
Victor Carneiro e Patrícia Praia não chegaram a tempo na maternidade e a pequena Eve nasceu na Ponte Rio-Niterói – Érica Martin / Agência O Dia
Uma história inusitada e cheia de emoção marcou a madrugada da última terça-feira (19). A pequena Eve Zadoque Carneiro decidiu que não esperaria para nascer em um hospital e veio ao mundo de uma forma “diferente”: dentro de um carro de aplicativo, no meio da Ponte Rio-Niterói. Seus pais, Victor Hugo Carneiro e Patrícia Praia, moradores de São Gonçalo, enfrentaram uma corrida contra o tempo, mas contaram com a ajuda de uma doula e de um motorista para que tudo corresse bem.
Contrações Intensas e Corrida Desesperada
O casal, que já tem uma filha, não imaginava que o segundo parto seria tão rápido. Victor Hugo, o pai, conta que estava calmo no início, pois o primeiro parto demorou cerca de oito horas. A mãe, Patrícia, também achou que teria mais tempo e chegou a deixar o marido e a filha mais velha dormirem. No entanto, as contrações se intensificaram de forma inesperada.
O desespero começou quando, já em dores insuportáveis, o casal tentou pedir um carro de aplicativo para ir ao Hospital Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda, no Centro do Rio, e não conseguiu. Um motorista chegou a aceitar a corrida, mas desistiu ao ver a situação. Sem sucesso em contatar amigos, bombeiros ou ambulância, a saída foi pedir socorro à doula Bruna Lima, que já estava a caminho da maternidade.
O Parto Inesperado
A doula Bruna Lima, que mora em Itaboraí, percebeu que o casal não chegava ao hospital e decidiu encontrá-los. Assim que Victor e Patrícia entraram no carro de aplicativo, o tempo se esgotou. Apenas 12 minutos depois de embarcarem, no meio da Ponte Rio-Niterói, a cabeça de Eve começou a aparecer.
A doula agiu rapidamente, usando a lanterna do celular e uma toalha. A bebê nasceu “empelicada” (dentro da bolsa amniótica) e, assim que o corpo saiu, a bolsa se rompeu. “A sensação agora é de alívio… De ver que minha filha está aqui, nas minhas mãos, e deu tudo certo. Foi surreal para mim”, disse Patrícia.
Apesar da adrenalina, a doula Bruna Lima confessou que estava nervosa. “Por mais que seja um momento de adrenalina, foi muito tranquilo, mas por dentro eu estava bem nervosa”, revelou.
“Quando eu olhei para trás, a cabeça do bebê já estava aparecendo e, quando olhei de novo, a criança já tinha nascido. A gente nunca imagina viver um momento desses. Foi um presentão que ganhei no dia do meu aniversário.”
– André Avelino, motorista de aplicativo
Um Presente de Aniversário e um Dilema de Origem
A história se tornou ainda mais especial por uma feliz coincidência: o motorista de aplicativo André Avelino estava comemorando seu aniversário no dia do parto. Ele, que pensou em não trabalhar naquele horário, considerou a situação um “presentão” de Deus. “Ele foi muito solícito, sou muito grata, porque no mesmo dia em que a gente viu portas se fechando para a gente, para nos socorrer, a gente viu também portas se abrindo de forma gigantesca”, agradeceu Patrícia, que agora mantém uma amizade com o motorista.
E a pequena Eve, afinal, é carioca ou niteroiense? A família a registrou como carioca, já que o hospital fica no Rio. No entanto, o motorista André brinca que a bebê é niteroiense, pois o parto ocorreu em um trecho mais próximo de Niterói. Patrícia, com bom humor, diz que Eve decidirá quando aprender a falar e escolher como se referir ao famoso salgado carioca (“joelho”) ou niteroiense (“italiano”).
No final, o sentimento que prevalece é a gratidão. O pai, Victor Hugo, agradeceu a ajuda da doula e de André, que ele chama de “dois anjos nessa aventura toda”. A pequena Eve Zadoque Praia Carneiro nasceu às 4h39, saudável, pesando 3,205 Kg e medindo 50 cm.
Fonte: O Dia


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