Batata-doce desenvolvida em SC retarda envelhecimento e previne doenças como o câncer, aponta pesquisa
5 de novembro de 2018

Chamado de Luiza, o tubérculo se destacou ainda pelo maior teor de vitamina C que as similares.

Um estudo científico concluiu que a batata-doce denominada Luiza, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em Itajaí, no Vale, tem doses extras de vitamina C, macrominerais e fenólicos totais quando comparada com as similares. Esses componentes desempenham uma função antioxidante no organismo, que retardam o envelhecimento e previnem doenças como o câncer.

A pesquisa que avaliou os novos cultivares de batata-doce foi feita pelo doutorando Cláudio Eduardo Cartabiano Leite, do Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), como parte de um projeto de pesquisa orientado pela professora doutora Ornella Maria Porcu, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

O trabalho na Epagri iniciou em 2007 com a coleta e avaliação agronômica de 35 genótipos, entre eles a Luiza, lançada em 2016. Os resultados envolveram estudos de outros centros de pesquisa da Epagri, como Ituporanga. Os materiais foram avaliados quanto à produtividade comercial e a qualidade das raízes.

A Luiza tem a casca e a polpa de cor roxa-intensa, que chama a atenção dos consumidores e já é produzida por agricultores em Santa Catarina. Segundo a Epagri, a maior quantidade de compostos bioativos, da classe dos flavonoides, principalmente as antocianinas, são responsáveis pela coloração diferenciada.

“Além do incremento nos valores, a coloração também chama a atenção do consumidor em âmbito comercial, tornando um grande atrativo visual para elaboração de pratos diferenciados na culinária, por exemplo, diferentemente da batata-doce convencional”, explica o pesquisador da Epagri Rafael Morales.

Benefícios

O tubérculo, que possui elevado teor nutricional sendo rico em fibras, vitaminas e minerais, é fonte de carboidratos de baixo índice glicêmico, liberando o açúcar lentamente na circulação, o que aumenta a sensação de saciedade e auxilia no processo de emagrecimento.

O estudo mostra que a batata-doce Luiza da Epagri possui cerca de três vezes mais compostos fenólicos, flavonoides e antocianinas quando comparada com o cultivar comercial Beauregard, de polpa laranja, considerada uma batata-doce fortificada e referência no mercado pela qualidade da raiz.

O cultivar Luiza se destacou ainda pelo maior teor de vitamina C. “Esse componente também tem função antioxidante, fortalece o sistema imunológico do organismo e aumenta a absorção de ferro no intestino quando ingerido junto a alimentos que contenham ferro”, descreve Eloísa.

Além da batata-doce Luiza, o estudo avaliou os cultivares Katiy e Marina, também desenvolvidos pela Epagri, em Itajaí.

Batata-doce Katiy desenvolvida pela Epagri em Itajaí — Foto: Epagri/ Divulgação

Batata-doce Katiy desenvolvida pela Epagri em Itajaí — Foto: Epagri/ Divulgação

Os dois têm casca roxa e polpa branca e amarela, respectivamente. A pesquisa comprovou que essas batatas também possuem ótimo conteúdo nutricional e a polpa colorida indica a presença de compostos bioativos.

Batata Marina — Foto: Epagri/ Divulgação

Batata Marina — Foto: Epagri/ Divulgação