Preço de material escolar varia 260%; veja como economizar
9 de janeiro de 2018

O preço do material escolar sofreu um aumento de 9,25%, de acordo com a comparação de preços de 136 produtos pesquisados em 2017 e agora.

Pais com filhos em idade escolar precisam comparar preços em diversos estabelecimentos antes de comprar o material deste ano. Pesquisa realizada pelo Procon encontrou diferenças de até 260% no preço do mesmo produto.

Essa foi a variação encontrada no valor da caneta esferográfica da Faber Castell, vendida por 1,75 reais em uma loja e por 6,30 reais em outra.

A pesquisa comparou os preços de 189 produtos, como apontador, borracha, caderno, canetas esferográfica e hidrográfica, colas em bastão e líquida, de nove estabelecimentos comerciais de São Paulo.

O preço do material escolar sofreu um aumento de 9,25%, de acordo com a comparação de preços de 136 produtos pesquisados em 2017 e agora. Esse índice é maior que a inflação do período – que deve ficar em 2,80%, segundo projeção da Reuters.

Dicas para economizar

Para economizar com a lista de compras, uma das dicas do Procon é verificar se o aluno já possui itens do material do ano passado que podem ser reaproveitados agora, como régua, borracha, tesoura, canetas, lápis de cor, mochila, lancheira e até mesmo cadernos.

 

O terapeuta financeiro Reinaldo Domingos, autor de “Terapia Financeira” (Editora Gente), afirma que o principal a se fazer nesse momento de volta às aulas é um inventário de materiais escolares. “Os pais precisam levantar dentro de casa os materiais que ficam esquecidos, e analisar se eles podem ser reutilizados”. Outro ponto, ele ressalta, é a importância do relacionamento dos pais com outros familiares e até vizinhos. “Às vezes vizinhos e parentes podem ter materiais que podem emprestar ou trocar”. 

O professor e educador financeiro Mauro Calil explica que os pais devem focar na pesquisa de preços, bem como nas compras em conjunto. “Os descontos vão de 30 a 90% quando as compras são feitas em conjunto”, calcula. Tanto Calil quanto Domingos batem na tecla da educação financeira e defendem que as crianças devem saber tanto dos preços que os pais pagam em seus materiais escolares, como dos descontos obtidos.

Confira 10 dicas dos educadores financeiros para a economia na compra dos materiais escolares.

1. Pesquise 
“Se pudesse dar uma dica, esta seria: pesquisar, pesquisar, pesquisar”, aconselha Mauro Calil. Reinaldo Domingos lembra que, com a internet, a pesquisa se tornou mais refinada. “Dá para conhecer lojas que nem se imagina que existem, e elas podem ter preços bem mais em conta”, completa.

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2. Compre no atacado 
Lojas que vendem a atacado costumam ter preços menores que as do varejo, por isso, os especialistas indicam que os pais se juntem para comprar certos itens em um grupo grande. Calil explica que os produtos básicos, como lápis e canetas – que crianças de quase todas as idades escolares precisam – podem ser comprados nesses lugares com quase 90% de desconto. “Um apontador, que custa 1 real, em compras maiores passa a custar 10 centavos”, diz. Para isso, Domingos e Calil recomendam conversar com outros pais para fazer as compras em conjunto.

3. Reutilize 
No quesito uniformes, Domingos afirma que é possível fazer uma simples reforma nas camisetas e calças, que os torna possíveis de serem usados por mais um semestre. Calil sugere que as crianças customizem as capas de seus cadernos. “É uma ideia bastante popular entre os adolescentes”. É possível ainda reaproveitar livros didáticos do filho mais velho para o mais novo, se for o caso. “Se não der, faça uma boa ação e doe o material para crianças ou jovens de famílias que não possuem condições de comprá-los”, sugere Domingos.

4. Não ligue para personagens 
Seu filho quer a mochila, a lancheira, o caderno e o estojo do Ben 10 ou de outro astro animado da TV? É possível fazer uma negociação: compre um item do personagem favorito do seu filho, mas não a linha completa. Calil é imperativo ao dizer que as marcas devem ser ignoradas. “Muitas vezes, a imagem da capa do caderno encarece três vezes o produto”, alerta.

5. Negocie condições 
Pechinchar ainda funciona, e muito bem, segundo Reinaldo Domingos. Ele afirma que os pais devem procurar o benefício por trás das formas de pagamento. “Se for parcelar, que seja sem juros; se for à vista, tente um preço melhor”, aconselha.

Conversar com os filhos e envolvê-los nas escolhas é importante
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Conversar com os filhos e envolvê-los nas escolhas é importante

6. Compre um mês antes 
No período de volta às aulas os preços dos materiais escolares aumentam. Os pais podem driblar este aumento simplesmente se programando para comprar os materiais um pouco antes. “Todo ano tem volta às aulas. Por que, então, não comprar um mês antes?”, questiona Calil.

7. Envolva as crianças nas escolhas 
A compra de materiais se torna complicada a partir do momento que as crianças mostram querer um produto – normalmente os mais caros – e os pais, outros. Reinaldo sugere sair deste impasse conversando com as crianças. “É importante que os pais mostrem para os filhos que estão economizando, e que eles serão beneficiados com isso a longo prazo”, afirma.

Em um período de crise financeira, Domingos ressalta que é importante também conversar com os filhos antes de sair às compras, explicando a situação em que a família se encontra e quanto poderão gastar com os materiais. 

8. Avalie a lista 
“Algumas coisas podem ser substituídas”, diz Domingos. Calil explica que os pais devem se reunir para, assim, colocar as questões sobre a lista em voz alta nas reuniões escolares. Se existem exigências desnecessárias, elas não voltarão no ano que vem.

9. Faça uma lista de compras pessoal 
Depois de avaliar a lista fornecida pela escola e verificar o que precisa ou não comprar, Domingos sugere fazer uma lista do que será necessário, para não se perder e acabar rendendo-se aos impulsos consumistas, deixando de economizar.

 

10. Participe das reuniões escolares 
Mais importante que a economia na compra dos materiais é a participação dos pais nas atividades relacionadas à escola dos filhos. Mauro Calil explica que as reuniões são imprescindíveis para discutir questões importantes – e que acabam pesando no bolso, como os uniformes. “Uma prática comum das escolas é homologar apenas um fornecedor de uniformes e isso encarece muito o seu preço. Quando os pais participam de reuniões e fazem pressão para que se tenha mais de um fabricante, o preço pode cair bastante”, exemplifica o professor.