Estado do Rio já vê riscos para pagamento de salários de servidores
6 de maio de 2020

Queda na receita é maior do que se estimava, e Secretaria de Fazenda não vê outra saída a não ser com a ajuda financeira da União

Em março, o governador Wilson Witzel alertou que, com a crise do novo coronavírus, o Estado do Rio não teria dinheiro suficiente para pagar os salários dos servidores estaduais, incluindo aposentados e pensionistas. Esse cenário foi discutido todos os dias no Palácio Guanabara, como a coluna vinha publicando. Agora, o risco é real: a Secretaria de Fazenda amarga estimativas de queda ainda maior na receita.

O governo fluminense apela pela ajuda da União. Caso contrário, não haverá recursos financeiros para quitar os vencimentos de todo o funcionalismo, o que pode ocorrer em julho ou agosto.

A constatação é confirmada pela Secretaria de Fazenda, que não vê outra saída a não ser o socorro financeiro do governo federal.

Vale lembrar que há pouco mais de uma semana o secretário de Fazenda, Luiz Cláudio Carvalho, disse à coluna que a prioridade será pagamento de servidores, mas que a máquina do estado não vive apenas disso. Ou seja, que faltaria dinheiro para outros fins, como aluguel, terceirizados, entre outros.

Além da forte redução na arrecadação de ICMS (principal receita do estado), o preço do petróleo em queda livre é um fator extremamente preocupante, como também alertou à coluna o secretário da Casa Civil, André Moura, na última semana.

Ao defender uma reestruturação da máquina do estado, que, segundo ele, “é muito pesada e cara”, André Moura disse que se medidas mais rígidas não forem tomadas, não haverá condições de pagar a folha salarial do funcionalismo.

“Estamos fazendo uma luta por determinação do governador para manter salários em dia, temos queda de receitas… não temos que manter essa máquina ultrapassada, grande, pesada e difícil de colocar pra funcionar. Tem que modernizá-la, torná-la mais leve e com mais resultados para a população. Se não, chegaremos a um momento que não teremos como pagar a folha (do funcionalismo)”, afirmou Moura à coluna, em 21 de abril.

Fonte: O DIA