A história do burrinho condecorado por sua atuação na 1ª Guerra Mundial
16 de setembro de 2023

Murphy foi treinado pelo lendário soldado australiano John Simpson, e ajudou a resgatar inúmeros feridos durante conflito na Turquia conhecido como Campanha de Galípoli

Ao aprender sobre a Primeira Guerra Mundial, é provável que você não tenha ouvido falar sobre a Campanha de Galípoli, que ocorreu entre 1915 e 1016 na península de Galípoli, na Turquia. O evento teve um personagem icônico: o burrinho Murphy.

Condecorado postumamente em 1997 com uma Cruz Roxa da RSPCA, um prêmio de bravura animal, o burro teve um papel importante na guerra. Ele fora treinado pelo soldado australiano John Kirkpatrick, mais conhecido como John Simpson, a resgatar feridos.

A Campanha de Galípoli foi travada entre as potências aliadas e o Império Otomano na península da atual Turquia e foi um capítulo brutal da Primeira Guerra. O episódio foi importante para os exércitos australianos e neozelandeses, pois ocorreu em um momento decisivo para suas identidades nacionais.

Contudo, o conflito teve um grande número de baixas. Ao todo, mais de 10 mil soldados do Corpo do Exército da Austrália e da Nova Zelândia (ANZAC) morreram. Para auxiliar na evacuação dos soldados feridos, Murphy e Simpson tinham que andar por montes rochosos expostos a muito ameaças e inimigos.

Monumento em homenagem a Murphy e seu treinador — Foto: wikimedia commons

Monumento em homenagem a Murphy e seu treinador — Foto: wikimedia commons

O coronel John Monash, uma testemunha ocular de seus esforços heróicos, escreveu mais tarde: “O soldado Simpson e seu pequeno animal conquistaram a admiração de todos na extremidade superior do vale. Eles trabalharam dia e noite durante todo o período desde o desembarque, e a ajuda prestada aos feridos foi inestimável.”

As histórias que giram em torno do soldado Simpson e de Murphy relatam que o animal conseguiu salvar mais de 300 feridos, o que teria sido impossível em apenas três semanas. Mas sua bravura e contribuição foram, ainda assim, admiráveis.

Monash detalha que o burrinho “não conhecia o medo e movia-se despreocupadamente em meio a estilhaços e tiros de rifle”. Ele ainda recebia aplausos do pessoal por seus muitos resgates destemidos.

Entretanto, a parceria entre o soldado e o animal teve um trágico fim no dia 19 de maio de 1915, quando o soldado Simpson foi morto por tiros de metralhadora. Sua morte foi um momento sombrio para todos que o conheciam.

Segundo o Livro do Recordes, o soldado Victor Laidlaw, da 2ª Ambulância de Campo, escreveu em seu diário sobre a morte de Simpson: “Um dia ele estava derrubando um homem das trincheiras e descendo uma ladeira, ele levou um tiro no coração, é lamentável por todos os lados, pois este sujeito foi notado por todos, e todos passaram a conhecê-lo, não podia faltar, pois sempre trabalhava com seu burro, alegre e disposto, esse homem vai para a morte como soldado.”

Atualmente, existe uma estátua do Soldado Simpson e de Murphy fora do Memorial de Guerra Australiano em Canberra como um tributo duradouro aos seus feitos incríveis.

Fonte: Revista Galileu

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