Estação de Tratamento de Esgoto trará melhora na qualidade da água da Região Metropolitana do Rio
21 de janeiro de 2020

Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) trará melhora na qualidade da água da Região Metropolitana do Rio.

ETE é resultado da união entre os Comitês Guandu-RJ e CEIVAP, além da CEDAE e da Prefeitura da cidade. Assinatura do projeto que irá melhorar a qualidade da água na Região Metropolitana acontece amanhã (22).

Os moradores do município de Piraí e de toda região da bacia hidrográfica do Guandu-RJ serão beneficiados pela construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto. A nova estação será construída no bairro Laranjeiras e terá a capacidade de tratar 817 kg de carga orgânica por dia, carga essa que deixará de ser jogada no Rio Piraí/RJ, um dos rios da Região Hidrográfica II – RJ, que abrange total ou parcialmente 15 municípios.

Cerca de 15 mil pessoas serão beneficiadas diretamente e quase 10 milhões indiretamente, já que o rio Piraí fica à montante da bacia. A assinatura da parceria entre o Comitê Guandu-RJ, CEIVAP, e Prefeitura de Piraí será nesta quarta-feira (22), na sede da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, no Centro do Rio. Além do Prefeito Luiz Antonio e dos diretores do Comitê Guandu-RJ, estarão presentes o Secretário de Estado de Ambiente e Sustentabilidade do Rio, Altineu Côrtes e, o Diretor de Recursos Hídricos do INEA, Hélio Vanderley.

Além da população local, moradores da Região Metropolitana do Rio de Janeiro ganharão em qualidade nas águas. O rio Piraí desagua no Ribeirão das Lajes e de lá, as águas seguem para o Rio Guandu-RJ, local da captação da água da ETA que abastece quase 10 milhões de pessoas: “este projeto traz o ineditismo da articulação entre dois Comitês, um federal – CEIVAP e outro estadual – Guandu, para atingir as metas de ambos os Planos de Bacia, que é a melhoria quali-quantitativa dos recursos hídricos. A construção da ETE é uma ação efetiva para redução de carga orgânica no rio Piraí, cujas águas são essenciais para o abastecimento de grande parte da Região Metropolitana do Rio de Janeiro”, explicou Juliana Fernandes, Doutora em Recursos Hídricos, Diretora da AGEVAP, agência delegatária dos Comitês Guandu-RJ e CEIVAP.

Com objetivos e algumas áreas de abrangência em comum, as diretorias do Comitê Guandu-RJ e do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (CEIVAP) se aproximaram há alguns anos com o intuito de desenvolver ações e projetos que resultem na melhoria da qualidade e quantidade de água disponível para a sociedade. A ETE será resultado da sinergia de diversas instituições que tornaram a concretização possível. A possibilidade nasceu através do Programa de Tratamento de Águas Residuárias (PROTRATAR II), do CEIVAP. Criado em 2017, o programa prevê o aporte técnico e financeiro para a implantação/ampliação de sistemas públicos de esgotamento sanitário nos municípios da área de abrangência da bacia.

O programa vai ao encontro do Plano Estratégico de Recursos Hídricos do Comitê Guandu-RJ que diagnosticou a necessidade de um enfoque no tratamento de esgoto. Para tanto, o Comitê destinou 147 milhões de reais para esse fim em seu plano plurianual. Além disso, a lei estadual de recursos hídricos prevê que no mínimo 70% dos recursos arrecadados pela cobrança pelo uso da água incidente sobre o setor de saneamento serão obrigatoriamente aplicados em coleta e tratamento de efluentes urbanos. Com essas diretrizes, observou-se que os municípios de Rio Claro, Piraí, Engenheiro Paulo de Frontin, Barra do Piraí, Miguel Pereira, Vassouras e Mendes, que são abrangidos pelos dois Comitês, poderiam receber uma ação conjunta. Com a oportunidade do edital, após uma avaliação de critérios técnicos (se há projeto, se o orçamento é compatível, entre outros) e administrativos (certidões negativas de débito, contrapartidas, entre outros) o município de Piraí foi o habilitado para receber apoio do Comitê Guandu-RJ.

O projeto da ETE foi elaborado pela CEDAE, com recursos do Comitê Guandu-RJ. A prefeitura de Piraí destinou o local para a construção, a rede coletora e as condições legais e administrativas exigidas no edital. Para a construção, o Comitê Guandu-RJ disponibilizará pouco mais de 15 milhões de reais. Dessa forma, a proposta foi submetida e aprovada no PROTATAR II, que fez análises técnicas e administrativas. Além do apoio e acompanhamento técnico, o CEIVAP disponibilizará cerca de 1 milhão e setecentos mil reais neste projeto, que custará mais de 17 milhões de reais.

A construção da ETE resultará em avanços imediatos a região hidrográfica II do estado do Rio de Janeiro (Itaguaí, Seropédica, Queimados, Japeri, Paracambi, Engenheiro Paulo de Frontin – totalmente abrangidos – além de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Miguel Pereira, Vassouras, Piraí, Rio Claro, Mangaratiba, Mendes e Barra do Piraí – parcialmente abrangidos). Segundos dados do Plano Estratégico de Recursos Hídricos do Comitê Guandu-RJ (2018), a região tem 56,7% do esgoto coletado e apenas 38,9% desse esgoto tratado. Se retirarmos a cidade do Rio de Janeiro, os números são piores: apenas 34 % do esgoto é coletado e 0,8% tratado. Estudos já comprovaram que a falta de saneamento básico está diretamente ligada a doenças intestinais e de pele, que resultam no aumento da mortalidade infantil, entre outros problemas.