Mortes por Covid-19 em março representam 30% dos óbitos por doenças no Rio de Janeiro
15 de abril de 2021

Novo coronavírus matou 4.617 fluminenses segundo dados dos Cartórios que também registraram a menor variação entre nascimentos versus óbitos na história.

Março, que se tornou um dos piores meses da pandemia no Rio de Janeiro, com um total de 4.617 óbitos registrados por Covid-19 em Cartórios de Registro Civil até esta segunda-feira (12.04), trouxe também uma triste marca que simboliza o impacto do vírus na história do País. A doença causada pelo novo coronavírus representou 30,3% do total de óbitos por causas naturais (mortes por doenças) no Estado, totalizadas em 4.515 até esta data. Somente maio e dezembro do ano passado foram piores.

Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil (https://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.

O número de óbitos por Covid-19, que no auge da 1ª onda, em maio de 2020, chegaram a representar 33,4% dos óbitos por causas naturais no Rio de Janeiro, já havia dado sinais de que estava voltando a crescer em dezembro, representando 30,4% dos óbitos por doenças, mantendo uma curva de crescimento contínuo em outubro (14,4%) e novembro (17,7%). Ao atingir 30,3% das mortes por doenças no Estado, a Covid-19 quase dobra seu impacto no total dos óbitos naturais em relação a maio passado, até então o mês mais mortal.

“Os altos números de óbitos que vem sendo registrados nos Cartórios do Estado em meio a pandemia do Covid-19, confrontados com os dados da série histórica, apenas confirmam o grau de letalidade da doença. Neste cenário, fica cada vez mais evidente a importância do Portal da Transparência para a sociedade, e para que políticas públicas sejam implementadas, embasadas na representação dos dados que podem indicar crescimento ou queda no índice de mortes”, afirma Humberto Costa, presidente da Arpen RJ.

Já o Brasil, que teve um total de 72.148 óbitos registrados por Covid-19 em Cartórios de Registro Civil até esta segunda-feira (12.04), também foi impactado pela triste marca que simboliza o impacto do vírus na história do País. A doença causada pelo novo coronavírus representou 48% do total de óbitos por causas naturais (mortes por doenças) no País, totalizadas em 171.211 até esta data.

Mortes x Nascimentos

Mesmo com o advento da pandemia do novo coronavírus, o Rio de Janeiro registrou aumento no número de nascimentos, se comparado ao número de óbitos. Foram 1.074 registros de nascimentos a mais realizados, que os 15.489 óbitos ocorridos, totalizando 16.563 nascimentos registrados no Estado.

Outro número impactante da pandemia no Rio de Janeiro se refere à comparação entre o número de nascimentos e os óbitos registrados nos Cartórios de Registro Civil. A diferença entre nascimentos e óbitos em março deste ano ficou 35% abaixo do que a média histórica do Estado, que gira em torno de 6.769 registros – em média, nascem 6.7 mil crianças a mais do que a quantidade de óbitos registrados ao mês.

A redução na diferença acontece mesmo em meio a uma “reação” das gestações no mês de março, que registrou um total de 16.563 nascimentos, 17,3% a mais do que fevereiro. No entanto, o alto número de óbitos, que atingiu a marca de 15.489 mortes em março deste ano, impediu que o Estado avançasse mais na equação nascimentos versus óbitos, que vem caindo desde o agravamento da pandemia em janeiro deste ano.

No Brasil, a diferença entre nascimentos e óbitos, que sempre esteve em média na casa dos 137 mil – em média, nascem 137 mil crianças a mais do que a quantidade de óbitos registrados ao mês – caiu drasticamente a “apenas” 47.939 mil nascimentos, chegando a uma redução de 90 mil em relação à média histórica, e à metade dos cerca de 90 mil registrados nos meses desde o início da pandemia.

O número de óbitos registrados no mês de março de 2021 ainda pode vir a aumentar, assim como o número de nascimentos e a variação das médias e da comparação entre nascimentos e óbitos para o período, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência. Além disso, alguns estados brasileiros expandiram o prazo legal para comunicação de registros em razão da situação de emergência causada pela COVID-19. Os nascimentos também possuem prazo legal a ser observado, tendo os pais até 15 dias para registrar o recém-nascido em cartório.

Sobre a Arpen/RJ

A ARPEN-RJ, entidade de utilidade pública, nos termos da lei 5462/2009, se destina, entre os objetivos estatutários, a promover o aperfeiçoamento do registro civil de pessoas naturais e de interdições e tutelas no estado do Rio de Janeiro, bem como apoiar as iniciativas nacionais nessa área.

Assessoria de Imprensa da Arpen/RJ
 
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