Contrato da CCR na Dutra termina em fevereiro, e usuários da rodovia dividem opiniões sobre mudança de gestão
3 de novembro de 2020

A quatro meses do fim do contrato de gestão da CCR com a Rodovia Presidente Dutra, ainda não há uma definição sobre a gestão do trecho Baixada da principal via federal que liga o Rio de Janeiro a São Paulo. A partir de 1º de março de 2021, a BR-116 será administrada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) até ser leiloada para nova concessão, de 30 anos, prorrogável por mais cinco.

A nova empresa vencedora da licitação vai gerir de São Paulo até Seropédica. O edital de licitação deverá ser lançado no primeiro semestre do ano que vem, segundo a ANTT. Já o trecho do pedágio de Seropédica até a Irajá vai permanecer com o governo federal até que haja uma definição sobre o modelo de concessão deste trecho. A informação foi confirmada na última terça-feira, , com a aprovação do Plano de Outorga.

 

Para Edson R, pedágio vai ficar mais barato com a mudança

Para Edson R, pedágio vai ficar mais barato com a mudança

Com a mudança iminente, usuários especulam sobre o futuro da rodovia. O motorista Edson Rodrigues, de 53 anos, acredita que a gestão do governo federal irá atender às expectativas da população que circula pela via.

— Não vai ficar abandonada. O pedágio é muito caro. Passo com frequência por lá. Com o governo assumindo, esse valor vai baratear — acredita Edson, referindo-se à tarifa de R$ 15,20 cobrada a veículos de passeio e comerciais na praça de pedágio em Seropédica.

Pistas em ótimo estado e rápido atendimento das equipes. Essas são algumas das características da Dutra que os usuários mais destacam. Mas, segundo eles, a esta qualidade pode ficar comprometida com a saída da concessionária.

— Rodo muito de madrugada e, por duas ou três vezes, tive problemas com o carro e parei na pista. O atendimento da equipe da CCR Nova Dutra foi bem rápido. Com o governo assumindo, vai ficar ruim — avaliou o autônomo Igor Vieira, de 30 anos.

O receio do autônomo João Paulo Ribeiro, de 24 anos, é de que a rodovia sofra com o abandono.

— O Arco Metropolitano está abandonado, todo quebrado. Tudo porque não tem uma empresa administrando — afirmou João.

 

Igor Vieira é pessimista com a mudança de gestão
Igor Vieira é pessimista com a mudança de gestão

Mais de 300 quilômetros cedidos

No estado do Rio, além do trecho de 124,9 quilômetros da Rodovia Presidente Dutra, que liga Seropédica à divisa entre o Rio e São Paulo, será concedido o trecho de 218,2 quilômetros da BR-101/RJ, que vai de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, até a fronteira entre os dois estados. Também serão cedidos trechos de São Paulo dessas duas rodovias. A receita total estimada para o período da concessão da via foi de mais de R$ 65 bilhões.

A Companhia de Concessão Rodoviária Juiz de Fora-Rio (Concer), que opera a BR-040 (Rio- Juiz de Fora), também tem contrato de concessão sobre a rodovia até fevereiro do ano que vem. A quatro meses do fim do prazo, não houve audiência pública para tratar do tema nem foi aberta nova licitação para concessão. A obra da nova pista foi paralisada em 2016, após irregularidades constatadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Na Dutra, a próxima etapa é a análise do Ministério da Infraestrutura (Minfra) e, em seguida, o encaminhamento da proposta para avaliação do TCU. Após o aval do órgão de controle, a previsão é lançar o edital de licitação no primeiro semestre de 2021.

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