Marte é atingido por centenas de terremotos, revela Nasa
26 de fevereiro de 2020

Missão InSight mostra interior e geologia complexos no planeta vermelho

A missão InSight, da Nasa, pousou em Marte em novembro de 2018 e, recentemente, entregou sua primeira leva de resultados, mostrando informações reveladoras. Se a parte externa de sua superfície mostra um local árido, o local logo abaixo se mostra repleta de terremotos e outras atividades sísmicas.

“Finalmente estabelecemos que Marte é um planeta sismicamente ativo”, afirmou Bruce Barnerdt, líder das investigações da missão. “Estamos começando a ter uma ideia do interior de Marte a partir desses sinais”, continuou. Foi descoberto, ainda, que a atividade sísmica no planeta é maior que a da Lua, mas menor que a da Terra.

Embora seja impossível identificar a causa de um único terremoto, a equipe acredita que eles ocorrem por conta do resfriamento a longo prazo do planeta. À medida que Marte continua a perder calor, as camadas externas mais frágeis se contraem, quebram e resultam nos abalos geológicos. Bolsões de atividades vulcânicas também podem estar contribuindo para essa atividade.

As leituras sísmicas também sugerem a presença de uma pequena quantidade de água na crosta. Talvez isso não seja indicativo de grandes reservatórios de água líquida, mas pode-se ter certeza da existência de umidade no local.

Reprodução

Desde que pousou no planeta vermelho, o sismômetro detectou 174 abalos, divididos em duas categorias. 150 eventos de pequena magnitude ocorrem com maior frequência e se propagam a partir da costa, e 24 casos de magnitude entre 3 e 4 que se propagam de uma região tão interna do planeta que nem seriam sentidas da superfície.

Apesar de se concentrar nas atividades sismológicas, os novos trabalhos também dão uma visão mais profunda sobre o ambiente magnético do planeta vermelho. Sabe-se que o campo magnético global de Marte desapareceu em algum momento do passado, o que permitiu que ventos solares atingissem o planeta e afetou a atmosfera que o mantinha quente o suficiente para manter água líquida na superfície.

A missão no planeta continua e ainda deve ser longa. “Temos muito mais dados do que temos conclusões no momento”, conclui Banerdt.

Via: Technology Review

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