois cada teste rápido em gatos custa aproximadamente R$ 120 para o dono. Em razão desse alto valor agregado, não há uma necessidade de produzir uma quantidade muito grande de dispositivos para capitalizar o projeto e financiar a fabricação de mais kits.
O maior desafio então é produzir em larga escala para baratear o processo. Após aumentar a fabricação, os exames feitos em animais com a nanotecnologia deverão custar cerca de R$ 40, isto é, um terço do valor atual.
O passo seguinte será focar nos kits para diagnósticos de doenças em seres humanos. Como diversos exames são realizados gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), a redução do custo final será feita especialmente para o governo adquirir o dispositivo. Para exames em pessoas, é importante lembrar também que, inicialmente, a prioridade será a detecção de males do sistema imunológico, como Doença de Chagas, HIV e alergias.
O teste de Westernblot, por exemplo, realizado pelo poder público para detectar infecções virais e bacterianas, custa R$ 85 por pessoa. Com o sistema desenvolvido pelos pesquisadores mineiros, o valor seria de apenas R$ 30. Os cientistas agora estão em busca de patriocínio para o projeto.
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Fonte: Instituto de Longevidade
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