Wilson Witzel, do PSC, é eleito governador do RJ
28 de outubro de 2018

Candidato teve ascensão surpreendente no final do 1º turno e voltou a superar Eduardo Paes (DEM) no 2º turno. Estado terá o primeiro governador não fluminense desde Leonel Brizola.

Wilson Witzel foi eleito governador do Rio de Janeiro neste domingo (28). O candidato do PSC manteve a força que o levou ao primeiro lugar no primeiro turno e voltou a vencer Eduardo Paes, do DEM, no segundo turno. Ele vai substituir o atual governador, Luiz Fernando Pezão (MDB), a partir de 1º de janeiro.

A vitória foi confirmada às 19h03. Com 96,04% dos votos apurados, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, Witzel teve 4.475.784 (59,66%) dos votos válidos e Paes, 3.026.841 votos (40,34%).

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No segundo turno, Witzel derrotou um Eduardo Paes que somente a uma semana do pleito ameaçou sua liderança, segundo as pesquisas. Agora, o eleitor fluminense terá quatro anos para aprender a chamar o novo governante – que atende por “Uílson Vítzel” -, o primeiro não fluminense a assumir o Palácio Guanabara desde o segundo mandato de Leonel Brizola, em 1991.

Biografia

Aos 50 anos, o paulista de Jundiaí nunca concorreu a cargos políticos. É advogado e foi fuzileiro naval e juiz federal, cargo que exerceu por 17 anos.

Witzel chegou a registrar seu nome de urna como Wilson Ex-Juiz Federal, mas foi impedido em meio à campanha por decisão da Justiça Eleitoral.

O governador eleito é é casado com Helena Witzel e tem quatro filhos.

Campanha

O candidato do PSC teve uma ascensão surpreendente nas pesquisas de intenção de voto no primeiro turno. Se nas primeiras variou entre 1% e 4%, chegou empatado tecnicamente em segundo lugar na última delas com o candidato Romário (Podemos), na véspera da eleição do primeiro turno.

No dia seguinte, surpreendeu novamente, quando obteve mais do que o dobro dos votos de Paes – votação já apontada pela boca de urna. Na votação, teve 3.154.771 (41,28%) dos votos válidos, contra 1.494.831 (19,56%) do candidato do DEM.

Com o apoio de Flávio Bolsonaro (PSL), deputado estadual que se elegeu senador, Witzel afinou seu discurso com o do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), que nunca anunciou apoio aos candidatos do Rio de Janeiro.

A segurança e o combate à corrupção também foram protagonistas em sua campanha, e o apoio da família Bolsonaro é apontado como o principal por sua ascensão meteórica.

Para concorrer ao governo, Witzel pediu exoneração da Justiça Federal, no início do ano. Durante a campanha, chegou a brincar que alguns eleitores perguntavam a ele se estava “maluco” por abrir mão dos privilégios do cargo. Ele rebate dizendo que tem bom salário como advogado e que escolheu o cargo por acreditar que pode melhorar a situação do estado.

Antes de se filiar ao PSC, foi titular da 6ª Vara Federal Cível até 2 de março. Ele já havia atuado em varas cíveis e criminais no Rio e em Vitória. Witzel deixou o Espírito Santo em meio a ameaças de morte.

Polêmicas

Em um dos debates, o candidato Romário disse que Witzel era “frouxo” por ter “fugido” de sua responsabilidade ao sair do Espírito Santo.

Desconhecido do grande público até o primeiro turno, Witzel sofreu ataques no segundo. Ele, que se disse contra o auxílio-moradia em entrevista ao G1 e a CBN em setembro, nunca abriu mão do benefício, totalizando cerca de R$ 500 mil.

Em um vídeo, Witzel aparece sugerindo o que chama de “engenharia” para juízes acumularem outro benefício — ambos são legais, mas foram considerados imorais por seus adversários.

Propostas

Na campanha, a avaliação é que sua eleição representa o desejo da população por mudança. Witzel disse, várias vezes, que ele representava o “novo”, enquanto Paes era o “de novo”.

Witzel defendeu também o endurecimento do combate à criminalidade, citando inclusive o que chama de “abate” de criminosos que estiverem com fuzis.