Contágio por coronavírus sobe na Alemanha com relaxamento de quarentena
11 de maio de 2020

Centro de controle de doenças diz que é cedo para falar em tendência, mas fará monitoramento rigoroso

A transmissão do novo coronavírus na Alemanha se acelerou depois que algumas medidas da quarentena foram relaxadas, com a abertura de novas lojas a partir de 20 de abril.
 
O Instituto Robert Koch para o Controle de Doenças divulgou, neste domingo (10) que o número de pessoas para quem cada doente transmite o novo coronavírus (R) é agora de 1,1, ou seja, na média, cada dez infectados transmitem a doença para 11 pessoas.
O R é um dos principais indicadores observados pelos governos para calibrar restrições à mobilidade e ao contato. O objetivo é deixá-lo abaixo de 1, o que indica que o contágio tende a desaparecer no médio prazo.
 
Ao anunciar, na quarta-feira passada (6), mais medidas de relaxamento, entre elas a retomada gradual das aulas, a premiê da Alemanha, Angela Merkel, avisou que o governo poderia acionar um freio de emergência: distritos em que o contágio sair de controle terão que voltar à quarentena. Desde então, três deles excederam o limite de mais de 50 novas infecções por 10 mil pessoas nos últimos sete dias.
 
O freio criado por Merkel revela uma preocupação comum aos 23 governos que já começaram a descongelar suas atividades: quanto mais encontros entre pessoas e mais proximidade entre elas, maior o risco de contágio. Na Dinamarca, que reabriu algumas escolas no dia 15 de abril, também houve um aumento da taxa de contágio, de 0,6 para 0,9, com a epidemia ainda sob controle.
 
Na Alemanha, o centro de controle de doenças afirmou que o R está sujeito à incerteza estatística, por isso ainda é cedo para dizer se o número de infecções voltará a crescer ou manterá a tendência de queda na qual vinha durante a quarentena. Mas o aumento “exige monitoramento rigoroso”, diz o relatório.
 
Neste domingo, a Alemanha registrava 171.767 casos confirmados (7º maior no mundo) e 7.557 mortes por Covid-19 (7º maior). Em relação à população, são nove mortes por 100 mil habitantes, 23º maior número no mundo.
 
Fonte: Jornal do Comercio