Como lidar com as injustiças no ambiente de trabalho
24 de setembro de 2022
A injustiça sempre é algo que nos ferve o sangue, independente de onde for cometida, se no trabalho, se na escola, se na faculdade, se em casa. Em muitos momentos, ficamos perdidos sem sabermos o que realmente fazer para conseguirmos vencer esse obstáculo sem que as reações sejam extremas como agressões físicas ou morais. É difícil lidar com isso? Com toda a certeza. Entretanto, vamos falar sobre algumas ferramentas que podemos desenvolver para que possamos sair da situação em questão.

Nesse artigo, vamos tentar criar planos de ações, analisando todos os fatores, desde o início (a interpretação da situação real) até o que fazer se a pessoa que cometer a injustiça for o(a) nosso(a) chefe(a).

A Análise do Real Cenário

Antes de tomarmos qualquer decisão é fundamental analisarmos a situação real que aconteceu todos os fatos. Em consultorias aplicadas em algumas empresas, percebe-se que muitos casos são interpretados de maneira pessoal e não técnica (imparcial). Com isso, a pessoa em questão estará movida de emoção, o que vai inflamar qualquer entendimento imparcial, dificultando a solução de problema.

De cada 10 casos de situações informadas como injustas, 05 são consideradas injustas porque ferem gostos pessoais dos reclamantes. Eles se sentem injustiçados porque não tiveram as suas preferências particulares atendidas. Por exemplo: a promoção de outro colega de trabalho que tem o inglês avançado para uma vaga que realmente requer o idioma avançado. Se o profissional que se manifesta como injustiçado não o tem, não será promovido. Considerando esse cenário, não podemos esquecer que realmente tem situações internas em empresas que ocorrem promoções injustas para profissionais que não possuem o mínimo de condição para assumir a nova função. E é exatamente isso que precisamos analisar no cenário real. Zero emoção, 100% razão. Caso contrário, poderemos nos sentir injustiçados por tudo e todos, e isso pode ser prejudicial para a nossa vida profissional.

Reporte à Gestão Imediata

Se a injustiça for cometida por um(a) colega de trabalho, no mesmo momento o fato deve ser comunicado ao líder imediato. Não podemos pensar em passar por cima da autoridade dele(a) com a ideia de reportar ao líder máximo da empresa. Se assim fizermos, será pior pois não seremos apoiados em nossa demanda.

Mas e se a situação não for resolvida pelo líder imediato? Considerando esse contexto, precisamos criar outras estratégias, seja através de uma denúncia anônima, repasse ao líder do imediato, ou ao líder do líder do imediato, e assim por diante. Certamente, em algum momento, chegará a alguém que vai tentar resolver o fato em questão.

O que jamais podemos permitir é que alguém nos esmague sem termos nenhuma reação. Acima de tudo, somos seres humanos e profissionais, e por isso não merecemos sofrer qualquer tipo de injusta agressão.

Normalmente profissionais ficam receosos em reagirem ao pensar que o mercado saberá de tal decisão e que dificilmente conseguirá novamente um emprego, porém, se levarmos esse pensamento adiante seremos sempre permissivos e passivos a tudo, e o pior é que ficaremos conhecidos por isso.

E se quem comete a injustiça é o(a) Gestor(a) Imediato(a)?

Aqui entramos em um ambiente muito delicado. Em alguns casos, a pessoa que comete a injustiça é a que está na “liderança”. E aí, fazer o que? A quem recorrer?

Bom, registrar o ocorrido para o próprio agressor da injustiça não resolverá. Logo, é necessário que isso seja denunciado de forma anônima ou diretamente para o líder dele(a), caso haja espaço para isso. Se a empresa tiver um espaço de pesquisa de clima anônima ou algo parecido, também é bom fazer o registro. Se nada for resolvido, tenha a certeza absoluta que essa empresa não é a ideal para você e que existe outra bem melhor, que valorizará você como profissional e talento. Mas precisamos considerar o momento também: o de crise. Sair para ficar sem nada? Aí sim, será uma decisão pessoal de adoecer naquele ambiente tóxico e definhar a cada dia ou partir para outro desafio.

Para finalizar, gostaria de expor uma experiência própria que tive em uma das minhas experiências profissionais:

Antes de iniciar o negócio próprio, trabalhei para uma grande consultoria nacional de RH, que na época tinha sede em Manaus – Amazonas. Lá eu tinha uma líder tóxica, que passava mais tempo checando o que eu fazia do que trabalhando na sua gestão e criando estratégias para alavancar os resultados do setor. Ela via se eu pegava no celular, se eu acessava a internet e se eu conversava com alguém em redes sociais. Até mesmo se eu bocejasse, ela mandava uma de lá como “Passou a noite na festa, foi? Não pode não…. o teu nível de produtividade vai ficar baixo. Cuidado”. Ou seja, ela era um urubu organizacional.

Por algum tempo, essas situações continuaram ocorrendo até que, em certo dia, me saturei e fui diretamente para o líder da minha líder imediata. Pedi licença para entrar na sala e fui gentilmente recebido. Sentei e expus todos os ocorridos que se estendiam por meses numa situação que criava repulsa da forma como era feita. Ele a chamou, registrou os ocorridos e pediu para que isso parasse imediatamente. O resultado final foi que, com o tempo, as mesmas situações continuavam ocorrendo, porém, com um novo formato.

Sabe qual o resultado disso? Saí de lá e abri a minha própria empresa. E hoje eu agradeço a essa “urubua” organizacional porque se não fosse por ela, eu jamais teria imaginado em abrir a minha própria empresa de consultoria e jamais começaria a tocar os meus próprios projetos.

 
Por: FLÁVIO GUIMARÃES

Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Articulista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.

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