Reviravolta necessária na educação carioca
1 de julho de 2016

Educação – autonomia, consciência, saberes

A educação tem tal importância para a sociedade que não se pode tratá-la num rol de bandeiras. É base da formação de seres humanos mais completos, que desenvolvam seus múltiplos talentos, e capazes, por isso, de construírem, coletivamente, o desenvolvimento da sociedade em que se inserem. É preciso um novo olhar que aponte saídas que não ignorem o já construído ou em andamento. Mas que aponte um novo rumo. Sem terra arrasada. Mas sem reprodução do mesmo.

Em qualquer pesquisa, a saúde está em primeiro lugar como o principal problema para a população. A segurança em segundo e a educação em terceiro. É a lógica da necessidade imediata e enorme. Mas precisamos sempre lembrar que a educação pode resolver, num futuro próximo, parcela importante dos problemas de saúde e segurança. E é isso que a torna fundamental para a cidadania.

O que nos falta para darmos resposta mais efetiva e criativa nessa área é um projeto capaz de articular a vida real escolar, com suas imensas contradições, com a sociedade do conhecimento à qual grande parte não tem acesso fácil e a uma característica fundamental destes tempos – a individualização. Para isso, a prática educacional precisa de uma reviravolta, dando um salto, do século XIX para o XXI. Crianças ou adolescentes de uma escola diferem entre si, por sua história e experiências, e, portanto, escolas vizinhas não são iguais. Cada uma é uma. Imaginem em regiões diferentes, com realidades econômicas opostas e culturalmente diversas?

Não é fácil esse terceiro milênio, tão complexo e contraditório. Por isso, consideramos ser interessante pensar que cada escola, mantendo os princípios em comum que lhe dá o sentido de rede, a partir de decisões daquela coletividade, possa construir seu próprio plano de trabalho.

Autonomia das escolas, integradas por conteúdos essenciais, mas com uso radical da tecnologia em sistemas de acompanhamento e controle, invertendo a lógica do excesso de burocracia e pessoal nas atividades meio, estendendo-se também à aprendizagem, entendendo que cada um é um, com seu ritmo e cultura próprios.

É mais fácil trabalhar achando que se controla o processo todo, mas, neste mundo complexo, isso é inócuo. Portanto, cortar amarras e incorporar diferenças torna o processo mais rico e eficiente.

Há muitas perguntas sem resposta: o que se deve saber em cada momento da escolaridade; como lidar com a realidade concreta da escola; o que fazer para o aluno aprender; o que fazer para se aproximar dos pais e aproximá-los dos filhos, numa realidade tão difícil; como reduzir a violência interna à escola e enfrentar a violência externa; como levar o aluno a gostar da escola e valorizá-la; como avaliar aprendizagem sem preconceito; como atender alunos tão diferentes sem classificá-los; como incorporar alunos portadores de necessidades especiais se não sabemos lidar com eles; como trazer mais professores para a rede, se ela não é atrativa profissionalmente.

A lista é infindável. E a resposta não é rápida, nem fácil. Aos que querem a reflexão, o sabor da resposta sábia. Diante do enorme desafio, a generosidade da dúvida sobre o já conhecido e a audácia de apostar no novo.

Vamos somar experiências, inquietudes, ideias, e construir um novo modelo juntos. Quero ouvir de cada um de vocês o que pensam sobre assunto tão complexo, mas importante e instigante. Venha conversar sobre educação.

educação para todos

Em breve, acompanhe as novidades no site
www.lurdinhahenriques.com.br

 

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