Dados da ONU mostram que 15 mil pessoas morrem por doenças ligadas à falta de saneamento
23 de julho de 2020

Marcos Boulos diz que “doenças entéricas, por intoxicação ou infecção alimentar, são os principais problemas de saúde causados pela falta de saneamento básico”

A Organização Mundial da Saúde estima que anualmente 15 mil pessoas morram e 350 mil sejam internadas no Brasil devido a doenças ligadas à precariedade do saneamento básico. Cerca 35 milhões de brasileiros não têm acesso a água tratada e metade da população não tem serviços de coleta de esgoto, afirmou o senador e relator Tasso Jereissati (PSDB-CE).

As regiões Norte e Nordeste são as que mais sofrem com o problema.  “Doenças entéricas, por intoxicação ou infecção alimentar, são os principais problemas de saúde causados pela falta de saneamento básico” diz Marcos Boulos, professor do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP e coordenador de Controle de Doenças da Secretária Estadual de Saúde de São Paulo.

Cerca 35 milhões de brasileiros não têm acesso a água tratada e metade da população não tem serviços de coleta de esgoto. Foto: Carolina Gonçalves/Agência Brasil                    

Várias doenças são agravadas devido ao contato com ambientes insalubres. A diarreia é a segunda maior causa de mortes em crianças abaixo de 5 anos de idade, segundo a Unicef – Fundo das Nações Unidas para a Infância.

Dados da OMS revelam que 88% das mortes pela doença no mundo são causadas pelo saneamento inadequado. As crianças são as mais afetadas, 84%. No Brasil, em 2008, 15 mil brasileiros morreram devido a doenças relacionadas à falta de saneamento.

O dr. Marcos Boulos lembra que “o saneamento básico é uma necessidade única do cidadão onde você mantém a qualidade de vida, de tudo o que você come e o que você bebe. Deveria existir saneamento básico há muito, muito tempo. Em nosso país o saneamento básico nunca foi prioridade porque, como diziam os políticos da antiga guarda, saneamento básico é como você enterrar o dinheiro e não aparece o político para sua eleição”.

Fonte: USP