Instalação constante de equipamentos de fiscalização preocupa motoristas e levanta questionamentos sobre sinalização e excesso de multas

A Concessionária EcoRioMinas, responsável pela administração da rodovia BR-465 (antiga Rio-São Paulo), voltou a instalar radares de velocidade em pontos estratégicos de Seropédica, na Baixada Fluminense. Entre os locais mais recentes estão os trechos em frente à Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), no sentido Centro, e nas proximidades do Colégio Técnico da Universidade Rural (CTUR).

Além dos radares, a concessionária também implantou postes com câmeras inteligentes, capazes de registrar infrações como o não uso do cinto de segurança, ultrapassagens indevidas e outras condutas perigosas ao volante.

Segundo a EcoRioMinas, a medida visa aumentar a segurança viária, diante do número crescente de acidentes graves e até fatais na BR-465. “Em determinados trechos, motoristas chegam a atingir velocidades superiores a 120 km/h, especialmente nas retas longas. Isso coloca em risco a vida de pedestres, ciclistas e até mesmo dos próprios condutores”, declarou um representante da empresa.

Motoristas reclamam de radares próximos e sinalização confusa

Apesar da justificativa técnica, muitos moradores e motoristas que trafegam diariamente pela via reclamam da falta de padronização e clareza na sinalização, o que estaria contribuindo para um número excessivo de multas inesperadas.

Um dos principais pontos de crítica é a instalação de radares em sequência, com distância de até 60 metros entre eles, como ocorre nos trechos em frente ao Hospital Maternidade de Seropédica e à UPA. “Isso confunde os motoristas. Você reduz a velocidade para passar por um radar e, em segundos, já tem outro. Parece mais uma armadilha do que uma medida de segurança”, afirmou um morador do bairro Boa Esperança.

Outro problema frequente é a inconsistência na sinalização de velocidade. Na frente da UFRRJ, por exemplo, um lado da pista tem limite de 40 km/h, enquanto o outro aponta 30 km/h, sem explicações claras. Situações assim geram insegurança e dúvidas nos condutores, além de possíveis autuações injustas.

Multas em excesso e prejuízos para trabalhadores

A consequência dessa desorganização tem sido um alto volume de multas, especialmente para motoristas que dependem do veículo como meio de trabalho. Há relatos de condutores que, ao consultarem o pagamento do IPVA, descobriram mais de 40 multas registradas — todas na BR-465. Um impacto financeiro que atinge diretamente o sustento de famílias da região.

“Eu trabalho com entregas. Quando fui pagar meu IPVA, levei um susto. Tinham mais de 30 multas só nesse trecho da Rio-São Paulo. Algumas eu nem sabia que existiam. É impossível pagar tudo de uma vez”, contou um motorista de aplicativo, que preferiu não se identificar.

População pede mais diálogo e estudo técnico

Moradores e usuários da rodovia defendem a importância da fiscalização para a segurança, mas cobram da concessionária mais diálogo com a comunidade, estudos técnicos mais consistentes e uma sinalização eficiente e padronizada.

“Não somos contra os radares, somos contra o excesso e a falta de clareza. A via precisa ser segura para todos, mas também justa com quem a utiliza diariamente”, disse um representante da associação de moradores de Seropédica.

A expectativa é que a EcoRioMinas e os órgãos de trânsito promovam audiências públicas ou campanhas de esclarecimento sobre as mudanças implementadas, garantindo transparência e orientação aos motoristas.

Resumo dos principais pontos de reclamação:

• Radares instalados muito próximos, gerando confusão.

• Sinalização de velocidade contraditória ou mal posicionada.

• Número elevado de multas geradas por falta de informação clara.

• Prejuízo para trabalhadores que usam o veículo como fonte de renda.

Conclusão

Enquanto a segurança no trânsito é uma prioridade inegociável, é fundamental que as ações de fiscalização sejam baseadas em critérios técnicos, transparência e respeito ao cidadão. Em Seropédica, a população segue atenta e espera por melhorias que conciliem prevenção de acidentes com justiça no trânsito.

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