LIGHT ABRE CONCURSO LITERÁRIO SOBRE SÃO JOÃO MARCOS RJ
21 de outubro de 2016

REGULAMENTO 

 CONCURSO LITERÁRIO CONTOS DE SÃO JOÃO MARCOS – Volume 2

Com o objetivo de incentivar a produção literária fluminense o Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos, em Parceria com a Editora Cidade Viva e através do Prêmio Todos por um Brasil de Leitores, tem o prazer de lançar o concurso cultural “Contos de São João Marcos – Volume 2”.

I – Tema

O concurso literário “Contos de São João Marcos – Volume 2” irá premiar através da publicação de coletânea homônima até 10 contos de ficção cujo cenário seja a histórica cidade de São João Marcos.

Os contos podem ser ambientados em qualquer período histórico, desde a fundação da cidade até os dias de hoje (devendo, neste caso, ser ambientado no Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos), ou num futuro imaginário, preservando-se apenas as características históricas e geográficas reais.

Os contos devem ser narrativos, podendo ser escritos nos gêneros: Aventura, comédia, drama, ficção científica, mistério, policial, romance, suspense ou terror, com um mínimo de 3 e máximo de 8 laudas.

II – Participação

Podem participar todos os residentes no estado do Rio de Janeiro, brasileiros ou naturalizados, de idade igual ou superior a 12 anos. III – Inscrições

  1. As inscrições se iniciam no dia 23 de agosto e se encerram no dia 23 de outubro de 2016.

 

  1. Procedimentos para inscrições online:
    1. Preencher ficha de inscrição e termo de autorização para publicação disponibilizados no site: saojoaomarcos.com.br ou na fanpage do Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos: https://www.facebook.com/ParqueSaoJoaoMarcos
  1. Enviar para o email: contato@saojoaomarcos.com.br arquivo zipado com o nome do participante contendo: Ficha de inscrição, cópia do documento de identidade, cópia de comprovante de residência no estado do Rio de Janeiro, Termo de autorização para publicação e texto do conto em formato pdf.
  2. Não serão consideradas inscrições online cuja documentação não esteja completa.
  3. Não serão considerados contos que não estejam no formato pdf.
  4. Só serão consideradas inscrições enviadas até 23:59 do 23 de outubro de 2016.
  5. Cada participante poderá concorrer com até 3 textos.

 

  1. Procedimentos para inscrições por correios:
    1. Preencher ficha de inscrição e termo de autorização para publicação disponibilizadas no site: saojoaomarcos.com.br ou na fanpage do Parque Arqueológico e

Ambiental de São João Marcos: https://www.facebook.com/ParqueSaoJoaoMarcos

  1. Enviar envelope contendo: Ficha de inscrição, cópia do documento de identidade, cópia de comprovante de residência no estado do Rio de Janeiro, Termo de autorização para publicação e texto do conto para o endereço: Rua São Bento, n° 9 sala 101 – Centro. CEP: 20090-010 Rio de Janeiro, RJ.
  2. O envelope deverá estar endereçado à: Equipe de Seleção do Concurso Literário Contos de São João Marcos – Volume 2.
  3. Não serão consideradas inscrições cuja documentação esteja incompleta
  4. Só serão consideradas inscrições cujo carimbo dos correios seja igual ou anterior à data de 23 de outubro de 2016.
  5. O material enviado não será devolvido.
  6. Cada participante poderá concorrer com até 3 textos.

 

IV – Critérios de Seleção:

  1. A seleção dos textos vencedores obedecerá aos seguintes critérios:

 

  1. Adequação ao tema
  2. Cumprimento do tamanho mínimo ou máximo proposto
  3. Originalidade
  4. Clareza e coerência do texto
  5. Adequação ortográfica e gramatical

 

  1. A decisão da comissão de seleção é irrevogável.

V – Premiação

Serão publicados até 10 contos na coletânea “Contos de São João Marcos – Volume 2”, que terá seu lançamento em janeiro, no Festival Literário do Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos.

Os autores serão premiados da seguinte maneira:

  • 1° colocado – 50 exemplares da coletânea, espaço com cadeira para autógrafo no lançamento do livro, certificado de premiação.
  • 2° colocado – 30 exemplares da coletânea, espaço com cadeira para autógrafo no lançamento do livro, certificado de premiação.
  • 3° colocado – 20 exemplares da coletânea, espaço com cadeira para autógrafo no lançamento do livro, certificado de premiação.
  • 4° ao 10° colocado – 5 exemplares da coletânea, espaço com cadeira para autógrafo no lançamento do livro, certificado de premiação.

