Pesquisadores da UFRRJ estudam morcego de duas cabeças encontrado no Brasil
8 de agosto de 2017

Embriologistas de universidades cariocas analisaram um morcego de duas cabeças para entender o que pode ter ocasionado o fenômeno raro.O animal foi descoberto ao pé de um mamoeiro no Espírito Santo em 2001 e ficou no Laboratório de Mastozoologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) até ser estudado.

Uma análise realizada pelo pesquisador da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) Marcelo Rodrigues Nogueira e pelas especialistas da UFRRJ, Nadja Lima Pinheiro e Adriana Ventura, foi publicada no periódico Anatomia, Histologia e Embriologia.

Segundo os autores do estudo, a anomalia é causada quando um óvulo fertilizado se separa tarde demais. Quando o óvulo se separa entre quatro e cinco dias após ser fertilizado, serão gerados gêmeos idênticos. Caso o tempo exceda 15 dias, o óvulo se separa parcialmente e os siameses podem ser formados. 

Só existem outros dois registros de morcegos com duas cabeças na história: um de 1969 e o outro recente, de 2015. Raio-x do morcego de duas cabeças (Foto: Laboratório de Radiografias, Divisão de Vertebrados, Museu Nacional - UFRRJ)

Imagens de raio-x do morcego mostram que ele tinha duas colunas que se separavam na região lombar. O mamífero também tinha dois corações de tamanho igual, sendo que cada um ficava de um lado diferente. 

Como o animal foi descoberto morto, os pesquisadores não sabem dizer se ele morreu logo após o nascimento ou se chegou a ter um tempo de vida considerável.