Suspeita de envenenar bolo que matou três no RS é achada morta na prisão
13 de fevereiro de 2025

Deise Moura dos Anjos era investigada pelo homicídio das pessoas da mesma família

A mulher suspeita de envenenar o bolo, que matou três pessoas de uma mesma família no Rio Grande do Sul, foi encontrada morta na prisão na manhã desta quinta-feira (13). Deise Moura dos Anjos, de 42 anos, estava detida na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
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O caso aconteceu alguns dias antes do Natal. Ela também estava sendo investigada pela morte do sogro, que ocorreu em setembro de 2024.
Em nota, a Polícia Penal informou que, durante a conferência matinal, a presa foi encontrada sem sinais vitais. 
“Imediatamente, os servidores prestaram os primeiros socorros e acionaram o Serviço de Atendimento Médico de Urgência que, ao chegar no local, constatou o óbito. Deise estava sozinha na cela”, disse em nota.
 
As circunstâncias serão apuradas pela Polícia Civil e pelo Instituto-Geral de Perícias. 
 
Relembre o caso
Seis integrantes de uma mesma família buscaram atendimento médico no dia 23 de dezembro após apresentarem sintomas de intoxicação, que posteriormente foi atribuída ao consumo de um bolo contendo arsênio, conforme análise da Polícia Civil.

Três dessas pessoas acabaram falecendo: Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, e Maida Berenice Flores da Silva, 59 anos, irmãs de Zeli, e Tatiana Denize Silva dos Anjos, 47 anos, filha de Neuza. Zeli, que preparou o bolo, sobreviveu e recebeu alta do hospital em janeiro deste ano.

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Já um menino de 10 anos, neto de Neuza e filho de Tatiana, precisou de hospitalização por alguns dias, mas já recebeu alta. Um outro membro da família, um homem, recebeu alta após ser atendido.

Investigação

A perícia constatou que a menor quantidade de arsênio encontrada no organismo de uma das vítimas foi 80 vezes maior do que o limite para contaminação ocupacional. Na vítima com a maior concentração da substância, essa quantidade foi 350 vezes superior.

A polícia afirma que a presença de arsênio no bolo descarta a possibilidade de intoxicação alimentar. A análise das amostras revelou que a maior quantidade de arsênio encontrado na farinha utilizada para fazer o bolo era 2.700 vezes superior ao limite aceitável.

Das 89 amostras analisadas, uma amostra de farinha apresentou alta concentração de arsênio, levando a polícia a concluir que a farinha foi a fonte de contaminação do bolo.
 
A investigação aponta que Deise Moura dos Anjos, nora da responsável pelo preparo do bolo, é a principal suspeita do crime. De acordo com a corporação, Deise tinha desavenças com a família há mais de duas décadas. A polícia ainda investiga como o arsênio foi parar na farinha e quem era o alvo da suspeita.

O caso ocorreu três meses após a morte do sogro de Deise. A polícia exumou o corpo para verificar se há conexão entre as mortes e a possibilidade de envenenamento.

 
A suspeita estava detida no Presídio Estadual Feminino de Torres e depois foi transferida para a Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba. Ela respondia por suspeita de triplo homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e com emprego de veneno e tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada.

O delegado Marcus Vinícius Veloso, responsável pelo caso, afirmou em uma coletiva de imprensa que são “robustas as provas que apontam que ela (Deise Moura dos Anjos) é a autora [dos crimes]”.

 
No entanto, não divulgou detalhes das provas, inclusive o motivo para o crime, porque isso pode atrapalhar a investigação. “Ela teve a intenção de cometer o crime. Foi um crime doloso”, disse o delegado.
 
De acordo com o Tribunal de Justiça (TJ) do Rio Grande do Sul, um relatório preliminar dos dados extraídos do telefone da suspeita mostra que houve “busca na internet, inclusive no Google shopping, pelo termo arsênio e similares”.
 
Arsênio é um elemento químico liberado no ambiente de maneira natural ou pela ação do homem e componente usado na fabricação de alguns pesticidas.
 
A exposição ao arsênio pode causar intoxicação alimentar e reações similares a alergias, câncer em caso de exposição recorrente, e até morte. No Brasil, a comercialização do arsênico é proibida como raticida e ele é utilizado de forma restrita.
 
Fonte: Meia Hora
 
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