O hangar foi pouco utilizado pelos dirigíveis: quatro vezes pelo Hindemburg e cinco vezes pelo Graf Zeppelin, pois o projeto dos Zeppelins foi cancelado após o acidente que ocorreu em Nova Jersey, nos Estados Unidos, com o Hindenburg, em maio de 1937.

Posteriormente, durante a Segunda Guerra Mundial, em 1942, o Governo Brasileiro expropriou o Aeroporto Bartolomeu de Gusmão dos alemães e implantou lá a Base Aérea de Santa Cruz (BASC), da Força Aérea Brasileira (FAB). E o hangar encontra-se preservado até os dias de hoje.

Patrimônio histórico

Assentado sobre 560 estacas de sustentação, o hangar é uma edificação de grandes dimensões: são 274m de comprimento, 58m de altura e 58m de largura. Tem quatro plataformas rolantes sob o teto, que facilitava a manutenção no topo dos Zeppelins, além de três vigas especiais, caso fosse necessário erguer o dirigível.

As instalações elétricas eram revestidas por uma blindagem para evitar o surgimento de qualquer fagulha, que poderia causar um incêndio catastrófico nos dirigíveis. No interior do hangar há duas escadas com patamares, uma de cada lado, e um elevador elétrico que transporta 450kg ou seis pessoas, além de 23 janelas envidraçadas de cada lado. As telhas são originais de fibrocimento. No topo, a 61 metros, fica a torre de comando.

A construção está orientada no sentido norte/sul. O portão sul, o principal, pode ser aberto em toda a extensão de altura e largura do hangar, por motores elétricos ou manualmente, por um sistema de contrapesos; cada lado pesa 80 toneladas. Já o portão norte, com 28m de largura por 26m de altura, servia apenas como passagem de ventilação e saída da torre de atracação e só é aberto manualmente. 

Hangar do Zepplin (Foto: Força Aérea Brasileira)

O hangar serviu de base para o 1º Grupo de Aviação de Caça da FAB, que atuou na segunda guerra mundial. No local é realizada periodicamente a manutenção da aeronave administrativa da BASC. 

Nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos da Rio 2016, o hangar serviu como apoio a 12 esquadrões de aeronaves de caça, transporte e reconhecimento, que foram deslocados de diversas regiões do País e passaram a operar a partir da BASC. Às vezes, é usado para embarque e desembarque de paraquedistas. E também é muito procurado para atividades de balonismo. O hangar já foi utilizado, inclusive, para anúncio publicitário e recebe constantemente a visita de arquitetos por ser uma referência arquitetônica da década de 30. 

Hangar do Zepplin (Foto: Força Aérea Brasileira)

Desde março de 1998, o hangar é considerado patrimônio histórico brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Como o próprio IPHAN descreve, é um patrimônio cultural que tem sua vinculação com “fatos memoráveis da história do Brasil”. 

*Com informações da Força Aérea Brasileira

Por: Diário do Rio

Hangar do Zeppelin no Rio de Janeiro | Webkits Modelismo

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