Últimos refúgios de espécies ameaçadas no Brasil
26 de novembro de 2018

 Um desses refúgios fica localizado Flona Mario Xavier em Seropédica. Foram identificados 146 sítios. Dados vão basear investimentos, estratégias de conservação e políticas públicas voltadas à proteção da biodiversidade.

Brasília – O Ministério do Meio Ambiente (MMA) apresenta, neste domingo, (25), na 14ª Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica (CDB), no Egito, o Mapa dos sítios da Aliança Brasileira para Extinção Zero ou Mapa BAZE. Realizado em parceria com a Fundação Biodiversitas (MG), o estudo inédito é um exemplo para os países que buscam avançar rumo ao cumprimento da Meta 12 de Aichi.
 
O instrumento identifica 146 sítios como os últimos refúgios para espécies da fauna que correm sério risco de extinção, trazendo detalhes por bioma, região, grau de proteção e área ocupada. Também indica o grupo taxonômico das 230 espécies-alvo. Para chegar ao número, as 725 espécies de vertebrados e invertebrados classificadas como Criticamente em Perigo ou em Perigo na Lista Vermelha Oficial da Fauna Brasileira foram avaliadas de acordo com metodologia específica.
 
A ideia é que o Mapa de Sítios-BAZE passe a nortear investimentos, estratégias de conservação e políticas públicas voltadas à proteção da biodiversidade.
 
De acordo com o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, o reconhecimento dos Sítios BAZE por meio de Portaria fortalece a Aliança e ajuda a internalizar a estratégia de conservação na legislação brasileira, ampliando os esforços do governo na implementação de ações de proteção. “Se não for dada atenção especial a estes locais, as espécies estarão sob grave risco de desaparecer da natureza”, afirma.
 
O ministro afirma que a vantagem em focar esforços na proteção dos Sítios BAZE é que, ao mesmo tempo em que se evita a extinção de espécies, há um ganho em representatividade no sistema de áreas protegidas.
 

INSPIRAÇÃO

Inspirada na Alliance for Zero Extinction (AZE), iniciativa global criada em 2000 e lançada em 2005, com a intenção de dar subsídio para o estabelecimento de estratégias e políticas de conservação, a AZE brasileira (BAZE) teve início em 2006, quando o MMA firmou um Protocolo de Intenções para sua execução, em parceria com diversas instituições ambientais.
 

A iniciativa conta com apoio das organizações internacionais Birdlife International e American Bird Conservancy e financiamento do Global Environmental Facility (GEF).

Para Gláucia Drummond, diretora técnica do projeto na Fundação Biodiversitas, o Mapa dos Sítios BAZE surge como uma nova ferramenta de apoio técnico à gestão ambiental no país, sendo um desdobramento da lista vermelha da fauna nacional. “Ele poderá orientar licenciamentos e compensações ambientais, programas de pesquisa, monitoramento e conservação de espécies, criação e manejo de áreas protegidas, formulação de políticas públicas e privadas para conservação da biodiversidade, entre outros”, explica.
 

RECONHECIMENTO

Na quinta-feira (22), a Plenária da COP-14 aprovou proposta, apresentada pelo Brasil, que considera a Aliança para Extinção Zero como uma ferramenta para acelerar o avanço em direção ao cumprimento das Metas Aichi 11 e 12. A Decisão apresenta opções para que os países avancem no cumprimento das Metas Aichi. A iniciativa engloba as metas de proteção de habitat (Aichi 11) e proteção de espécies (Aichi 12).

 

De acordo com o diretor de Conservação e Manejo de Espécies do MMA, Ugo Eichler Vercillo, ao adotar iniciativas para a proteção dos sítios da Aliança para Extinção Zero (AZE) e promover a sua incorporação nas legislações nacionais, as Partes podem alcançar as Metas 11 e 12 de Aichi simultaneamente. “E os governos podem, de maneira benéfica, basear a expansão de seus sistemas de áreas protegidas na preservação de espécies ameaçadas”, afirma.

 
SAIBA MAIS
 
Metas de Aichi – A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) adotou, em 2010, durante a 10ª Conferência das Partes (COP-10), uma série de metas no contexto do Plano Estratégico para a Biodiversidade 2011-2020. Como a reunião aconteceu em Aichi, no Japão, elas ficaram conhecidas como Metas de Aichi. A Meta 11 trata da contribuição dos sistemas de áreas protegidas e outras medidas de conservação para a proteção da biodiversidade. A Meta 12 propõe evitar as extinções das espécies. Ambas têm como objetivo estratégico melhorar a situação da biodiversidade protegendo ecossistemas, espécies e diversidade genética.
 
A COP – A Conferência das Partes (COP) é o principal órgão da Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD, na sigla em inglês) das Nações Unidas. A cada dois anos, os países signatários reúnem-se para firmar pactos e analisar o andamento das metas estabelecidas anteriormente. Foram estabelecidos sete programas temáticos de trabalho (zona costeira e marinha; águas continentais; agricultura; áreas secas e semiáridas; florestas; montanhas e ilhas), que correspondem a alguns dos principais biomas do Planeta. Para cada temática, são associados visão e princípios básicos para orientar o trabalho futuro.
 
 
 
Por: Waleska Barbosa /Ascom MMA

Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA)