O decreto será publicado ainda nesta segunda-feira e entrará em vigor após a liberação de dinheiro do governo federal
“Estamos reunidos desde manhã para avaliar as medidas que deverão ser tomadas pela equipe econômica do estado Nas reuniões que fizemos ontem e hoje conversamos com vários restaurantes, shoppings centers, cinemas, atores culturais. Iremos aperfeiçoar o decreto atual. Estarei consolidando as propostas para declarar situação de emergência no estado do Rio, podendo justificar todas as medidas que devem ser tomadas”, disse.
“Faço um apelo à população do nosso estado, aos jovens, aqueles que ainda não entenderam que a situação é grave. Nós estamos tentando evitar que ocorram mortes como estão ocorrendo na Itália e Espanha e ocorreram na China. Se nós agirmos como outros países agiram, como a Coréia do Sul, esvaziando as ruas, restaurantes, nós conseguiremos conter a proliferação do vírus. E por um período de tempo maior teremos condições em acontecendo contágio de pessoas vulneráveis atendê-las nos hospitais.Sem ter que escolher quem vive e quem morre”, continuou.
“Pelo amor de Deus, à consciência daqueles que ainda não entenderam. Que saibam que não estamos fazendo nenhum tipo de fantasia, briga ideológica, política…esta é uma questão imunitária. O momento é de união. Será reduzido em até 1/3 do atendimento. Poucas pessoas poderão estar em bares e restaurantes.
Witzel também comentou sobre as verbas do governo federal para enfrentar a pandemia. “Os governadores se reuniram virtualmente e levarão uma proposta ao governo federal para liberar aos estados, pelo critério da população, pelo menos R$ 50 bilhões. Não há como superar a crise econômica, de arrecadação dos estados, sem que a União venha socorrer. É a única que tem recursos para socorrer os estados e municípios. Os governadores levarão propostas para os recursos da saúde serem imediatamente disponibilizados, além daquilo que já foi disponibilizado de R$ 5 milhões. Para o Rio de Janeiro, apenas R$ 36 milhões. Isso é muito pouco, nem dá para começar a pensar. Nós estamos estimando um custo de R$ 1 bilhão”.
“Os principais atingidos são os mais velhos. Nós estamos consolidando outras medidas para podermos restringir ainda mais a mobilidade das pessoas. Também com a equipe econômica vamos fazer nossa parte. Vamos disponibilizar o pouco que temos, o Rio de Janeiro passa por uma situação grave, mas para não agravar ainda mais, vamos disponibilizar R$ 320 milhões para ajudar pequenas e microempresas e empregadores individuais, serão essas as que mais sofrem, vamos ajudar com um financiamento com carência de 12 meses. Porque acreditamos que crise não durará, se trabalharmos bem, além de 6 meses”, finalizou o governador.
Secretário de Saúde também reforça medidas
O secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, comentou o estado de saúde de um paciente em estado grave, internado em um hospital da Zona Norte. “O paciente em estado grave apresentou uma pequena melhora nas últimas horas, mas ainda segue muito grave no CTI. Seguimos com 95 casos em investigação, mas o problema não é isso hoje. A Itália há um mês atrás estava na situação que estamos hoje. Um mês depois, é essa tragédia humanitária. As ruas estão absolutamente vazias, mas só depois de ter morrido milhares de pessoas na Itália. É preciso que a gente consiga fazer as ruas do Rio de Janeiro ficarem vazias hoje, enquanto não morreu ninguém. Esse é o desafio”, pontuou.
Quem tem que ir ao médico: se você está com febre, sintoma de coriza, tosse, espirro, mas não está com o estado geral comprometido fique em casa em isolamento por 14 dias. Quem tiver piora do estado geral, continuar vários dias com febre, em especial piora do quadro respiratório, começar a ficar cansado, com falta de ar, dificuldade para respirar… esse tem que procurar. E aí o médico vai decidir se precisa ou não da internação e do exame para o Covid-19″.
O secretário ressaltou sua fala anterior, de que o Rio poderá ter mais de 24 mil casos em até um mês. “Se a gente não fizer nada, teremos mais de 24 mil casos no Rio de Janeiro em três a quatro semanas. Mas esse é um cenário sem nenhum cuidado, as medidas que estamos implementando é o que pode fazer essa conta mudar drasticamente”.
Na manhã desta segunda-feira, durante entrevista, o governador explicou que o novo coronavírus vai se propagar de uma forma ou de outra, mas a velocidade vai “depender da população deixar de se aglomerar”. Witzel informou ainda que 300 novos leitos vão ficar prontos em 30 dias.
“Não temos praticamente capacidade hoje de acolher pacientes com dificuldades respiratórias. Estamos tomando medidas para abrir 300 leitos em um mês. Se a população for pra praia, mais de 20 mil pessoas vão ficar infectadas: mais de 500 doentes com dificuldades respiratórias”, alertou. O governador também salientou que o governo prepara dois hospitais para receber pacientes com coronavírus e que a secretaria de infraestrutura prepara um projeto emergencial.
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