VI – Outras disposições

  1. Os exemplares referentes às premiações devem ser retirados no dia do lançamento da coletânea, no Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos, ou pessoalmente na sede do Instituto Cultural Cidade Viva até 30 dias após do lançamento.
  2. A comissão de seleção se reserva ao direito de premiar menos contos ou cancelar este concurso caso não atinja número necessário de inscrições satisfatórias.
  3. O material para pesquisa sobre a cidade de São João Marcos pode ser encontrado no anexo I deste regulamento, ou no site saojoaomarcos.com.br
  4. Os autores que desejarem participar do evento de lançamento e da mesa de autógrafos deverão chegar por conta própria no Parque ou no ponto de encontro da van que os levará até lá.
  5. Maiores informações podem ser esclarecidas através do email:

contato@saojoaomarcos.com.br

ANEXO I – A cidade de São João Marcos

A história de São João Marcos começa como a de tantas outras cidades coloniais interioranas no Brasil: uma fazenda de penetração bandeirante às margens de uma das vias de interiorização da malha viária que começava a se desenhar entre o litoral, São Paulo e Minas Gerais.

Em 1739, numa fazenda que ficava à beira do Caminho Velho para Minas Gerais, foi construída uma capela dedicada a São João Marcos e, ao redor da capela, foi crescendo um povoado que mais tarde foi elevado à categoria de freguesia. Pouco menos de trinta anos depois ela foi considerada oficialmente uma cidade e passou a ser denominada por vila. Quer dizer: uma vila era mais importante que uma freguesia, que era maior que um povoado. A vila recebeu o nome de São João do Príncipe e assim foi chamada até 1890, quando voltou a ter o nome original do povoado: São João Marcos.

Naquela época, as cidades e povoados da região fluminense eram simples e modestas. São João Marcos não era diferente, apesar de bem estruturada.

Como berço da expansão cafeeira no Vale do Paraíba Fluminense, a cidade se encontrava em uma posição privilegiada: no centro da área produtora, na confluência de grandes rios, próxima à corte – instalada no Rio de Janeiro – e com ligação direta ao mar via Mangaratiba. Este conjunto de fatores fazia de São João Marcos uma das maiores cidades produtoras de café.  Apesar de não ser muito grande, tinha modernas opções culturais e de infraestrutura.

No carnaval, a cidade ficava muito animada e os bailes nunca acabavam antes do amanhecer. Existiam duas bandas de música que tocavam durante toda a semana durante as festividades. Um carro alegórico circulava pelas ruas e os foliões, na sua grande maioria, usavam fantasias.

Outra festa bastante animada era a do padroeiro, São João Marcos, que acontecia todos os anos no dia 27 de setembro e enchia a Praça Cinco de Julho com gente de todas as idades.

A última grande festa de São João Marcos foi a comemoração do bicentenário da cidade e de seu tombamento como Monumento Histórico Nacional, no ano de 1939. Uma queima de fogos brilhou no céu como luzes coloridas e cinco bailes não deixaram ninguém parado até às 4 horas da manhã.

Em 1939, por conta de um abaixo assinado liderado por Luiz Ascendino Dantas, São João Marcos foi tombada como monumento histórico pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional SPHAN, atual IPHAN – o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Apesar da relevância do seu conjunto arquitetônico, São João Marcos foi destombada por Getúlio Vargas para o aumento da capacidade da Represa de Ribeirão das Lajes. Foi então inevitável que a cidade fosse desocupada.  Primeiro foram as fazendas e depois as residências do seu perímetro urbano.  Todas as edificações foram destruídas para que não houvesse retorno e a eventual ocupação irregular das casas.

Em 1990, as ruínas de São João Marcos foram tombadas pelo Instituto Estadual de Patrimônio Artístico e Cultural – INEPAC. Pouco mais de dez anos após o tombamento, o Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos foi inaugurado, no dia 09 de junho de 2011.  Sua criação é um marco para a história da região e do próprio país, pois se trata do primeiro sítio arqueológico urbano do Brasil a ser resgatado completamente por arqueólogos.

“O estudo dos sítios arqueológicos contribui para despertar o interesse cultural das sociedades contemporâneas pelo processo de sua formação, proporcionando além de uma interpretação, uma reflexão sobre as suas origens.” Silvia Puccioni – Arquiteta e Arqueóloga

 

É exatamente o que ocorreu em São João Marcos. Após quase sete décadas de sua desocupação, o local foi totalmente tomado pela mata.  Foi necessário um intenso trabalho de arqueologia para que esta história de glórias e conquistas importantes para a memória da cidade e do nosso país pudesse ser preservada para as futuras gerações.

O Parque está situado na região da Represa de Ribeirão das Lajes, uma reserva da Mata Atlântica reconhecida pela UNESCO.  Desde a sua criação as ações predatórias ao meio ambiente no local e no seu entorno diminuíram significativamente. Várias escolas já estiveram em São João Marcos para aprender sobre o rico patrimônio natural local.

“A educação ambiental é fundamental na busca pelo desenvolvimento sustentável, por ser uma das opções mais fáceis de ser efetivada e um instrumento para formação de um novo olhar, novo pensar e uma melhor qualidade de vida”.  

