Moradores do Bairro Fazenda Caxias em Seropédica estão sem água
22 de fevereiro de 2017

 

Moradores da Rua Isidro Borges no Bairro Fazenda Caxias em Seropédica, reclamam que estão sem água já faz 30 dias. Eles relatam que já pediram a CEDAE que tomem providencias e nada. Segundo a moradora Ana Lucia a CEDAE fala que estão em greve.

A solução foi buscarem ajuda na Prefeitura de Seropédica e segundo Ana Lucia, ela obteve essa resposta: “A prefeitura de Seropédica não vai pode ajudar neste momento, pois os caminhões pipas estão quebrados e estamos sem dinheiro para consertar” disse na Lucia.

O Seropédica Online entrou em contato com a CEDAE e obteve esta resposta: “Infelizmente não podemos ajudar, toda tubulação que alimenta aquele lugar tem de ser substituída e agora com a privatização piorou. A solução provisória e colocar uma bomba para jogar pressão para essa rua, mas com a privatização estamos de mãos amarradas

Com a privatização da CEDAE as pessoas mais pobres que serão mais prejudicados

Olhem o que diz o Jornal do Brasil

Privatização da Cedae vai afetar os mais pobres, diz representante da Aseac

o Jornal do Brasil

Vice-presidente da Associação dos Empregados de Nível Universitário da Cedae (ASEAC), Emy Guimarães de Lemos lembra que o patrimônio líquido da empresa passou de R$ 5,5 bilhões durante a crise hídrica e que o último balanço divulgado demonstra que a companhia segue sendo superavitária, o que, por si só, já invalida os argumentos do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), que justifica a privatização da Cedae como medida para diminuir o impacto da crise do estado.

“Não podemos deixar que a Cedae, um patrimônio da sociedade, seja massa de manobra do governo. A companhia dá lucro ao Estado do Rio de Janeiro e possui uma importância social enorme ao povo fluminense. As áreas de baixa renda serão prejudicadas com uma possível federalização ou privatização. A presente dívida do Estado do Rio não deve e nem pode penalizar a população, tampouco penalizar uma empresa saudável como a Cedae. Há superávit desde 2014”, comenta Emy Guimarães de Lemos, acrescentando que o valor da tarifa “altamente social e que não visa a lucratividade” vai subir.

O representante da ASEAC afirma, ainda, que o governo do Rio faz um movimento contrário a de outras cidades do mundo. Segundo ele, cidades como Paris, Barcelona, Buenos Aires, Sevilha, Nápoles, Atlanta e Berlim estão retomando o controle sobre o serviço devido às altas taxas cobradas pela iniciativa privada e a piora das condições nos locais mais pobres por não haver interesse de empresários em investir em áreas carentes.

“No mundo inteiro, mais de 235 cidades, em 37 países nos últimos 15 anos, retornaram ao controle público beneficiando 100 milhões de pessoas, pois além do operador privado ter que repassar aos acionistas lucro, a prestação de serviço teve queda de qualidade. Vale lembrar que a Cedae em 2016, além de bancar o término das obras Olímpicas com recursos próprios, uma vez que o Estado faltou com tais recursos, ainda conseguiu pagar ao seu acionista majoritário, que é o Estado, mais de R$ 300 milhões. Vender uma companhia que gera lucro ao Estado é, no mínimo, burrice ou, então, é ação deliberada de má fé, que prejudica todos os cidadãos do Rio de Janeiro”, afirma Lemos.

O representante dos empregados da Cedae reforça que os municípios atendidos pela companhia não tiveram problemas de abastecimento quando a crise hídrica prejudicou diversas regiões do Brasil: “Durante a crise hídrica que atingiu o Brasil em 2014 e 2015, os clientes da CEDAE não tiveram o fornecimento de água prejudicados nem reduzidos. Enquanto que em áreas operadas por empresas privadas, apesar de pagarem lucro aos seus acionistas, tiveram o fornecimento de água em suas áreas de exploração bastante prejudicados”, explica o vice-presidente da ASEAC.

Outro argumento contrário às privatizações do setor de saneamento refere-se à experiência passada no Brasil, nos anos 90. O país privatizou inúmeras empresas de telecomunicações, apesar de a oferta ter aumentado, a qualidade dos serviços é péssima, as empresas privadas que atuam do setor recebem inúmeras reclamações por parte dos clientes e a agência estatal reguladora não consegue mudar esse cenário e as tarifas cobradas estão entre as maiores do mundo.