Zika vírus desencoraja norte-americanos a viajar para a América Latina
8 de fevereiro de 2016

O resultado da pesquisa é o mais recente sinal de que o vírus, suspeito de estar ligado a milhares de casos de deformações de nascimento no Brasil, pode causar queda na quantidade de viagens para esses locais nos próximos meses.

Companhias aéreas e operadoras de cruzeiros marítimos ainda não relataram quedas nas reservas por causa do Zika vírus, mas analistas minimizaram o impacto que o medo dos “novos futuros pais” pode vir a ter sobre suas receitas.

Ainda assim, a conscientização sobre a existência do vírus, transmitido por mosquitos, subiu para quase dois terços dos norte-americanos, de acordo com a sondagem realizada com 1.595 adultos nos Estados Unidos de 1º a 5 de fevereiro. Isso contra 45 por cento que tinham ouvido falar sobre o Zika vírus em uma pesquisa Reuters/Ipsos no final de janeiro.

“Eu e meu marido estamos tentando engravidar, por isso, estou um pouco preocupada”, disse Erica, uma entrevistada que afirmou ter sido picada por um mosquito durante uma viagem, em janeiro, para as Ilhas Virgens, nos EUA, onde a presença do Zika vírus foi relatada.

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA tem aconselhado as mulheres grávidas a evitar viagens para áreas com surto ativo de Zika, e a Organização Mundial de Saúde (OMS)declarou alerta internacional de emergência por causa da doença.

Erica, que pediu para ser identificada apenas por seu primeiro nome, disse que desistiu de visitar a Jamaica neste verão para comemorar seu aniversário de casamento. “Vamos refazer nossos planos sobre isso”, disse ela, referindo-se à ilha, que está presente na lista de alerta do CDC.

Entre os que estão cientes do vírus, 41 por cento disseram estar menos propensos a viajar para Porto Rico, México e América do Sul nos próximos 12 meses por causa do Zika vírus, segundo a pesquisa. Cerca de 48 por cento disseram que o Zika vírus não mudou a probabilidade de visitar esses destinos, enquanto o restante não souberam responder.

De acordo com a pesquisa, seis em cada 10 norte-americanos que conhecem a doença disseram que o vírus é uma preocupação, incluindo 18 por cento que afirmaram estar muito preocupados.

“É uma doença nova e contagiosa”, disse o entrevistado Toni Brockington, 42, que vive perto de Fort Bragg, na Califórnia, e pensou em visitar o México antes de ficar sabendo do surto. “O vírus, junto com os relatos de violência e drogas, está tornando (esses destinos) cada vez menos atraentes.”

Muito sobre o Zika vírus continua um mistério, incluindo se ele realmente causa a microcefalia. O Brasil está investigando a potencial ligação entre as infecções por Zika vírus e o surgimento de mais de 4.000 casos suspeitos de microcefalia, uma condição marcada pelo tamanho anormalmente pequeno da cabeça, que pode resultar em problemas de desenvolvimento.

Pesquisadores identificaram evidências de infecção por Zika vírus em 17 desses casos, ou no bebê ou na mãe, mas ainda não confirmaram se o Zika vírus pode de fato causar microcefalia.

((Tradução Redação São Paulo, 55 11 5644 7729)) REUTERS CMO

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