Mario Vidigal – Biólogo

 

 

  1. OURO

Este caminho era o trajeto oficial para o escoamento do ouro. Chegando a Paraty, o precioso metal era transportado por via marítima até Sepetiba e de lá, novamente por terra, chegava ao Rio de Janeiro, de onde embarcava para Portugal. Por causa de riscos de ataques de piratas, e também de naufrágios, D. João VI mandou construir uma ligação direta por terra entre Paraty e Sepetiba, dando origem ao Caminho Novo, que ligava diretamente o Rio de Janeiro ao Vale do Paraíba Fluminense.

Com o crescimento desses percursos, surgiam inúmeras cidades, dentre elas, São João Marcos. Era pela Estrada Imperial que São João Marcos se interligava a Mangaratiba, considerada por inúmeros historiadores a primeira estrada de rodagem planejada do Brasil.

“Tão intensa movimentação de tropas e diligências que desciam a Serra do Piloto, carregados de café e de diversos produtos oriundos de São João Marcos e de outros lugares da região, em direção ao porto do Saco de  Mangaratiba que, em meados do século XIX,  foi construída a Estrada Imperial Mangaratiba-São João Marcos.  

A Estrada Imperial foi construída com cerca de trinta quilômetros de calçamento em pé de moleque macadamizado (uma tecnologia avançada para época), com muitas obras de arte e com todas as pontes em arquitetura românica (em arcos de pedra de cantaria) que encanta ainda todos que por ela passam.” –  Mirian Bondiz

 

  1. CAFÉ e ESCRAVIDÃO

A cidade cresce e desempenha importante papel na produção cafeeira e no comércio de escravos, em ambas as frentes tendo papel expressivo a família Breves, proprietária de algumas fazendas (São Joaquim da Grama, por exemplo) que ainda existem na região.

 

São João Marcos foi uma das maiores produtoras de café do país no século XIX. Milhares de escravos trabalhavam nas roças de café, plantando e colhendo quase seis milhões de quilos de café todos os anos. Para você ter uma ideia, só a produção nas fazendas do Sr. Joaquim José de Sousa Breves, também conhecido como Rei do Café, representava mais de 1% de toda a produção brasileira.

Os escravos foram parte importante da economia cafeeira em todo Brasil e não foi diferente em São João Marcos. Alguns dos seus hábitos deixaram marcas importantes na cultura da região até os dias de hoje, como o jongo da Marambaia e o quilombo do Alto da Serra, em Lídice, distrito de Rio Claro.

Bem, apesar da proibição do tráfico de escravos no país em 1850, este continuou de forma clandestina na região por cerca de três décadas, sendo o principal porto de chegada de escravos, a Restinga da Marambaia.  Muitos destes escravos chegavam muito fracos devido à longa viagem e aos maus tratos. Passavam então pela chamada “engorda”, período utilizado para recuperar fisicamente o cativo, para que o mesmo fosse vendido por um preço mais alto.

 

A população de São João Marcos atinge, em seu auge, no final do século XIX, cerca de 18.000 a 20.000 habitantes, e chega a ser dotada de estrutura urbana de razoável expressão: prefeitura, cadeia, hospital, igreja, colégios, teatro, clubes associativos e esportivos.

 

  1. Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos

O Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos nasceu de um antigo desejo da população local. Desde o início do projeto de construção do parque até a sua inauguração em junho de 2011, as demandas do poder público local e dos moradores se fizeram ouvidas.

Em pouco mais de dois anos e meio após sua inauguração, o Parque já recebeu cerca de 22 mil visitantes, tornando-se o equipamento cultural mais visitado da região.  Paulatinamente vem se consolidando como espaço capaz de promover o desenvolvimento, conhecimento e qualidade de vida aos moradores dos municípios em seu entorno.

A programação tem como principal objetivo salvaguardar a memória da cidade histórica de São João Marcos, destruída na década de 40 para a ampliação da capacidade da represa de Ribeirão das Lajes.  As atividades propostas para 2014, assim como as já realizadas desde a inauguração do espaço em junho de 2011, pretendem valorizar o patrimônio material e imaterial associado à história marcossense, despertando a consciência dos frequentadores do parque sobre a importância deste patrimônio para a identidade e desenvolvimento de toda a região.

Desde a sua inauguração já foram realizados no Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos cerca de quarenta eventos de natureza cultural, com ênfase na valorização das tradições do local e entorno. Grupos de folias de reis, incluindo uma nascida e remanescente da velha São João Marcos, grupos de jongo, atividades com quilombolas do Alto da Serra, localidade próxima ao parque, grupos de contação de história e teatro de Rio Claro, poetas de Piraí homenageando

Fagundes Varela, nascido em Rio Claro, além das exposições “Mulheres de São João Marcos” e “Pereira Passos: Cidadão de São João Marcos”, um dos mais ilustres filhos da localidade, bandas de música da região e atividades em torno do artesanato e culinária local, são alguns dos atrativos já apresentados no calendário de atividades do parque.

 

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