Dia das Mães: Mãe vive da reciclagem para sustentar sozinha três filhas: ‘Eu iria até o infinito por elas’
12 de maio de 2024

Neste Dia das Mães, o g1 conversou com a moradora de Mendes, no interior do Rio de Janeiro, que contou sobre os desafios da maternidade e de trabalhar com reciclagem.

Garrafas pets, latinhas de refrigerante e cerveja, embalagens de água sanitária, entre tantos outros produtos fazem parte da rotina de Rosemery Lopes, de 39 anos, que vive da reciclagem para sustentar sozinha três filhas.

“Eu iria longe pelos meus filhos, eu iria até o infinito. Os meus filhos são tudo para mim, tudo que eu tenho de mais importante na minha vida são os meus filhos”, comentou Rosemery.

Neste Dia das Mães, o g1 conversou com a moradora de Mendes, no interior do Rio de Janeiro, sobre os desafios da maternidade e de trabalhar com a reciclagem.

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Rosemery é mãe solteira de: Davi, de 19 anos; Clara, de 17; Sofia, de 15 e Alice, de 13. Atualmente, apenas as meninas moram com ela.

Ela começou a juntar reciclagem em 2016 após sair de um supermercado da cidade em que trabalhava. À época, o sustento da casa já vinha todo do trabalho dela.

A ideia partiu de um amigo, que sugeriu que ela começasse a recolher latinhas e garrafas até conseguir outro serviço.

“Fiquei um mês parada. No começo era difícil. Mas, agora é a minha vida”, contou ao g1 como foi este início.

Desde então, a maior parte da renda da família vem toda das vendas de reciclagem. Eles contam ainda com um auxílio do governo, mas a principal é a reciclagem.

Da esquerda para a direita: Rosemery, Alice e Clara — Foto: Arquivo pessoal

Da esquerda para a direita: Rosemery, Alice e Clara — Foto: Arquivo pessoal

Como funciona

Tudo o que é recolhido fica no quintal da casa deles, no bairro Tupinambá, dentro de sacos bem grandes, chamados de “big bag”. Lá, Rosemery amassa todos, tira os lacres das latinhas e separa por material.

“Ai, eu trago para casa, a gente separa tudo que é plástico duro, o que é pet, latinha, ferro, essas coisas a gente separa tudo e quando tem bastante o caminhão vem aqui em casa e busca”, explicou.

Rosemery amassa todas as latas em casa — Foto: Arquivo pessoal

Rosemery amassa todas as latas em casa — Foto: Arquivo pessoal

Para arrecadar o máximo de materiais possíveis, Rosemery e as filhas passam de bairro em bairro ao longo do mês em busca de produtos para serem vendidos para um ferro velho da cidade.

Elas usam um carrinho de ferro improvisado com rodas de bicicletas para carregar as reciclagens pelas ruas.

“Tem lugares que a gente pega e já vem amassando, porque assim a gente ganha muita coisa. De 15 em 15 dias, nós vamos para o bairro Humberto Antunes e de 15 em 15 nós vamos para o lado do bairro Independência”, pontuou.

Rosemery usa um carrinho improvisado para carregar o material — Foto: Arquivo pessoal

Rosemery usa um carrinho improvisado para carregar o material — Foto: Arquivo pessoal

O preço do material arrecadado é estipulado pelo peso, ou seja, quanto maior o peso, maior é o valor dele. Por isso, Rosemere recolhe bastante e espera ter uma boa quantidade.

“Às vezes, tem festa na rua, eu pego garrafa. Às vezes, eu pego latinha, depende muito, né? Por mês, dá uns 400 kg de pet, 500 kg de pet. Se tiver, se um monte de gente doar, depende se tiver festa. Igual, a latinha está aqui tem três meses, tem três meses para poder juntar aí. Tem um bag e meio de latinha, tem um inteiro ali ainda pra poder amassar, que eu amasso tudo, tiro o lacre, né? Aí depende. Eu mandei mês passado que já tinha dez bag de pet cheio ali, deu 600 e pouquinho”, explicou Rosemery.

A família conta também com a ajuda da população, que junta as latinhas e garrafas em casa e doa para eles.

Esperança de dias melhores

Bags ficam guardadas na casa dela — Foto: Arquivo pessoal

Bags ficam guardadas na casa dela — Foto: Arquivo pessoal

Nem todos os dias são fáceis, a rotina é exaustiva e a incerteza do amanhã torna tudo ainda mais difícil, mas a fé e a confiança em Deus mantém Rosemery esperançosa para um futuro melhor.

“Há um Deus para tudo, né? Eu sempre, quando eu vou dormir, eu ajoelho aqui, entrego meu dia na mão de Deus e sempre peço para Deus me dar uma direção e Ele me deu essa direção, né, que eu estou até hoje e eu sei que vou vencer na vida com isso, que é a coisa que eu amo […] Que tudo posso naquele que me fortalece”, comentou Rosemery.

Embora seja difícil, o objetivo dela é crescer na área da reciclagem e melhorar a condição financeira da família.

“Eu sei que na reciclagem eu vou arrumar a minha casa, que está precisando, dar as coisas para as crianças. É da reciclagem que eu vivo. E eu sei que vou vencer na vida com a reciclagem”, finalizou a mendense.

Saiba como ajudar

Quem tiver latinhas, garrafas, embalagens de água sanitária ou qualquer material que possa ser reciclado, também pode ajudar a Rosemery. Basta entrar em contato com ela por telefone: (24) 998135813.

Rosemery busca as doações no local ou, quando é em alguma localidade distante, conta com amigos que buscam de carro.

Rosemery trabalha com reciclagem desde 2016 — Foto: Arquivo pessoal

Rosemery trabalha com reciclagem desde 2016 — Foto: Arquivo pessoal

Fonte: G1

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