Falência de empresas no Brasil subiu 12,2%, setor de serviço lidera, indústrias vem em seguida
10 de janeiro de 2017

É o segundo ano consecutivo com uma alta de dois dígitos, algo inédito desde que a série histórica foi iniciada pelo SCPC Boa Vista, em 2006.

O número de pedidos de falência no país cresceu 12,2% em 2016, porém, menos que o registrado em 2015, quando a taxa foi de 16,4%.

“É uma diferença pequena do nível observado em 2015 e bem distante de 2013 e 2014, quando houve uma estagnação. A situação é um retrato da trajetória econômica recente do país”, diz Yan Cattani, economista do Boa Vista.

Também houve crescimento nas falências decretadas (14,7%) e nos pedidos de recuperação judicial (49,4%).

O maior número de pedidos de falência em 2016 aconteceu no setor de serviços: 39%.

O crescimento mais significativo, no entanto, aconteceu entre as indústrias, responsáveis por 37% dos requerimentos. O aumento foi de 14,2%, na comparação com 2015.

O quadro atual é grave, mas os primeiros sinais positivos começaram a surgir no fim de 2016, quando houve um princípio de desaceleração, afirma Cattani.

“A perspectiva é positiva. A inflação mais baixa, a queda na taxa de juros e a melhora gradual do consumo das famílias deverão melhorar a capacidade de pagamento das empresas.”

A estimativa é que o número de pedidos pare de crescer em 2017, fato que já seria considerado positivo, afirma o economista.

Comércio volta a crescer

Vendas do comércio varejista voltaram a crescer, após quatro quedas seguidas. No mês de novembro, em relação a outubro, a alta foi de 2%. Nessa base de comparação, a alta é a maior desde 2007, quando chegou a 2,3%.

Ao considerar todos os meses, esse resultado é o maior desde julho de 2013, quando o avanço foi de 2,9%, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (10).

Apesar do aumento de um mês para o outro, as vendas do comércio caíram 3,5% em relação a novembro de 2015 e acumularam no ano, de janeiro a novembro de 2016, queda de 6,4%, a maior da série histórica do indicador, iniciada em 2001.

Isabella Nunes, gerente de Serviços e Comércio do IBGE, ressalta que, considerando o acumulado dos 12 meses a partir dos resultados de novembro, já é possível considerar que 2016 terá o pior resultado do comércio desde 2001.

De outubro para novembro, a maioria dos segmentos do varejo brasileiro mostrou aumento nas vendas, com destaque para a alta de 0,9% em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, de 7,2% no setor de artigos de uso pessoal e doméstico e de 2,1% no ramo de móveis e eletrodomésticos.

“Os desempenhos destes segmentos em novembro indicam um movimento de antecipações de compras para o Natal, fato que se acentua a cada ano”, comentou o IBGE, em nota.

De acordo com a gerente do IBGE, o bom desempenho nos segmentos de hipermercados, supermercados, móveis e eletrodomésticos e o de outros artigos de uso pessoal e doméstico foi favorecido pelas promoções do comércio, incluindo a Black Friday.